Esta foi a primeira deslocação aos Estados Unidos de Mohammad bin Salman desde 2018.
O Presidente da República assinalou esta quarta-feira, em Leiria, existir uma mudança de posição dos Estados Unidos da América em relação à Arábia Saudita ao comentar a presença do futebolista português Cristiano Ronaldo na Casa Branca.
Questionado pelos jornalistas sobre o facto de o jogador ter surgido numa espécie de operação de branqueamento de uma figura que está associada, inclusive, ao assassínio de um jornalista, numa referência ao príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, o chefe de Estado disse "haver uma mudança na política americana relativamente a um determinado Estado, volvidos muitos anos".
"Mas é uma mudança muito sensível da política americana, por razões que têm a ver aparentemente com a conjuntura. O que nós podemos entender é que aquilo que era e durante muito tempo foi a posição de um determinado Estado mudou e agora é uma posição diferente", referiu, à margem do Encontro PME Inovação, promovido pela COTEC Portugal.
Segundo o chefe de Estado, a posição da primeira administração de Donald Trump "era uma, continuou com o seu sucessor, agora mudou, é uma opção dos Estados Unidos da América".
"Não me vou pronunciar sobre ela, a posição portuguesa já é conhecida, é a mesma desde há não sei quantos anos", adiantou.
À pergunta se não é um embaraço para Portugal o capitão da seleção fazer parte da comitiva de um outro país, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que isso o ultrapassa.
"Isso diz respeito às condições, que não conheço, dos convites para a Casa Branca. Eu estive numa audiência, chefe de Estado - chefe de Estado, não sei como é que são outro tipo de receções ou de convites em visita de Estado ou fora de visita de Estado", observou.
Antes, interrogado sobre o que lhe pareceu a imagem de Ronaldo surgir como um embaixador da Arábia Saudita, o Presidente da República reconheceu que o futebolista é um génio, sendo que Portugal deve "imensíssimo em termos de prestígio" ao jogador.
"O facto de ele ser conhecido no mundo e de ser conhecido a todos os níveis não é uma novidade", destacou, referindo que, em 2018, quando foi recebido na Casa Branca pelo Presidente Donald Trump na primeira administração deste falaram sobre o jogador português.
"Ele não percebia muito de futebol, mas que o filho sabia e gostava de futebol (...). Ele dizia 'o meu filho diz-me que o Ronaldo é um grande jogador', eu disse 'não é um grande jogador, é o melhor jogador do mundo'".
O futebolista Cristiano Ronaldo participou esta quarta-feira num jantar oferecido pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tornando-se no terceiro desportista português a realizar uma visita oficial à Casa Branca.
O jantar ocorreu no mesmo dia em que o chefe de Estado norte-americano recebeu o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammad bin Salman, também presidente do fundo de investimento maioritário do Al Nassr, clube pelo qual Ronaldo atua.
Esta foi a primeira deslocação aos Estados Unidos de Mohammad bin Salman desde 2018, ano do assassínio do jornalista e dissidente saudita Jamal Khashoggi, pelo qual Washington responsabilizou bin Salman na altura.
O jogador já havia manifestado interesse em encontrar-se com Trump numa entrevista recente ao jornalista britânico Piers Morgan, divulgada em 06 de novembro: "É uma das pessoas que quero conhecer, gostava de ter uma boa conversa com ele. É alguém de quem gosto mesmo porque é uma das pessoas que consegue fazer as coisas acontecer".
Desde a sua chegada à Arábia Saudita, em 2023, Ronaldo tem assumido um papel de promoção do país e o encontro com o Presidente norte-americano coincidiu com a primeira visita de Mohammad bin Salman a Washington em sete anos.
Cristiano Ronaldo junta-se ao maratonista Carlos Lopes, em 1984, e ao basquetebolista Neemias Queta, em 2024, entre os desportistas portugueses a visitar oficialmente a Casa Branca.
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