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Manuel Alegre: “É com exageros que criamos Bolsonaros”

Histórico socialista diz que a democracia está posta em causa.

08 de novembro de 2018 às 10:06

"Fanatismo é fascismo. É com estes exageros que criamos Bolsonaros; o querer impor comportamentos, que levam à revolta contra o sistema." É desta forma que Manuel Alegre sustenta ao CM o apelo que fez ao primeiro-ministro para que não deixe que se "discrimine" a tauromaquia.

Numa carta aberta a António Costa, publicada no jornal ‘Público’, o histórico do PS insurge-se contra a manutenção do IVA a 13% para as exibições tauromáquicas, ao contrário de outros espetáculos culturais, que veem o imposto cair para 6% com o Orçamento do Estado para 2019.

A decisão da ministra da Cultura, justificada "por uma questão de civilização", tem gerado polémica em vários setores e leva agora Alegre a questionar: "Que civilização é essa de que fala Graça Fonseca?", disse ao CM.

"Em causa está uma questão de cultura e de gosto, mas, fundamentalmente, uma questão de liberdade. A democracia fica em causa quando nos impõem comportamentos", acrescentou o poeta, que, na carta aberta ao chefe do Governo, defende também que o PS não pode apoiar o discurso do deputado do PAN por calculismo político.

"Um deputado, um só, traz milhares de portugueses inquietos. Isto não é normal nem saudável numa democracia pluralista", escreve. André Silva considera que esta posição é "infeliz e irresponsável".

Decisão de ministra divide opiniões na bancada do PS

Em defesa da medida estiveram Rocha Andrade e Tiago Barbosa Ribeiro. Contudo, a esmagadora maioria da bancada é contra a abolição das touradas. O projeto do PAN nesse sentido só teve 8 votos a favor e 12 abstenções do PS.

Alegre rejeita demissão, mas pede "bom senso"

Manuel Alegre considera que a manutenção do IVA apenas para os espetáculos de tauromaquia coloca em causa a democracia. "É uma questão de liberdade, não é uma questão de gostar ou não gostar. Não é uma coisa que se possa impor por decreto", disse ao CM

Ainda assim, o histórico socialista considera que seria precipitada a demissão da ministra da Cultura, conforme já pediram várias associações de aficionados. "Deve haver diálogo e bom senso", defende Alegre.

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