Uma vida de cargos públicos.
O antigo líder do PS Eduardo Ferro Rodrigues, esta sexta-feira eleito presidente da Assembleia da República, chega a segunda figura do Estado Português aos 65 anos, depois de ter ocupado vários cargos públicos.
Eleito deputado à Assembleia da República pela primeira vez em 1985, ministro nos Governos socialistas liderados por António Guterres entre 1995 e 2001 e secretário-geral do PS entre 2002 e 2004, Ferro Rodrigues foi entre junho de 2011 e setembro de 2014 vice-presidente da Assembleia da República.
Com a eleição de António Costa como líder socialista, em novembro do ano passado - candidatura que apoiou contra a do ex-secretário-geral António José Seguro -, Ferro Rodrigues passou a presidir à bancada socialista, cargo que deverá neste início da atual legislatura ser ocupado pelo ex-presidente do Governo Regional dos Açores Carlos César.
Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues nasceu em 1949 em Lisboa, é licenciado em Economia e Finanças. Adepto ferrenho do Sporting e ligado inicialmente do ponto de vista político à ala "sampaísta" do PS, colaborou de perto com o anterior Presidente da República, Jorge Sampaio, quando este desempenhou as funções de secretário-geral do partido. Em 1989, pela direção socialista, negociou diretamente com o líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, o acordo de coligação PS/PCP para a Câmara de Lisboa - aliança autárquica que perdurou até 2001.
Liderança socialista
Na sequência da demissão de António Guterres dos cargos de primeiro-ministro e de secretário-geral do PS em dezembro de 2001 Ferro Rodrigues foi eleito praticamente sem oposição interna para a liderança dos socialistas.
Sob a sua liderança, o PS venceu as eleições europeias de junho de 2004 com cerca de 43 por cento dos votos.
Um mês depois, no entanto, acabou por se demitir da liderança do PS, na sequência de uma decisão de Jorge Sampaio, quando este convidou o PSD - então liderado por Pedro Santana Lopes - a formar Governo, sem eleições, na sequência da saída de Durão Barroso do cargo de primeiro-ministro para ocupar a presidência da Comissão Europeia. Na altura, Ferro Rodrigues defendia que Jorge Sampaio deveria dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas antecipadas e encarou a decisão do seu camarada do partido foi "uma derrota pessoal e política".
Durante a sua liderança no PS, 'rebentou' o escândalo Casa Pia, que levou à detenção e prisão preventiva por vários meses do então porta-voz socialista, Paulo Pedroso, que acabou por ser ilibado de todas as acusações.
O próprio Ferro Rodrigues viu o seu nome ser falado neste caso por duas das alegadas vítimas, que processou por difamação e calúnia, tendo deposto no julgamento como testemunha. Quando Paulo Pedroso se viu envolvido no escândalo, defendeu que o processo Casa Pia não passava de "um assassinato político" e advogou uma "teoria da cabala" contra os dirigentes socialistas.
Representante na OCDE
Depois de deixar a liderança do PS, Ferro Rodrigues assumiu em 2005 funções de representante permanente de Portugal junto da OCDE, em Paris, cargo que deixou em abril de 2011, para integrar a lista de deputados do PS.
No primeiro governo de António Guterres, entre 1995 e 1999, Ferro Rodrigues esteve à frente do ministério da Solidariedade e Segurança Social, onde foi responsável pela introdução do Rendimento Mínimo Garantido e pela reorganização da segurança social.
Em acumulação com a segurança social, assumiu também a pasta da Qualificação e Emprego, tornando-se ministro do Trabalho e Solidariedade em 1997.
Depois da tragédia de Entre-os-Rios, em 2001, que levou Jorge Coelho a demitir-se, Ferro Rodrigues foi empossado como ministro do Equipamento Social.
Fundador do MES
Casado e com dois filhos, Ferro Rodrigues foi membro cofundador do Movimento da Esquerda Socialista (MES) e inscreveu-se no PS em 1986, depois de seis anos a integrar o movimento 'Nova Esquerda', que apoiava criticamente os socialistas.
Antes do 25 de Abril esteve envolvido nas lutas estudantis, que o levaram a ser preso pela PIDE no 1.º de Maio de 1973 e passar 12 dias no forte de Caxias. A sua consciência política surgiu muito cedo, fruto de uma tradição liberal dentro da família.
Um dos acontecimentos mais marcantes para lhe despertar o espírito de contestação ao regime do Estado Novo foi ter assistido à carga policial da GNR sobre os apoiantes de Humberto Delgado que se juntavam no liceu Camões para assistir a um comício do "general sem medo", tinha Ferro Rodrigues apenas oito anos.
Clique para aceder ao Especial CM
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.