Ministra da Justiça anunciou as residências artísticas, que envolvem um grupo de jovens detidos em Leiria e um grupo de mulheres reclusas em Tires.
Reclusos das prisões de Leiria e Tires vão realizar obras de arte em duas residências artísticas promovidas no âmbito do projeto internacional do Vaticano "As Portas da Esperança", que junta arte com reinserção social.
A ministra da Justiça anunciou esta quarta-feira as residências artísticas, que envolvem um grupo de jovens detidos em Leiria e um grupo de mulheres reclusas, "todas elas mães", em Tires.
O anúncio de Rita Alarcão Júdice foi feito, remotamente, na conferência de imprensa para apresentação do projeto internacional "As Portas da Esperança", promovido pela Fundação Pontifícia Gravissimum Educationis do Dicastério para a Cultura e a Educação do Vaticano.
"Planeámos duas residências artísticas. Uma com o artista [moçambicano] Ilídio Candja no Estabelecimento Prisional de Leiria, que trabalha com jovens reclusos (...). A outra residência está a decorrer com a artista [portuguesa] Fernanda Fragateiro, no estabelecimento prisional feminino de Tires", salientou.
De acordo com a governante, a primeira residência, que decorre no Estabelecimento Prisional de Leiria, envolve jovens reclusos na criação de uma peça de arte que ficará em permanência no espaço exterior da prisão, sendo também produzida uma segunda obra a oferecer a uma instituição de ensino superior.
Já a segunda residência, que se realiza no Estabelecimento Prisional de Tires, está a desenvolver, com as reclusas mães, uma intervenção artística destinada a humanizar e enriquecer o espaço onde vivem com os seus filhos até aos 3 anos.
Os resultados destas iniciativas serão apresentados em 28 de novembro, data aguardada "com muita expectativa", afirmou a governante.
O projeto, que une "arte, esperança e reinserção social", é promovido pela Fundação Jornada Mundial da Juventude, pela plataforma de divulgação de artistas Zet Gallery e pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
A criação de residências artísticas surge depois de o prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação do Vaticano, José Tolentino Mendonça, ter interpelado a ministra da Justiça portuguesa durante uma visita à prisão feminina da Giudecca, em Roma, na participação da Santa Sé na Bienal de Veneza de 2024.
"A adesão a este repto foi imediata e sem qualquer hesitação. O entusiasmo de poder ter o Ministério da Justiça de Portugal a participar no Jubileu da Esperança, através deste ambicioso projeto, foi total e é contagiante", afirmou a ministra.
Com estas iniciativas, as prisões de Leiria e Tires transformam-se em laboratórios de criação e humanidade, onde a arte se torna uma chave simbólica para abrir as portas da esperança.
Na sua intervenção, Rita Júdice sublinhou a importância da arte como força inspiradora de justiça e de aperfeiçoamento humano. Para a responsável, a arte "faz crescer o desejo de justiça", ao promover valores e comportamentos que dignificam e elevam o ser humano.
A governante lembrou ainda que o Ministério da Justiça tutela cerca de 13 mil pessoas privadas de liberdade, que se preparam para o regresso à sociedade, sublinhando que o sistema prisional português é "um sistema humanista".
Além das prisões portuguesas, o projeto internacional está a decorrer nas prisões italianas de Veneza, Milão, Roma, Nápoles, Lecce, Reggio, Palermo e Bréscia. Dois serão concluídos até ao fim do ano: na prisão masculina de Milão e na prisão feminina de Lecce.
Na conferência de imprensa, José Tolentino Mendonça recordou que também é um projeto que "quer tocar o coração e a consciência das pessoas que estão por fora das prisões, da sociedade civil".
O cardeal português defendeu a continuidade internacional do projeto em colaboração com autoridades penitenciárias e com o mundo da comunicação, de forma a transformá-lo num espaço de debate civil e cultural, sublinhando que a inspiração do Papa Leão XIV impulsiona o fortalecimento da consciência social e humana no centro do pensamento contemporâneo.
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