A edição de hoje
Correio da Manhã
JornalistaO ministro das Infraestruturas, João Galamba, foi ouvido esta quinta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à TAP. Galamba esteve mais de 7 horas a ser ouvido no Parlamento, onde respondeu a questões sobre a exoneração de Christine Ourmières-Widener, ex-presidente executiva da companhia, a reunião preparatória que tiveram em janeiro e sobre a exoneração do adjunto Frederico Pinheiro.
Na quarta-feira, Frederico Pinheiro e a chefe de gabinete, Eugénia Correia Cabaço, foram ouvidos na comissão. Frederico Pinheiro acusou ministério das Infraestruturas da tentativa de ocultação de documentos pedidos pela comissão e garantiu que nunca omitiu informação para a tomada de decisão política.
O ex-adjunto afirmou ainda que foi "ameaçado pelo SIS" e "injuriado e difamado pelo primeiro-ministro" e por João Galamba e garantiu que não agrediu ninguém. No final da comissão parlamentar de inquérito, Frederico Pinheiro entregou o telemóvel de serviço à CPI, que foi posteriormente entregue à Polícia Judiciária.
A chefe de gabinete de João Galamba foi ouvida após a audição de Frederico Pinheiro e desmentiu o que o ex-adjunto tinha dito, garantindo que Frederico Pinheiro a tinha agredido. Eugénia Correia Cabaço afirmou ainda que "nunca houve intenção de esconder a existência de notas".
Filipe Melo substitui André Ventura e gera debate na comissão de inquérito
Iniciou-se um debate sobre se o deputado Filipe Melo pode substituir André Ventura para intervir na comissão de inquérito.
O deputado do Bloco de Esquerda diz que Chega quer "lei à medida" e utiliza o termo "aldrabice".
Lacerda Sales interpreta a lei e diz que Filipe Melo não tem direito a falar.
Lacerda Sales pede que todos os emails que estejam em arquivo sejam enviados
O deputado Paulo Rios, do PSD, começa por perguntar a João Galamba se tem a certeza que Frederico Pinheiro quando entrou no Ministério estava exonorado e questiona ainda os resultados da TAP.
"Sim, tenho a certeza que estava exonorado, já expliquei porquê", responde João Galamba e repreende o deputado por descrever como "desvairadas" as funcionárias do Ministério que enfrentaram Frederico Pinheiro.
Paulo Rios de Oliveira exaltou-se e Lacerda Sales teve de intervir pedindo calma.
Sobre a IGF o ministro das Infraestruturas refere que não vai comentar temas nos quais não esteve envolvido e que não conhece sobre o que o ex-ministo das Finanças fez.
Lacerda Sales pede que todos os emails que estejam em arquivo sejam enviados.
"É possível que me peça um e-mail e que nós não tenhamos. Emails antes de eu ser ministro é possível que não enviemos porque não temos", afirma Galamba.
Galamba diz que turismo e economia são os responsáveis pelos "excelentes resultados da TAP"
Bruno Aragão, deputado do Partido Socialista, questiona João Galamba sobre plano de reestruturação da TAP, os cortes salariais e o regime fiscal.
"A melhoria face ao esperado é praticamente toda atribuída às receitas e não aos cortes salariais. O grande responsável pelos excelentes resultados da TAP, deve-se à recuperaçao muito significativa dos voos em Portugal, do turismo e da economia", responde João Galamba.
"Ouvi pessoas dizer que tivemos lucros em 2022 e agora prejuízos. O resultado da aviação é sazonal. O que importa aqui é a variação homóloga", acrescenta.
"Não houve nenhuma prioridade ao SIS", afirma ministro das Infraestruturas
O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, refere que há "uma enorme confusão" nas versões entre o ministro das Infraestruturas e a chefe de gabinete.
Pedro Filipe Soares afirma que há várias cronologias, dos acontecimentos do dia do despedimento de Frederico Pinheiro, consoante o dia em que as informações são dadas.
Questiona porque razão a PSP não fez, ou não lhe foi pedido para fazer, logo esforços para recuperar o computador de Frederico Pinheiro.
"A maioria das coisas que refere eu não tenho mais nada a acrescentar. Não houve nenhuma prioridade ao SIS, a prioridade foi chamar a PSP", afirma João Galamba.
"O segurança do ministério ligou à PSP, as minhas adjuntas ligaram à PSP, eu liguei", garante.
