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Montenegro diz que barracas têm ressurgido mais em autarquias socialistas e comunistas

Primeiro-ministro salientou que este tipo de habitação tinha sido "erradicada por um governo com a mesma inspiração ideológica".

30 de setembro de 2025 às 15:51

O líder do PSD afirmou esta terça-feira que as barracas e bairros de lata têm ressurgido sobretudo em autarquias socialistas e comunistas, defendendo que os presidentes de câmara sociais-democratas "não ficam a olhar" para este problema.

Luís Montenegro falava num almoço com todos os autarcas do distrito de Lisboa, a que só faltaram os independentes Isaltino Morais (Oeiras) e Sérgio Galvão (Torres Vedras) e no qual se centrou, sobretudo, nos problemas da habitação e segurança na Área Metropolitana de Lisboa.

"Estas candidaturas que nós aqui temos não são dos que ficam a olhar e observar o renascimento de núcleos de barracas. Não há que ter problemas de falar nas palavras como elas são: de barracas, de bairros de lata", afirmou.

O também primeiro-ministro salientou que este tipo de habitação tinha sido "erradicada por um governo com a mesma inspiração ideológica", referindo-se aos executivos liderados por Cavaco Silva.

"Voltaram devagarinho, aqui e ali, nesta margem e naquela do lado lá, a ressurgir, sobretudo - tem que se dizer também - em câmaras governadas pelo Partido Socialista e pelo Partido Comunista. É muito curioso observar que este novo movimento de ressurgimento de bairros de lata e de barracas aconteceu em municípios geridos pelo Partido Socialista e pelo Partido Comunista", acusou.

Montenegro voltou a fazer a defesa das recentes medidas do Governo na área da habitação, salientando que os apoios fiscais à construção para arrendamento cobrem rendas "a partir de 400 euros" e até 2.300 euros e referiu que em muitos concelhos do distrito de Lisboa muitos não conseguem pagar as rendas elevadas que aí se praticam.

"Nós estamos a falar muitas vezes daqueles que depois reclamamos para os nossos serviços. Sim, estamos a falar de polícias, sim, estamos a falar de professores, sim, estamos a falar de médicos, sim, estamos a falar de enfermeiros", exemplificou, considerando que se estes profissionais não conseguirem habitação nos grandes centros, depois não se poderão exigir serviços públicos com "rapidez e eficiência".

"Eu quero que o país perceba que nós estamos a agir de A a Z para haver precisamente esta garantia de eficácia, esta garantia de eficiência em todos os contextos territoriais do país", afirmou, apelando aos autarcas para ajudarem nesta tarefa de explicar as medidas do Governo.

Depois de o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, lhe ter pedido mais polícias para reforçar a segurança na capital, o primeiro-ministro voltou a apontar este valor como essencial na atividade económica, sobretudo para o turismo.

"A segurança não pode ser um bem para que nós olhamos e contemplamos, em termos de análise quantitativa face à realidade de outros países", disse, defendendo a necessidade de fazer também uma análise qualitativa, por regiões e tipos de crime.

Montenegro advertiu que, mesmo na comparação com outros países, Portugal "já esteve melhor do que é hoje".

Por essa razão, rejeitou que ao colocar a segurança como um eixo central da política do Governo, com "mais polícia na rua, que se veja, mais operações especiais de combate a crimes, que se vejam", o executivo "não está a contribuir para o alarme social".

"Estamos a contribuir para a garantia de que um país que ainda é um dos mais seguros do mundo não deixe de o ser", frisou.

A agenda do PSD no primeiro dia oficial de campanha para as eleições de 12 de outubro terminou com este almoço com autarcas de Lisboa na zona de Belém, com Luís Montenegro a regressar à estrada apenas na sexta-feira, já que participa, como primeiro-ministro, no Conselho europeu informal em Copenhaga, na quarta e quinta-feira.

Nesses dias, a volta nacional autárquica do PSD será assegurada pelo secretário-geral, Hugo Soares, e pelo eurodeputado Sebastião Bugalho.

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