"É mais uma daquelas decisões em que as consequências, a médio e longo prazo, não são tidas em conta", afirmou o candidato presidencial.
O candidato presidencial João Cotrim de Figueiredo criticou esta quarta-feira que as consequências da extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras não tenham sido tidas em conta e defende que o controlo de passageiros não pode ser feito só pela PSP.
"É mais uma daquelas decisões em que as consequências, a médio e longo prazo, não são tidas em conta", afirmou João Cotrim de Figueiredo, considerando que a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) veio agravar o problema das filas no aeroporto do Lisboa.
Reagindo às declarações do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, - que admitiu que "a situação das fronteiras é um embaraço para o Governo" - o candidato à presidência da República lembrou ter havido avisos, aquando da extinção do SEF, de que a situação "ia piorar" e de que a transferência das competências de controlo de fronteiras para outras entidades "ia causar este tipo de dificuldade".
A PSP "já não tinha propriamente recursos em excesso para o fazer", disse, defendo que, até à construção de um novo aeroporto, tem que ser encontrada uma solução em que "não seja só a PSP a fazer a verificação da entrada e saída dos passageiros fora da área Schegen".
Convicto de que "a limitação das capacidades do aeroporto Humberto Delgado já custa muito dinheiro ao país", o candidato lamentou que Portugal não se tenha preparado para algo que "era previsível que ia acontecer", juntando à lista de problemas que deveriam ter sido antecipados as questões nas áreas da saúde, da habitação e educação.
"Tudo isso era previsível há cinco, 10 anos", disse, acrescentando: "É isso que me custa: coisas que são previsíveis e que acabamos [por não antecipar], por falta de iniciativa política, falta de coragem, porque algumas das soluções podem desagradar a A ou a B". Sendo que, "depois, a prazo a não solução já não desagrada só a A ou a B, a não solução desagrada a todos", afirmou.
Assumindo que, se for eleito presidente da República, a sua posição relativamente aos problemas, nunca será "não os antecipar", Cotrim de Figueiredo sublinhou a necessidade de corrigir "essa falta de coragem política, dando aos governos que estiverem em funções o respaldo de um Presidente da República que reconhece que as reformas em todas estas áreas, podem ter custos de transição, podem ter resistências aqui ou lá, mas são a melhor solução para evitar que haja depois descontentamento generalizado da população".
A inação e o desleixo "é que não são aceitáveis", para o candidato que acredita que um Presidente da República "pode ir mudando a cultura política e cívica de um país", antecipar problemas e, em algumas áreas, fazer pactos.
"Quando tanto se fala de pactos para vários setores, os únicos pactos que interessam são aqueles que já sejam baseados num consenso sobre os diagnósticos que estão feitos e as soluções que respondem a esses diagnósticos", afirmou, explicando não encontrar sentido em "fazer pactos só para dizer que há um entendimento e um consenso".
Cotrim de Figueiredo falava na Benedita, no concelho de Alcobaça, onde esta quarta-feira participou numa aula sobre empreendedorismo no âmbito do Ginásio do Empreendedor, um programa educativo dirigido a alunos do terceiro ciclo e secundário.
"Vir aqui e dar força a esta iniciativa (...) é exatamente aquilo que eu gostaria de fazer da presença da República, que é reconhecer ações de iniciativa livre das pessoas que acham que podem fazer mais pelo seu país", disse.
"Uma sociedade que tem esse tipo de atitude está mais perto de não ser apanhada nas curvas do destino e com os problemas por resolver sem preparação", concluiu Cotrim de Figueiredo.
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