"A minha chefe de gabinete reportou que tinha sido levado um computador com informação classificada. Cumprimos o nosso dever, nada mais", acrescenta o ministro das Infraestruturas.
João Galamba: "A missão da nova gestao [da TAP] é cumprir o plano de reestruturação"
Ao começar a segunda ronda da comissão de inquérito, Bruno Dias do PCP coloca questões sobre a companhia aérea, a TAP, mais concretamente sobre "o presente e o futuro imediato".
"A missão da nova gestão é preparar a privatização […] ou é desta que o estatuto do gestor público vai ser respeitado", questiona Bruno Dias.
"A missão da nova gestao é cumprir o plano de reestruturação, conduzir bem o destino da TAP, negociar acordos da empresa compatíveis com a sustentabilidade da companhia", responde João Galamba.
"O que salvou os empregos da TAP foi a decisão do PS [Partido Socialista] salvar a TAP, o que permitiu salvar milhares de empregos", garante.
"Todos entenderam a urgência do momento, um sacrifício de todos pela viabilidade da TAP", continua o ministro das Infraestruturas.
"Não posso deixar de agradeçer todos o que trabalham na TAP. Todos os trabalhadores nas suas diferentes funções são fundamentais", acrescenta.
"O objetivo é que a companhia cresça. Não há viabilidade operacional sem viabilidade financeira", refere Galamba.
"Defender a TAP é o objetivo de todos. Teremos diferenças de opinião sobre o que é isso implica. A sustentabilidade financeira da TAP é condição essencial para os trabalhadores. Não temos dúvida dos conhecimentos que a nova comissão executiva tem para conduzir os negócios da TAP", admite.
Gabinete do primeiro-ministro disse a João Galamba para contactar o SIS
O deputado da Iniciativa Liberal, Bernardo Blanco, faz a sua intervenção continuando com o tema do telemóvel.
João Galamba não consegue dizer se foi antes ou depois do telefonema com ministra da Justiça que soube que Eugénia Correia Cabaço falou com o SIS.
O ministro das Infraestruturas afirma que não tem acesso ao plano de reestruturação no telefone nem no computador, mas que tem acesso a ele e já leu parte dele.
"Então a quem é que o pede quando precisa de o consultar", questiona Bernardo Blanco.
"Posso pedir a Frederico Pinheiro, eu não disse que não o tenho, disse que não tenho gravado no meu telefone, nem no meu computador", responde Galamba.
Bernardo Blanco questiona se João Galamba jé teve acesso a algum parecer jurídico sobre a possível venda da TAP.
O ministro das Infraestruturas refere que não viu o parecer concreto que Bernardo Blanco leu.
O deputado Bernardo Blanco insiste em quem disse para contactar o SIS, João Galamba responde que "foi o gabinete do primeiro-ministro", o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes.
João Galamba relata que a ordem de chamadas no seu telemóvel são para Frederico Pinheiro (para exoneração, às 20h40), depois dois telefonemas para o MAI (21h10), mais duas chamadas para a chefe de gabinete (21h13 e 21h30), uma chamada para o secretário de Estado adjunto (21h52) e uma última para a ministra da Justiça (22h53).
André Ventura garante que João Galamba está a mentir na comissão de inquérito
André Ventura insiste que João Galamba entregue todos os contactos e mensagens com Frederico Pinheiro.
"Tenho toda a disponibilidade para fazerem as perícias que entenderem no meu telefone nos exatos termos que ontem foram referidos pela minha chefe de gabinete", responde João Galamba.
"Não me leve a mal. Está a estabelecer relação entre dois factos que não têm ligação. Já foram dadas amplas explicações sobre o alegado apagão no telefone de Frederico Pinheiro. Há uma versão mais diferente e, a meu ver, mais credível. Ninguém tentou apagar nada. Era exatamente o oposto. Estavam à procura de mensagens que Frederico Pinheiro diz que não tinha porque a CEO da TAP tinha a modalidade de apagar mensagens, continua João Galamba.
"Não entrego o meu telefone para verificar o que aconteceu no telefone de Frederico Pinheiro. Considero esse pedido abusivo. O meu telefone não é chamado para essa verdade", acrescenta.
"Não queremos o telefone, queremos as mensagens com Frederico Pinheiro. Pode fazer print às conversas. Ninguém lhe fica com o telefone", responde André Ventura.
João Galamba não entrega o telefone à comissão de inquérito, mas afirma que tem toda a diponibilidade para colaborar com perícias.
