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Presidente do Governo da Madeira diz que greve geral é "despropositada"

Governante madeirense defendeu ser necessário "começar a pensar em qual é o mundo em que estamos a viver".

10 de dezembro de 2025 às 14:35

O presidente do Governo Regional da Madeira (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, considerou esta quarta-feira que a greve geral convocada para quinta-feira é "despropositada" face às necessidades de haver uma economia mais competitiva.

"Acho que, neste momento, temos de assegurar os serviços mínimos. Acho que, neste momento, esta greve é completamente despropositada. É a minha opinião", disse o chefe do executivo madeirense aos jornalistas.

A greve geral de quinta-feira foi convocada pela CGTP-IN e pela UGT contra a proposta de revisão do Código do Trabalho e será a primeira paralisação conjunta das duas principais centrais sindicais desde junho de 2013, quando Portugal estava sob intervenção da 'troika'.

O governante madeirense defendeu ser necessário "começar a pensar em qual é o mundo em que estamos a viver".

No seu entender, "o mundo mudou", sendo preciso "ter uma economia competitiva" e "ter mais flexibilidade em todas as áreas - na área da produtividade, na área laboral -, o que não significa que os direitos dos trabalhadores não tenham de ser assegurados".

Miguel Albuquerque acrescentou que "a configuração da própria empresa em si mudou muito", pelo que é "muito importante a concentração naquilo que é fundamental, que é Portugal continuar a crescer economicamente e continuar a assumir um papel importante de acréscimo da produtividade, de crescimento da economia".

"Estas greves vêm apenas causar efeitos disruptivos em todo o funcionamento da nossa sociedade", sustentou.

O líder madeirense argumentou que as convocações [de greves] acontecem porque "muitos dos sindicatos são condicionados pelo Partido Comunista e grande parte das greves são espoletadas para fins partidários quando um governo de centro-direita está no poder, porque quando um é um governo de esquerda existem poucas greves".

Albuquerque apontou que o novo pacote laboral "introduz algumas das regras que a maioria dos países europeus já têm e Portugal tem de acompanhar esta evolução".

O presidente do Governo Regional da Madeira argumentou que "a Europa, em 1990, tinha 20% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial e neste momento tem 14%", indicando ser imprescindível "olhar para a realidade e não fazer como a avestruz", porque "Portugal está a competir numa economia global".

"Só vão aumentar os salários quando houver maior produtividade", enfatizou, reforçando ser necessário haver um Estado social e que "ninguém fica desprotegido" no sistema existente na Europa, ao contrário do que acontece noutros países de diversos continentes, como América do Norte e Ásia.

Contudo, o presidente insular defendeu que "tem havido uma grande desinformação" sobre as normas e conteúdo do projeto da nova lei laboral, porque grande parte das matérias são as que "grande parte dos países europeus" têm.

"Há sempre grande capacidade negocial", vincou, recordando que na Madeira tem havido negociações com os trabalhadores e mencionou o acordo alcançado na terça-feira com a hotelaria da região, que determinou um aumento de 6% no valor das remunerações dos trabalhadores, um valor "justo" face ao crescimento deste setor no arquipélago.

Miguel Albuquerque insistiu ser preciso que Portugal tenha "normas adequadas ao crescimento económico".

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