Os dois recusam cenários de eleições antecipadas ou receios de moções de censura.
O presidente do Governo Regional dos Açores e o líder do Chega garantiram esta sexta-feira existir estabilidade governativa, recusando cenários de eleições antecipadas ou receios de moções de censura após a retirada de confiança a um deputado daquele partido.
"Não vivo de temores, mas de responsabilidades. Não esperem de mim uma gestão de temores [relativamente a eventual moção de censura]. Não vi especial perturbação parlamentar e conheço o nível de responsabilidade dos envolvidos nestes acordos para a afirmação de um novo paradigma na governação dos Açores", afirmou o presidente do Governo, José Manuel Bolieiro (PSD/CDS-PP/PPM), depois de ser questionado pelos jornalistas no fim de uma reunião com o líder nacional do Chega em Ponta Delgada.
Após o encontro no Palácio de Sant'Ana, sede da presidência do Governo Regional, André Ventura garantiu não ser "vontade do Chega, nem do seu presidente ou da sua organização regional, que haja lugar a eleições antecipadas", até porque "fazer o contrário seria fazer a vontade ao PS regional e nacional".
"O Chega preza a estabilidade e o afastamento do PS da governação", disse Ventura.
"Não contem connosco para nenhuma iniciativa ou desestabilização que leve ao regresso dos socialistas à governação", vincou.
Ventura disse ter lembrado Bolieiro sobre a importância de avançar em projetos contemplados no acordo de incidência parlamentar com o Chega, como o novo gabinete de luta contra a corrupção e a redução da subsidiodependência, uma "batalha fundamental".
Bolieiro notou que o Governo Regional não só "continua na expetativa de fazer" como "tem trabalho realizado no cumprimento integral dos acordos celebrados".
O presidente do Governo manifestou-se seguro de chegar a bom porto com a solução governativa de que o Chega faz parte.
"Esta palavra do líder nacional do Chega quanto à aposta na estabilidade é tranquilizadora. Estive sempre tranquilizado. Estamos mutuamente a fazer este esforço, o caminho está assegurado. Vamos chegar, com certeza, a bom porto", afirmou.
Quanto a propostas do Chega, Ventura disse estar "preocupado e vigilante com algumas matérias" e que Bolieiro "mais uma vez" o "tranquilizou".
"O Chega apresentará uma proposta global com metas claras e um quadro calendarizado para acabar com subsidiodependência e promover a inclusão para o trabalho", revelou.
"Vamos apresentar este documento para garantir apoio à solução governativa que tem sido feita", vincou.
Ventura, que está nos Açores desde o início da semana, referiu ter-se cruzado com empresários que se queixam de não haver mão-de-obra e "muita gente a viver de subsídios".
O líder do Chega indicou ter voltado a "insistir em relação às relações familiares dentro do Governo", tendo recebido "garantias de que não há relações familiares diretas" e que Bolieiro está "muito vigilante".
José Manuel Bolieiro manifestou "satisfação" por, "com honra e dignidade, garantir o cumprimento dos compromissos" assumidos no acordo de incidência parlamentar com o Chega.
"Foi acertado num acordo direto [entre Bolieiro e Ventura]. É responsabilidade mútua, tal como fizemos na elaboração e colaboração do programa do Governo, fazer cumprir e atingir as metas dos acordos celebrados", indicou.
Para o presidente do Governo Regional, está em causa "um relacionamento transparente, direto" e "com sentido de responsabilidade".
A Comissão de Ética do Chega vai propor a expulsão de Carlos Furtado, o ex-líder regional açoriano, que perdeu a confiança política do presidente do partido mas não renunciou ao mandato de deputado na Assembleia Legislativa Regional.
A informação foi divulgada pelo Chega na sua página oficial da Internet, onde indica "que a suspensão provisória do militante tem ainda efeitos quanto a todos os mandatos e funções do visado, bem como quanto à sua capacidade eleitoral ativa e passiva", observa ainda o Chega na página da Internet.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos elegeram 26 deputados nas eleições regionais de 2020, assinaram um acordo de governação e um acordo de incidência parlamentar com o Chega, que alcançou dois mandatos no sufrágio.
O PSD assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Iniciativa Liberal (IL), pelo que, com o apoio dos dois deputados do Chega, a coligação de direita somava 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores.
Estando em causa um número suficiente para atingir a maioria absoluta (o PS elegeu 25 deputados, o BE dois e o PAN um), o representante da República indigitou José Manuel Bolieiro como presidente do Governo Regional, no dia 07 de novembro de 2020.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados, sendo que, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do Chega, dois do PPM, dois do BE, uma da Iniciativa Liberal e um do PAN.
Na quarta-feira, Carlos Furtado revelou que ia passar à condição de independente, sem renunciar ao mandato, como pretendia o líder nacional do partido, que naquele dia lhe retirou a confiança política.
Furtado prometeu manter, como independente, os acordos de incidência parlamentar que o Chega assumiu com o atual governo de coligação PSD, CDS e PPM.
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