"O senhor ministro está a mentir nesta comissão de inquérito", afirma André Ventura.
Ministro das Infraestruturas afirma que não referiu o MAI na conferência de 29 de abril
André Ventura continua a questionar o ministro das Infraestruturas e pergunta se na conferência de 29 de abril não tinha dito que ligou para o Ministério da Administração Interna (MAI).
"Não ligou ao Marcelo", continua André Ventura.
"Liguei ao meu colega de Governo que tutela a PSP. Falei com diretor nacional da PSP. Depois falei com a ministra da Justiça por causa da PJ. O contacto com os SIS não foi feito por mim", garante João Galamba.
"Reconhece que se esqueceu de referir o MAI", questiona o líder do Chega e o ministro das Infraestruturas confirma que não referiu.
"Calor dos acontecimentos. As pessoas cometem erros. Há coisas que podiam ter sido feitas de melhor forma. Há certas coisas que a chefe de gabinete se recorda agora que na altura não se recordava", afirma João Galamba.
André Ventura quer saber o porquê de a PSP deixar Frederico Pinheiro sair normalmente.
João Galamba afirma que diretor da PSP pode confirmar relato que fez.
Ao falar sobre o apagão no telefone e as mensagens que trocou com Frederico Pinheiro, João Galamba refere que o "telefone esteve sempre na posse de Frederico Pinheiro".
"Não tive envolvimento nisso. Estavam a tentar recuperar mensagens. Quem manuseou e quem fez foi Frederico Pinheiro. Há múltiplas testemunhas, incluindo o informático", afirma Galamba.
"Um telefone apagado no seu Ministério é grave", garante André Ventura.
"Não vou comentar documentos classificados", afirma Galamba sobre email que André Ventura não pode ler na íntegra
O líder do Chega, André Ventura começa a sua intervenção relembrando que a ex-CEO da TAP disse que a iniciativa das reuniões partiu do Ministério das Infraestruturas e questionando a João galamba se a ez-CEO mentiu.
"Que me lembre da declação, ela não é tal e qual como disse. Não considero que tenha mentido [a ex-CEO]", responde João Galamba.
André Ventura diz que há um e-mail com João Galamba com conhecimento em que se refere que a ausência de comunicação de duas tutelas é fragilidade para o Estado, um documento que não pode ser lido na íntegra.
"Não vou comentar documentos classificados", diz João Galamba.
"Como se sente um socialista em despedir alguém pelo telefone", pergunta André Ventura.
"Os socialistas valorizam o código do trabalho, mas isso é irrelevante para a exoneração em causa", responde ministro das Infraestruturas.
O líder do Chega pergunta se o ministro das Infraestruturas se demitia caso fosse provado a falta de articulação entre o ministério das Infraestruturas e das Finanças, mas João Galamba não responde à questão colocada.
João Galamba desmente Frederico Pinheiro e garante que foi o ex-adjunto que o ameaçou ao telefone
João Galamba continua a responder às questões de Paulo Rios de Oliveira.
O deputado do PSD questiona se existiam notas, ou não, nas reuniões de dia 16 e 17 de janeiro.
"Se o meu gabinete sempre tivesse sabido e tivesse a tal decisão de não as divulgar era um pouco estranho dia 24 dizer que afinal tinha notas. Há testemunhas. Podem perguntar. Não há uma única testemunha de Frederico Pinheiro. Não tem factos que o comprovem , nem testemunhas que o sustentem", responde João Galamba.
"Que sentido tinha Frederico Pinheiro inventar notas se não tivesse notas? Não faz mais sentido a tese de que combinaram não divulgar", questiona o deputado do PSD.
"O senhor acredita na história que quiser acreditar", assevera o ministro das Infraestruturas desmentindo aquilo que Frederico Pinheiro disse na comissão de inquérito na quarta-feira.
"Se atender aos detalhes do que foi relatado, às provas, às testemunhas [...] o meu gabinete tudo fez para entregar tudo", afirma.
"Não há contradições. Há duas versões que não batem certo uma com a outra. Mas uma é baseada em factos e em testemunhas e outra não é", continua João Galamba.
"Nego categoricamente que tenha ameaçado Frederico Pinheiro. Mas afirmo que fui ameaçado por Frederico Pinheiro", remata.
"Se havia alguém muito exaltado naquele telefonema, não era eu", afirma.
