Para o líder comunista, é importante que as investigações que estão em curso, com buscas na Madeira, nos Açores e no continente, "se esclareçam o mais rapidamente possível".
O secretário-geral do PCP afirmou, esta quarta-feira, que o presidente do Governo regional da Madeira deve ponderar se tem condições para continuar no cargo e considerou que o caso é "um exemplo concreto" da subordinação do poder político ao económico.
"O senhor presidente do Governo da Madeira, face às questões que estão em cima da mesa, até comparando com questões anteriores, deve refletir se tem ou não condições de prosseguir a sua governação", afirmou Paulo Raimundo em declarações aos jornalistas à frente do Palácio da Justiça, em Lisboa, depois de ter entregado as listas da CDU para as legislativas por aquele círculo eleitoral.
Para o líder comunista, é importante que as investigações que estão em curso, com buscas na Madeira, nos Açores e no continente, "se esclareçam o mais rapidamente possível".
"É do interesse de todos que assim seja", defendeu, acrescentando que não se devem tirar "conclusões precipitadas".
O secretário-geral do PCP considerou que, apesar de este processo só ter horas, está "assente em questões que têm décadas", referindo-se em particular ao facto de "o poder político estar subordinado ao poder económico".
"Esta é que é a razão funda das grandes questões que estão aí colocadas: a promiscuidade, o compadrio, as negociatas", defendeu, considerando que essa situação se verifica em todo o país, mas "é muito evidente" na Madeira, devido ao "esquema montado da Zona Franca, com toda a negociata que isso envolve".
"Este caso - não estou a falar do ponto de vista criminal e judicial, porque o processo está em andamento - é um exemplo concreto do facto de a vida de cada um de nós, da vida da maioria do nosso povo, estar dependente não das decisões políticas, mas dos grupos económicos, a decidir, com as suas marionetas, como é que vai ser a vida de cada um", afirmou.
Questionado sobre qual é o impacto que este caso pode ter na credibilidade da classe política junto dos cidadãos, depois de António Costa se ter também demitido na sequência de suspeitas judiciais, Paulo Raimundo respondeu: "É um desastre, é a descredibilização total".
Raimundo referiu que tem sempre dito para não contarem com o PCP "para alimentar questões laterais", mas observou que "esta não é uma questão lateral, é uma questão central", voltando a insistir que mostra uma subordinação do poder político ao económico, ao contrário do que estipula a Constituição.
O líder do PCP referiu que isso se verifica em situações "que podem eventualmente ser ilegais, podem levar a crime, mas também tem expressões que, roçando a legalidade, são do ponto de vista, pelo menos moral, condenáveis".
"Vou-lhe dar um exemplo concreto: quando nós estamos todos apertados, (...) o Governo, de forma legal, no Orçamento do Estado, decide atribuir 1.600 milhões de euros em benefícios fiscais aos grupos económicos. No mínimo, há aí uma imoralidade que é preciso constatar", sublinhou.
Interrogado se acha que este tipo de casos pode fazer crescer o Chega, Paulo Raimundo respondeu que "pode fazer crescer todos aqueles que estão empenhados na procura de uma vida melhor, na procura de soluções para a sua vida".
"Não é dar votos a esses partidos que vai melhorar a sua vida. O que esses partidos querem é aproveitar todas as potencialidades e possibilidades que se abrem para encherem, para depois fazerem tudo o contrário do que estão a prometer agora", criticou.
A Polícia Judiciária (PJ) está a realizar cerca de 100 buscas na Madeira, nos Açores e em várias regiões do continente, por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder, entre outros, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Entretanto, o Ministério Público revelou que as investigações que levaram à realização destas buscas envolvem titulares de cargos políticos do Governo da Madeira e Câmara do Funchal por suspeita de favorecimento indevido de sociedades/grupos.
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