Correio da Manhã
JornalistaSão já várias as figuras que reagiram à morte do Capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho. O 'cérebro' da revolução morreu este domingo aos 84 anos.
Ferro Rodrigues homenageia Otelo
O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, homenageou hoje Otelo Saraiva de Carvalho, "o maior símbolo individual do Movimento das Forças Armadas", que concretizou o sonho de todos os que "ansiavam por viver em liberdade".
Lusa
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"Se este país fosse justo, deveria ter morrido na prisão"
"Se este país fosse justo, deveria ter morrido na prisão". Foi assim que André Ventura, líder do Chega, reagiu à morte do Capitão de Abril Otelo Saraiva de Carvalho.
O juízo sobre a sua alma pertencerá definitivamente a Deus, mas se este país fosse justo Otelo Saraiva de Carvalho deveria ter morrido na prisão!
— André Ventura (@AndreCVentura) July 25, 2021
Governo sobre a morte de Otelo Saraiva de Carvalho
"Otelo Saraiva de Carvalho foi o coordenador operacional da ação militar do Movimento das Forças Armadas, que, no dia 25 de abril de 1974, derrubou o regime do Estado Novo, pondo fim à mais longa ditadura do século XX na Europa e abrindo caminho à democracia", referiu o Governo em comunicado.
"É ainda cedo para a História o apreciar com a devida distância"
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já reagiu também à morte de Otelo Saraiva de Carvalho, lembrando o papel central de comando na revolução do 25 de Abril e apresentando as condolências à família. "É ainda cedo para a História o apreciar com a devida distância", escreveu na nota enviada.
Lusa
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PCP regista papel no 25 de Abril
O PCP registou este domingo o papel de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril, considerando que o momento da sua morte "não é a ocasião para registar atitudes e posicionamentos que marcam o seu percurso político".
"Sobre o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho deve registar-se no essencial o seu papel no levantamento militar do 25 de Abril. O momento do seu falecimento não é a ocasião para registar atitudes e posicionamentos que marcam o seu percurso político", refere uma nota do gabinete de imprensa do PCP.
O Partido Comunista Português endereça ainda condolências à família e à Associação 25 de Abril.
Morte "acaba com uma época e uma utopia"
A ativista política e médica Isabel do Carmo lamentou a morte de Otelo Saraiva de Carvalho, considerando que, com o desaparecimento do militar e estratego do 25 de Abril de 1974, "acaba também uma época e uma utopia"
"Esta manhã [ao saber da notícia da morte] senti uma coisa, senti que acabou, que, com [a morte de] este homem, acaba também uma época, uma utopia. Senti isso, emocionalmente. Senti a perda, o desaparecimento. Já não vai ser possível falar com ele", afirmou Isabel do Carmo a agência Lusa.
Para a antiga dirigente do extinto do Partido Revolucionário do Proletariado (PRP), movimento que exerceu actividade clandestina através das suas Brigadas Revolucionárias (no PRP-BR), Otelo é, juntamente com Vasco Lourenço, "o dirigente do 25 de abril [de 1974], do Movimento dos Capitães e do derrube da ditadura".
"Símbolo de uma revolução" que libertou o país da ditadura
O comandante Manuel Begonha considera que Otelo Saraiva de Carvalho, que este domingo morreu, foi um dos grandes heróis do 25 de Abril e símbolo de uma revolução que libertou o país da ditadura.
"Apesar de termos tido algumas divergências, não quero deixar de manifestar a minha consideração e estima por um homem que foi, sem dúvida, um dos grandes heróis do 25 de Abril e símbolo de uma revolução que nos libertou de uma ditadura", afirmou Manuel Begonha à agência Lusa.
Para o comandante, "Otelo Saraiva de Carvalho foi um homem cativante, de diálogo fácil e de uma forte empatia, cuja presença não podia passar despercebida", referindo ainda que "alguns erros cometidos não apagam o essencial de uma figura notável do panorama político português".
"É, pois, com profundo pesar que registo a sua morte, apresentando à família e aos amigos os meus sentidos pêsames", acrescentou.
Carlos Matos Gomes destaca instinto de Saraiva de Carvalho em trazer povo para a revolução
O ex-militar Carlos Matos Gomes destacou o instinto de Otelo Saraiva de Carvalho, que hoje morreu, de trazer o povo para a revolução do 25 de abril, que sem ele teria sido apenas um golpe de estado militar.