Fundamentação para destituição da ex-CEO da TAP foi o relatorio do IGF
O deputado do PSD, Paulo Rios de Oliveira, começa a sua intervenção por dizer que "já chega de canções de embalar".
Paulo Rios, questiona em que João galamba se baseia "para concluir que tem todas as condições para continuar no cargo".
"Não cabe no objeto da comissão, mas tenho todo o gosto em respoder", afirma João Galamba.
Questionado sobre a exoneraçao da ex-CEO da TAP, o ministro das Infraestruturas assevera que "os membros do Governo falam entre si quando tomam decisoes".
"Os ministros falaram. Os ministros decidiram", garante.
João Galamba afirma que falou com o novo ceo na segunda-feira e foi aí que lhe garantiu o salário igual ao da CEO.
O ministro não lei todos os anexos do relatório da Inpeção Geral de Finanças (IGF), mas afirma que "o trabalho foi bem feito".
"Tenho uma grande jurísta, a minha chefe de gabinete é uma extraordinaria júrista", afirma.
A fundamentação jurídica para a destituição dos dois administradores foi o relatorio do IGF.
Frederico Pinheiro "desobedeceu" e "mentiu" ao ministro das Infraestruturas
Questionado pelo deputado do Partido Socialista sobre a exoneração de Frederico Pinheiro, João galamba afirma que foi por "comportamentos incompativeis".
"Fredrico Pinheiro desobedeceu a instruções da chefe de gabinete, mentiu a colegas e a mim. Foi por todo o comportamento entre o dia 24 e o dia 26. Entendi que era meu dever exonorá-lo imediatamente", afirma.
"Espero que a perícia da PJ nos ajude", acrescenta.
"Não falámos de qualquer manipulação e ocultação ao parlamento", diz João Galamba sobre reunião com ex-CEO da TAP
O deputado Bruno Aragão do Partido Socialista começa a sua intervenção. Questiona sobre alegada pressão à comissão de vencimentos.
"É dificil exercer pressão sobre um parecer que se desconhece", afirma João Galamba.
Ao ser questionado sobre a reunião com a ex-CEO da TAP, a 16 de janeiro, João Galamba confirma a reunião e diz que foi solicitada pela mesma.
"É típico reunir", questiona Bruno Aragão.
"Sim, aliás penso que é o dever. [...] Considero perfeitamente normal. O que nao teria sido normal era eu nao ter reunido com a CEO", repete Galamba.
"Que assuntos abordou", continua o deputado do Partido Socialista.
"Não falámos de qualquer manipulação e ocultação ao parlamento", garante João Galamba.
Questionado sobre quem pediu que a ex-CEO participasse na reunião de dia 17 de janeiro João Galamba responde que "quer na reuniao de dia 16, quer, depois, na participação da reunião no dia 17" foi Frederico Pinheiro, informando a chefe de gabinete.
Vencimento do novo CEO da TAP é igual ao da anterior
João Galamba afirma que o vencimento do novo CEO da TAP é igual ao da anterior.
"Ainda não tive tempo de tratarmos deste problema. O que eu sei é que houve essa questão e que terá que ver com o parecer sobre os salários. É isso que eu sei", afirma.
João Galamba diz que não se recorda se falou do SIS à ministra da Justiça.
O ministro das Infraestruturas continua a responder às questões colocadas por Pedro Soares Dias.
João Galamba diz que não se recorda se falou do SIS à ministra da Justiça.
"Não me recordo mesmo se falei do SIS ou do SIRP. De qualquer forma, o telefonema foi para pedir para me por em contacto com a Polícia Judiciária", afirma.
"Contactei os meus colegas de Governo que tutelam a PSP e a PJ, foi isto, não me recordo se falei do SIS ou do SIRP".
Ministro João Galamba diz que não faz "ideia" de quem deu pordem para encerrar o Ministério das Infraestruturas
O deputado do Bloco de Esquerda pergunta sobre quem deu ordem para encerrar o Ministério das Infraestruturas.
João Galamba responde que não faz a "pequena ideia" porque estava em casa.
Pedro Filipe Soares insiste e remete para as declarações da chefe de gabinete na quarta-feira na comissão de inquérito.
O ministro das Infraestruturas afirma que existem cinco testemunhas e que ele não é uma delas. Apenas recebeu um telefonema da chefe de gabinete perturbada a relatar as agressões.
