Costa diz que não foi possível ajudar candidatos a cumprir critérios necessários.
O primeiro-ministro, António Costa, admitiu esta quinta-feira o "fracasso das instituições europeias" em negociações de adesão à União Europeia (UE) que duram há quase 20 anos, por não terem conseguido apoiar os países candidatos a preencher os critérios.
"Acho que se tem de gerir [o processo] com responsabilidade e com verdade. A frustração de muitos dos países dos Balcãs Ocidentais tem toda a razão [porque] quando há um país que, ao fim de 20 anos, não cumpre ainda os critérios de adesão, a falha não é só do país, é também um fracasso das instituições europeias que não foram capazes de se organizar no apoio a esse país para poder preencher os critérios", declarou o chefe de Governo, falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, à margem de uma cimeira europeia em Bruxelas.
Falando depois de os líderes da UE terem aprovado a atribuição de estatuto de candidato à Ucrânia, António Costa insistiu que, "quando há países que já cumprem todos os critérios e que estão bloqueados no avanço das negociações porque o seu processo negocial está ligado a um outro processo negocial que está bloqueado por razões de conflitos bilaterais entre países, em troca, essa frustração existe".
"Eu compreendo particularmente a forma como o primeiro-ministro da Albânia expressou a sua frustração relativamente à forma como o seu processo está bloqueado, como um efeito indireto do processo da Macedónia do Norte", admitiu, depois de críticas irónicas do chefe de Governo albanês.
"Portanto, aquilo que a UE tem que tirar é aprender com as lições dos seus próprios erros e, mais uma vez insisto que todos aqueles que esta quinta-feira aprovaram o estatuto de país candidato para a Ucrânia e para a Moldávia tenham bem presente esta lição amarga", exortou António Costa.
O primeiro-ministro português pediu, assim, que se evitem "novos problemas à frente" nas novas negociações, "dotando a União, quer com a estrutura institucional, quer orçamental, para poder acomodar este alargamento que agora se projeta".
A Ucrânia e a Moldova juntaram-se esta quinta-feira a um grupo alargado de países candidatos à adesão à UE, alguns dos quais há muito na 'fila de espera' para entrar no bloco europeu, sem quaisquer progressos nos últimos anos.
Após a 'luz verde' dada esta quinta-feira pelos 27 chefes de Estado e de Governo da UE à concessão do estatuto de países candidatos a Kiev e Chisinau, tal como recomendado pela Comissão Europeia, Ucrânia e Moldova juntam-se a Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro, Sérvia e Turquia como candidatos, e 'ultrapassam' Kosovo e Bósnia-Herzegovina, ainda "potenciais candidatos", enquanto à Geórgia foi dada somente para já uma "perspetiva europeia".
Na manhã desta quinta-feira, à chegada para uma reunião de líderes da UE e dos países dos Balcãs Ocidentais que antecedeu o Conselho Europeu, o primeiro-ministro albanês aconselhou a Ucrânia a "não se iludir" com promessas de adesão, lembrando precisamente o penoso trajeto do seu país e de outros da região.
"É bom que seja dado o estatuto [de país candidato à UE] à Ucrânia, mas espero que o povo ucraniano não se encha de ilusões. A Macedónia do Norte é candidata há 17 anos, se não me perdi nas contas, e a Albânia há oito, então boas-vindas à Ucrânia", disse Edi Rama em tom irónico.
Edi Rama não se perdeu nas contas, já que a então Antiga República Jugoslava da Macedónia recebeu o estatuto de país candidato em 2005, e 17 anos volvidos aguarda ainda pelo arranque formal das negociações, mesmo depois de já ter mudado de nome, para Macedónia do Norte, para ultrapassar um diferendo com a Grécia. De pouco serviu, pois nos últimos anos tem sido a Bulgária a bloquear a abertura formal das conversações, devido a disputas linguísticas.
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