"O grande relevo [de Otelo Saraiva de Carvalho] é o de ter tido o instinto de trazer o povo para a revolução, porque senão o 25 Abril teria sido um mero golpe de Estado militar", disse à agência Lusa Carlos Matos Gomes.
"Estou eternamente agradecido pelo papel determinante na implementação da democracia"
Luís Campos Ferreira recorda que Otelo "foi condenado devido às FP-25"
Revolução podia ter sido"mais violenta" sem Otelo
O militar de Abril Sousa e Castro disse que se não fossem as qualidades pessoais e militares de Otelo Saraiva de Carvalho, que faleceu hoje, aos 84 anos, a revolução poderia ter sido "mais violenta".
"Uma revolução paradigmática, que alcança os seus objetivos, derruba uma ditadura, e não produz vítimas ao Otelo se deve", afirmou Sousa e Castro em declarações à Lusa, lamentando a perda de "um amigo".
Raimundo Narciso, antifascista e ex-dirigente do PCP
"[Otelo Saraiva de Carvalho foi a] principal figura da revolução do 25 de Abril pelo seu papel na coordenação do movimento das Forças Armadas."
Carlos Matos Gomes, ex-militar
"O grande relevo [de Otelo Saraiva de Carvalho] é o de ter tido o instinto de trazer o povo para a revolução, porque senão o 25 Abril teria sido um mero golpe de Estado militar."
Isabel do Carmo, ativista política e médica
"Esta manhã [ao saber da notícia da morte] senti uma coisa, senti que acabou, que, com [a morte de] este homem, acaba também uma época, uma utopia. Senti isso, emocionalmente. Senti a perda, o desaparecimento. Já não vai ser possível falar com ele."
Nota do gabinete de imprensa do PCP
"Sobre o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho deve registar-se no essencial o seu papel no levantamento militar do 25 de Abril. O momento do seu falecimento não é a ocasião para registar atitudes e posicionamentos que marcam o seu percurso político."
Manuel Begonha, comandante
"Apesar de termos tido algumas divergências, não quero deixar de manifestar a minha consideração e estima por um homem que foi, sem dúvida, um dos grandes heróis do 25 de Abril e símbolo de uma revolução que nos libertou de uma ditadura."
Catarina Martins, coordenadora do BE
"Estratega do 25 de abril, Otelo Saraiva de Carvalho] será sempre lembrado como um dos libertadores de Portugal."
Rui Rio, presidente do PSD
"O dia da morte de Otelo Saraiva de Carvalho é momento para reconhecer o seu papel corajoso e decisivo no 25 de Abril e na conquista da liberdade."
Nota da Direção Nacional do Chega
"[Não se pode] esquecer hoje o papel perverso e destrutivo que Otelo Saraiva de Carvalho teve no Portugal pós-25 de Abril, bem como a mancha de sangue que deixou durante esse processo histórico em que foi um protagonista fundamental."
Sousa e Castro, militar de Abril
"Uma revolução paradigmática, que alcança os seus objetivos, derruba uma ditadura, e não produz vítimas ao Otelo se deve. Se fosse outro o comandante militar, provavelmente a conduta de operações e das próprias tropas em movimento poderia ter sido mais violenta [no 25 de Abril de 1974]."
Manuel Castelo-Branco, filho de uma das vítimas das FP-25
"Para muitos, morreu hoje o Capitão de Abril, para outros o responsável máximo do Copcoon, para mim morreu o homem que mandou matar o meu pai e mais 14 vitimas inocentes, um bebé, o Nuno de apenas quatro meses, o Henrique, o Diamantino, o Alexandre, o Álvaro, o Adolfo, o Agostinho, o Fernando, o José, o Evaristo e o Rogério."
Miguel Barbosa, vice-presidente do CDS-PP
"[Otelo foi] um dos principais obreiros do golpe de estado que ficou conhecido como a Revolução dos Cravos, o 25 de Abril de 1974. (...) [Mas o CDS não esquece]] Comando Operacional do Continente, os mandados de captura em branco e as vítimas mortais do terrorismo das FP25. Não esquecemos que Otelo Saraiva de Carvalho era o rosto de toda essa atrocidade."
Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho
"Expresso o meu pesar pela morte de Otelo Saraiva de Carvalho, que contribuiu de forma decisiva para a concretização da revolução de 25 de abril de 1974, através da sua liderança militar e capacidade estratégica, permitindo pôr fim à ditadura e abrir caminho à democracia em Portugal. Hoje evoco o seu papel na conquista da Liberdade."
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