"Estou preocupado é com as acusações que têm multiplas testemunhas, que é a agressão", garante João Galamba.
"Aquilo que não me sai da cabeça é o telefonema de uma pessoa que tinha levado pancada. É essa a minha preocupação", afirma.
"Eu não menti ao País", garante João Galamba sobre reuniões preparatórias com ex-CEO da TAP
O deputado do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares, começa por dizer que João Galamba já não deveria ser ministro e acusa-o de mentir na CPI.
O deputado pergunta se João galamba omitiu informação à comissão e se mentiu sobre a reunião entre a CEO.
João Galamba diz que não percebe a pergunta e o deputado repete.
O ministro das Infraestruturas remete para o primeiro comunicado que fez.
"Eu não menti ao país. O comunicado era 100% válido. Se quiser especificar onde está a mentira, terei todo o gosto em responder", afirma Galamba.
"O que disse no comunicado mantém-se válido. A reunião foi normal. Tal como outras reuniões em que o senhor deputado participou. Estas reuniões são normais. Sempre aconteceram", garante.
"Eu fui informado da vontade da senhora Christine [ex-CEO] em participar na reunião. Que me pergunta, ou melhor, transmite ao meu ex-adjunto que desejava participar na reunião. E foi-me perguntado, foi-me dito que ela desejava participar na reunião e eu disse que sim", acrescenta.
"Entendo ter cumprido o meu dever ao aceitar essa reunião. Entendo ter falhado com o meu dever se não tivesse acedido ao pedido urgente da CEO da TAP", continua João Galamba.
"Eu não tinha nada para falar sobre o caso Alexandra Reis com a CEO da TAP. Não tinha nada a manipular ou a dizer sobre o assunto", assevera.
Deputado do Bloco de Esquerda continua a insistir: "diz que não mentiu, é uma forma de ver a realidade, não é a forma correta".
"Se eu quisesse esconder ao País, não tinha sido eu a contar ao País. Discordo do senhor deputado. Não houve qualquer mentira. Quem divulgou a reunião fui eu. Nunca me foi perguntado", garante Galamba.
"Na reunião de dia 16, a CEO da TAP estava muito nervosa. Se eu tivesse ido à reunião preparatória é que poderia haver algum tipo de condicionamento", diz.
Galamba nega que tenha havido pressão do ministério sobre demissão do presidente da comissão de vencimentos
O deputado do PCP continua as perguntas. O presidente da comissão de vencimentos demitiu-se.
João Galamba afirma que tomou conhecimento da demissão na madrugada.
O ministro das Infraestruturas, cita a Sábado que tinha dito que terá sido por pressões do ministério. "Nego categoricamente que tenha havido qualquer pressão do ministério das Infraestruturas. Não houve qualquer contacto", afirma.
"O que o Governo está a fazer é implementar um plano de reestruturação", refere Galamba sobre privatização da TAP
O deputado do PCP, Bruno Dias, questiona a João Galamba o processo de privatização da TAP.
"Não estará na altura de reconhecer que a TAP só sobrevive enquanto for uma empresa pública", questiona Bruno Dias.
"Parar, por isso, com os processos de privatiazação", acrescenta.
João Galamba agradece que lhe "faça perguntas sobre a TAP". As privatizações passadas [...] foram remendos com parceiros pouco fiáveis e com modelos de negócio pouco sustentáveis".
"O que o Governo está a fazer é implementar um plano de reestruturação. Resolução do conselho de ministros onde se procura avaliar a TAP. E depois será publicado decreto-lei onde será enquadrada a privatização", garante.
João Galamba não tem depoimento inicial
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, não tem depoimento inicial, ao contrário de Frederico Pinheiro na comissão de inquérito de quarta-feira.
Comissão de Inquérito pede imagens de videovigilância do ministério de 26 de abril
A comissão de inquérito à TAP decidiu esta quinta-feira pedir as imagens do sistema de videovigilância do Ministério das Infraestruturas da noite de 26 de abril na qual terá havido agressões entre elementos do gabinete do ministro João Galamba.
O pedido foi feito pelo Chega através de um requerimento aprovado com a abstenção do PS e PCP.
Antes da audição do ministro das Infraestruturas, João Galamba, foram aprovados três requerimentos com pedidos do BE e do Chega.
No caso do Chega, foi aprovado um requerimento para "requisição de imagens provenientes do sistema de videovigilância nas instalações do Ministério das Infraestruturas, na noite de 26 de abril", que teve a abstenção do PS e do PCP e os votos a favor dos restantes partidos.
