Luís Montenegro falava na homenagem a Aníbal Cavaco Silva que assinala os 40 anos da sua primeira tomada de posse como primeiro-ministro.
O primeiro-ministro assumiu esta quarta-feira que Cavaco Silva é a sua referência e inspiração para a ação governativa, dizendo que, tal como o antigo chefe do Governo, sente a responsabilidade de ser "um farol para o país".
Luís Montenegro falava na homenagem a Aníbal Cavaco Silva, na residência oficial em São Bento, que assinala os 40 anos da sua primeira tomada de posse como primeiro-ministro, a 6 de novembro em 1985.
Depois de há alguns dias ter dito que, do ponto de vista ideológico e de pensamento político o atual Governo PSD/CDS-PP é "sá-carneirista", hoje apontou outra inspiração para a sua forma de governar.
"Quero aqui dizer, sem nenhum problema, pelo contrário, com muito gosto, que do ponto de vista da inspiração governativa, da forma de estar, lidar e executar a tarefa de coordenação do Governo, a nossa e a minha referência e inspiração é precisamente Aníbal Cavaco Silva", afirmou.
E acrescentou: "Como ele, hoje sentimos a responsabilidade de sermos um farol para dar ao país uma orientação para o rumo que queremos seguir, como fez Cavaco Silva há 40 anos atrás, com o intuito de não deixar nenhum português para trás, com o intuito de dar a todos as mesmas oportunidades", disse Montenegro, apontando várias semelhanças entre os seus governos e os executivos cavaquistas.
Montenegro agradeceu a Cavaco Silva essa inspiração que exige ao Governo estar "à altura da mesma responsabilidade num contexto diferente", encontrando mais semelhanças do que diferenças, como a necessidade de dotar o país de "infraestruturas estratégicas", de retirar carga burocrática do Estado, mas também no apoio ao Estado social.
"Tal como na década de 80 e de 90, há na nossa sociedade a obrigação de garantir uma verdadeira igualdade de oportunidades, de garantir que a escola pública não deixa ninguém para trás, de garantir que o nosso sistema de saúde consegue acudir com capacidade de resposta às necessidades dos cidadãos", disse, traçando mais semelhanças na urgência de responder ao problema da habitação.
Montenegro realçou ainda a necessidade de, tal como naquela altura, Portugal precisar de credibilidade para "ter um papel ativo e interventivo no contexto europeu e internacional".
"Nós hoje somos um país ouvido e respeitado. Nós hoje somos um país que, não obstante a sua dimensão territorial e económica, vai muito mais além do que essa dimensão na capacidade de intervir e poder conduzir o rumo dos acontecimentos", afirmou.
Para tal, Montenegro apontou como justificação o facto de "o país ter um Governo confiável", bem como estabilidade social, económica e financeira "que pode ombrear à escala europeia com qualquer um".
"Eu sei que é hoje um bocadinho estranho dizer, mas Portugal é capaz de ter uma respeitabilidade económica e financeira hoje superior às grandes potências económicas da Europa e da União Europeia. Não é se calhar, tem. E isso é um trabalho que, passe a expressão, dá muito trabalho", afirmou.
Montenegro classificou Cavaco Silva como "um político que teve uma relação com o povo português como mais nenhum outro teve até hoje, que foi sufragado pelo povo português como mais nenhum outro foi até hoje".
"Não obstante às vezes algumas imagens a quererem - sobretudo na praça pública e na comunicação social - evidenciar uma relação de maior afastamento, a verdade é que chamados a pronunciarem-se, sem nenhum intermediário, os portugueses disseram 'é em si que nós confiamos, é nas suas ideias, nos seus propósitos, nos seus projetos'", afirmou.
Montenegro saudou ainda a mulher do antigo chefe de Estado e do Governo, Maria Cavaco Silva, pelo seu percurso profissional mas também político, e o fotojornalista Rui Ochôa, autor da exposição fotográfica intitulada "Aníbal Cavaco Silva: uma década em imagens - O Primeiro-Ministro que transformou Portugal", que poderá ser visitada em São Bento aos fins de semana.
Nesta sessão, que decorreu na Sala da Lareira, participaram os ministros do atual Governo e vários antigos governantes de Cavaco Silva, como o atual candidato presidencial Luís Marques Mendes, a conselheira de Estado Leonor Beleza ou a antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite.
Eduardo Catroga, João de Deus Pinheiro, Teresa Patrício Gouveia, Faria de Oliveira e Mira Amaral foram outros dos convidados da cerimónia.
Atrás do púlpito, esteve uma fotografia da tomada de posse de Cavaco Silva, conferida pelo então Presidente da República Ramalho Eanes e onde é também possível ver o seu antecessor na chefia do Governo, o socialista Mário Soares.
Aníbal Cavaco Silva foi primeiro-ministro durante 10 anos, entre 1985 e 1995, tendo conquistado duas maiorias absolutas em eleições legislativas. Entre 2006 e 2016 exerceu funções como Presidente da República.
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