Líder comunista salientou que se tratam de "crimes de ódio", que merecem a "condenação total" do PCP, e destacou a "atuação muito rápida das forças policiais".
O secretário-geral do PCP advertiu esta segunda-feira que está "um monstro à solta", reagindo ao que considerou terem sido "crimes de ódio" no Porto, e defendeu que é preciso responsabilizar quem o alimenta.
Em declarações aos jornalistas na sede nacional do PCP, em Lisboa, após uma reunião com a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Paulo Raimundo foi questionado sobre os ataques a imigrantes que aconteceram na madrugada desta sexta-feira no Porto.
Na resposta, o líder comunista salientou que se tratam de "crimes de ódio", que merecem a "condenação total" do PCP, e destacou a "atuação muito rápida das forças policiais", assim como a "participação e resposta popular que foi dada contra esse crime de ódio".
"Nós não podemos tornar habitual o monstro que anda à solta e cada um que assuma as responsabilidades da força que dá ao monstro", destacou Paulo Raimundo.
Para o secretário-geral do PCP, "ninguém pode deixar de ser responsabilizado por estar a alimentar o monstro", que depois "rebenta nas mãos, como rebentou".
"Infelizmente, não é o único caso. Estamos a falar sobre crimes de ódio. (...) Que sejam julgadas rapidamente essas pessoas e, se for caso disso, condenados. Dificilmente não serão", afirmou.
Questionado sobre a ameaça do Chega de apresentar uma queixa contra o Presidente da República pelo crime de "traição à pátria", por ter defendido reparações às ex-colónias, Paulo Raimundo disse que o PCP não acompanha essa ideia e também "não a quer alimentar".
"Alimento para isso já há muito todos os dias, é as parangonas do telejornal... Isso não contribui para nada, só contribui para outros problemas com os quais nos confrontamos todos os dias, e com os quais nos confrontámos no sábado passado", disse.
Nestas declarações aos jornalistas, o líder do PCP foi também interrogado sobre as declarações do autarca do Porto, Rui Moreira, que pediu esta segunda-feira que a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) seja extinta, por considerar que "continua morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios".
Na resposta, Paulo Raimundo disse que o partido considerou que a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi "uma precipitação", mas "o problema neste momento não está se o SEF foi mal extinto ou não, ou se a AIMA foi ou não bem constituída".
"O problema são os mais de 400 mil processos que continuam a acumular-se com as vidas suspensas de muitas pessoas. Há pessoas que estão, neste momento, a caducar a sua autorização de residência", salientou.
O secretário-geral comunista defendeu que, perante este cenário, a solução deve passar por tomar medidas excecionais, como propôs o PCP, que passem por reforçar os recursos humanos para que "resolvam de uma vez por todas os 400 mil processos".
"Porque estamos a falar de 400 mil vidas penduradas. Alguns neste momento estão formalmente ilegais: há pessoas que estão hoje a confrontar-se com problemas na vida, no dia-a-dia, porque não conseguem fazer um seguro, um contrato de trabalho, porque estão numa situação de ilegalidade da qual não têm nenhuma responsabilidade", afirmou.
Na madrugada de sexta-feira, a PSP foi alertada cerca da 01:00 para uma agressão no Campo 24 de agosto, no Porto, contra dois imigrantes por um grupo de quatro ou cinco homens que fugiu antes da chegada dos agentes, especificou o porta-voz da polícia, indicando que os dois agredidos foram assistidos no Hospital São João.
Cerca de 10 minutos mais tarde, na Rua do Bonfim, 10 imigrantes foram atacados, na habitação onde estavam, por um grupo de 10 homens, munidos com paus e, alegadamente, com uma arma de fogo, o que a PSP ainda não conseguiu confirmar, referiu a mesma fonte.
Ainda segundo o porta-voz, pelas 03:00, na Rua Fernandes Tomás, outro imigrante foi também agredido, por outros suspeitos, sendo que um deles usava uma arma de fogo.
Na sequência destas agressões, seis homens foram identificados e um foi detido por posse de arma ilegal, tendo sido presente a tribunal e ficado em prisão preventiva.
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