Apesar de viabilizar a aprovação do requerimento, o PS sinalizou que se trata "claramente de matéria criminal" e o PCP referiu que "não tem a ver com a gestão da TAP, mas com outro tipo de problemas".
Segundo o texto aprovado, é solicitado ao presidente da comissão de inquérito à TAP que "tome as diligências necessárias para que seja ordenada a conservação das referidas imagens de videovigilância, cujo prazo legal de conservação se encontra próximo do fim".
"Sejam tomadas as diligências necessárias para que as referidas imagens sejam remetidas a esta CPI, bem como devem ser requeridos os relatórios médicos que existam decorrentes das agressões que alegadamente se terão verificado e os relatórios policiais resultantes dos contactos feitos pelas alegadas vítimas", acrescenta o mesmo texto.
No requerimento, o Chega refere que na audição do adjunto exonerado de João Galamba, Frederico Pinheiro "afirmou ter sido agredido por quatro funcionárias do ministério, na noite de 26 de Abril, quando tentava abandonar o local com o computador portátil que lhe havia sido confiado".
"Por sua vez, quando a audição ainda decorria, as pessoas visadas por Frederico Pinheiro nas suas declarações emitiram um comunicado, dando nota que este havia prestado declarações falsas, na medida em que teria sido este a agredir algumas das funcionárias, tendo inclusivamente uma delas se deslocado aos serviços de urgência médica naquela madrugada", contrapõe.
Foram ainda aprovados dois requerimento do BE, sendo pedido à Ernst&Young a versão preliminar ou final, bem como todos os documentos de suporte, relativos à auditoria aos prémios e remunerações pedido pela TAP e também à Parpública e Ministério das Finanças "a pasta de transição entregue pela Parpública aquando da entrada em funções do XXI Governo Constitucional".
Lusa
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Começa a comissão parlamentar de inquérito
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, entra na sala do parlamento para responder às perguntas dos deputados.
"Garanto que não estava na sala quando a chefe de gabinete ligou ao SIS", diz Galamba
João Galamba indica que não deu ordem para que a chefe de gabinete ligasse ao SIS. "Garanto que não estava na sala quando a chefe de gabinete ligou ao SIS. Eugénia ligou por iniciativa", diz o ministro das Infraestruturas.
"Quando entrei no Ministério das Infraestruturas, fui a conduzir o meu carro, estive muito tempo numa sala com os polícias", explica o ministro.
Sobre a chamada do Secretário de Estado, João Galamba refere que na chamada com Mendonça Mendes tem quase a certeza que estava em casa. "Garanto que não estava com a chefe de gabinete nem lhe transmiti antes de ela ligar ao SIS", esclarece.
Ministro diz que não sabia que ex-adjunto também chamou a polícia
João Galamba esclarece que quando chegou ao ministério das Infraestruturas e viu os agentes da polícia no local, não sabia que Frederico Pinheiro também tinha chamado as autoridades.
"Não sei o que é o protocolo de segurança", diz Galamba sobre toda a polémica com o ex-adjunto e o computador. "Fizemos tudo o que achamos que era adequado", acrescenta.
O ministro esclarece ainda que sobre as fotocópias que Frederico Pinheiro tirava no Ministério, que o gabinete está a tentar saber de que documentos se tratavam.
João Galamba diz que na reunião com a ex-CEO da TAP esteve o ministro, o ex-adjunto e Galamba e a diretora jurídica da TAP.
"Está muito claro para mim o comportamento de todas as pessoas", diz. "Não vou abrir nenhum inquérito para apurar o que aconteceu [no Ministério]", acrescenta.
O deputado do PSD Paulo Rios questiona o ministro como consegue dormir sabendo que o Presidente da República divergiu da opinião de António Costa quanto à permanência do ministro no Governo. "Acordo todos os dias com o dever e obrigação de fazer o meu trabalho. Valorizo a confiança do primeiro-ministro", esclarece Galamba.
"A videovigilância vai revelar a que horas entrei no Ministério", revela.
terminou
Terminou a audição de João Galamba na Comissão de Inquérito. O ministro terminou a intervenção a dizer que apenas reportou a António Costa que foi relatado o incidente com o computador ao SIS e que, a partir desse momento, não poderia dizer mais nada porque o caso foi entregue à entidade competente.
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