A edição de hoje
Comissão Europeia avalia números enviados pelo País.
A pressão sobre o ministro das Finanças aumenta à medida que se aproxima a data para a entrega do Orçamento do Estado para 2016 no Parlamento, prevista para sexta-feira. Mário Centeno tem-se debruçado em contactos com os comissários europeus Valdis Dombrovskis e Pierre Moscovici, mas a Comissão Europeia frisa que "as diferenças são grandes" entre as metas impostas por Bruxelas e os números do Governo de António Costa.
Esta segunda-feira, a porta-voz do comissário europeu para os Assuntos Económicos reconheceu que "está, de facto, a ser trocada informação" entre o Executivo português e os técnicos de Bruxelas. "O processo prossegue e persistem grandes diferenças", salientou Annika Breidthardt, adiantando que o colégio da Comissão Europeia discute esta terça-feira o esboço orçamental português. Ao que o CM apurou, o ministro das Finanças tem coordenado o envio permanente de informação para os técnicos europeus.
Entre os vários cenários apontados por especialistas está não só o aumento da taxa máxima de IVA de 23 para 24% como também o aumento da carga fiscal para rendimentos mais elevados e para as empresas com maiores lucros. Até porque, do lado da despesa, é difícil encontrar formas de reduzir encargos que preencham a lacuna de 1800 milhões que separam as contas de Portugal e Bruxelas. António Costa mantém firme a intenção de cumprir com os acordos parlamentares à esquerda, o que aumenta ainda mais a pressão sobre os números apresentados por Mário Centeno.
À direita, ainda que ninguém o assuma publicamente, a convicção é que a Comissão Europeia chumbará o Orçamento do Estado. E, se tal acontecer, o Governo teria três semanas para apresentar novo plano orçamental. Do lado do PS, há quem aguarde que o próprio primeiro-ministro vá explicar aos deputados as contas públicas para 2016 na reunião com o grupo parlamentar da próxima quinta-feira.
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