"Os elevados padrões éticos do banco são parte constitutiva da sua existência e responsabilidade secular. É obrigação do banco defendê-los", afirmou numa audiência na COFAP.
O governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, criticou esta quinta-feira no parlamento a divulgação de informação confidencial e transmitida de "forma truncada", numa referência à construção do novo edifício central da instituição, no centro de Lisboa.
Numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP), onde foi chamado a falar sobre o plano de atividades do banco central e, a pedido do CDS-PP, sobre o contrato de compra do novo edifício central do Banco de Portugal (BdP) celebrado com a seguradora Fidelidade, Mário Centeno disse que "o novo edifício é uma realidade em construção e [que] à vista de todos".
De seguida, deixou críticas à divulgação de informação confidencial.
"O banco falhou momentaneamente quando permitimos que informação confidencial e sensível fosse divulgada publicamente, quando reuniões do Conselho de Administração do banco foram transmitidas de forma truncada e [quando] dados sujeitos a sigilo foram postos expostos publicamente. Não podemos tolerar", disse, na intervenção inicial.
Embora nesta afirmação não tenha referido o caso do contrato assinado com a seguradora Fidelidade, a declaração foi feita nesse contexto.
Em 21 de julho, o jornal 'online' Observador noticiou que o valor das futuras instalações será superior aos 192 milhões de euros da transação acordada, pois o valor refere-se apenas às obras estruturais (não contando com acabamentos, pinturas, pavimento final, acabamentos interiores, entre outros), estimando o jornal que o custo total possa subir para 235 milhões de euros.
O jornal noticiou ainda haver alertas de consultores do Banco de Portugal, designadamente sobre os licenciamentos e a eventual necessidade de avaliação de impacte ambiental na construção do parque de estacionamento.
Nessa altura, numa entrevista à RTP em 25 de julho, Mário Centeno disse que o Ministério das Finanças recebeu "todas as informações" sobre a compra das novas instalações, porque o BdP enviou ao Governo "toda a lista de questões que estavam levantadas no edifício em fevereiro deste ano, juntamente com as avaliações numa data posterior quando elas foram concluídas e com o contrato de promessa de compra e venda". Considerou "muito leviano" o leque de dúvidas levantadas no espaço público.
Na intervenção inicial desta quinta-feira, Centeno não referiu este facto, mas considerou ter sido uma falha da sua liderança ter partilhado informação com terceiros, numa referência indireta a este projeto.
"Os elevados padrões éticos do banco são parte constitutiva da sua existência e responsabilidade secular. É obrigação do banco defendê-los, respeitando todas as garantias constitucionais dos seus trabalhadores, e de todos os que dependem do banco para as suas vidas diárias, que são todos os portugueses e todos os que olham para Portugal para viver, visitar ou comerciar", referiu.
Na audição, Centeno foi confrontado pelo deputado do PSD Alberto Fonseca sobre o facto de ter voltado a nomear o economista Álvaro Novo como seu chefe de gabinete a poucos dias de se ficar a saber se o atual governador seria reconduzido ou se o Governo optaria por nomear um novo governador.
Mário Centeno invocou as regras das comissões de serviço para dizer que não deixou "nenhum chefe de gabinete" para o sucessor.
Centeno disse ainda que foi uma "honra" ter sido governador e reclamou haver desta quinta-feira maior estabilidade no sistema bancário.
"O sistema bancário concluiu com notório sucesso uma inversão do ciclo económico-financeiro iniciada há quase dez anos", afirmou, sublinhando que, nesse processo, "merecem destaque" a venda do Eurobic ao Abanca em 2024 e "a recente proposta de aquisição do Novo Banco" pelo grupo francês BPCE.
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