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Jorge Pinto condena divulgação de escutas a Costa e pede ao PGR que seja "mais vocal" em relação à Operação Influencer

Candidato presidencial defendeu que escutas "devassam a vida privada".

04 de dezembro de 2025 às 17:18

O candidato presidencial Jorge Pinto defendeu esta quinta-feira que não se podem normalizar escutas que "devassam a vida privada" e sua divulgação na comunicação social, pedindo ao procurador-geral da República (PGR) que seja "mais vocal" em relação à Operação Influencer.

Em declarações aos jornalistas, à entrada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (Nova FCSH), Jorge Pinto manifestou-se surpreendido pela divulgação das escutas ao ex-primeiro-ministro António Costa pela revista Sábado, considerando estar em causa "o uso e abuso de escutas telefónicas".

"[As escutas] são uma ferramenta poderosa, uma ferramenta certamente importante em fases determinantes da investigação, mas que precisamente pela sua importância têm de ser usadas com parcimónia. Nós não podemos ter escutas que são mais uma devassa da vida privada, seja quem for a pessoa", argumentou.

O candidato presidencial apoiado pelo Livre considerou que não pode ser normalizado "ouvir a vida de alguma pessoa e depois passar ainda para a comunicação social conversas que não têm qualquer relevância em relação à investigação em causa", defendendo que o chefe de Estado "deve ter um posição muito clara em relação a isto".

Questionado sobre o que esperava ver feito pelo PGR, Amadeu Guerra, o candidato considerou que "no mínimo dos mínimos" deveria ser "mais vocal em relação àquilo que acha sobre este caso em concreto", porque está em causa uma operação (Operação Influencer) que "levou à queda de um primeiro-ministro, que teve como consequência a dissolução da Assembleia da República e eleições antecipadas".

"Dois anos depois de tudo isto ter acontecido, nós continuamos sem um avanço verdadeiro na investigação. Não é sustentável. Um país estar suspenso durante mais de dois anos, depois de uma decisão que levou à queda da Assembleia da República e que não haja ainda um avanço substancial na investigação", frisou.

Jorge Pinto enfatizou que "é preciso haver, de uma vez por todas, uma consciencialização coletiva de todos" os agentes políticos e cidadãos de que "há algo muto profundo que é preciso fazer ao nível da justiça".

O candidato a Belém disse ainda esperar que a divulgação destas escutas "não queira significar em nenhuma instância uma tentativa do poder judicial de se querer também ele tornar um poder político".

"A separação de poderes vai em dois sentidos. O poder político não se vai imiscuir no poder judicial, da mesmíssima maneira que o poder judicial não pode querer, por ação ou por omissão, imiscuir-se no poder político. Um Presidente da República deve ser muito claro nisto. Esta separação de poderes é essencial. E ela é essencial precisamente porque deve ir nos dois sentidos, tanto do poder político como do poder judicial", disse.

O candidato do Livre foi também questionado sobre o processo de recolha de assinaturas para formalizar a candidatura, tendo adiantado que já foi ultrapassado o número mínimo obrigatório de 7.500, que serão entregues em breve, em data a anunciar.

Jorge Pinto, que esteve na Nova FCSH para assistir a um seminário sobre a filósofa Hannah Arendt, disse querer, nesta ação, contactar com os universitários e aprender mais sobre o legado de Hannah Arendt, uma das principais pensadoras sobre o totalitarismo.

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