Socialistas consideram que o documento não responde à principal preocupação dos lisboetas: "o custo de vida".
O PS na Assembleia Municipal de Lisboa votará contra o orçamento do município para 2026, proposto pela liderança PSD/CDS-PP/IL, revelou esta sexta-feira o grupo socialista, afirmando que a proposta orçamental falha na redução do custo de vida dos lisboetas.
"O grupo municipal do PS vai votar contra o orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2026, por considerar que o documento não responde à principal preocupação dos lisboetas: o custo de vida", afirmou o líder da bancada socialista, Pedro Pinto de Jesus, em declarações à agência Lusa.
Para o PS, principal partido da oposição à liderança PSD/CDS-PP/IL, o orçamento proposto prevê "uma redução significativa do investimento", nomeadamente na habitação, nas escolas, nos equipamentos sociais e na saúde.
Pedro Pinto de Jesus considerou que se trata de uma opção política do executivo liderado por Carlos Moedas (PSD), "que não aproveita a margem orçamental existente para reforçar o investimento público em áreas essenciais à vida quotidiana das famílias e da classe média".
O orçamento municipal para 2026, proposto pela liderança PSD/CDS-PP/IL, que prevê uma despesa de 1.345 milhões de euros (ME), ligeiramente inferior aos 1.359 ME previstos para este ano, foi aprovado na quarta-feira pela câmara, com o apoio do Chega, que votou a favor, tendo a restante oposição -- PS, Livre, BE e PCP -- votado contra.
A votação na Assembleia Municipal de Lisboa (AML) está agendada para 13 de janeiro e prevê-se que o orçamento seja viabilizado com os votos a favor do Chega, partido que disse já que seria coerente com o sentido de voto na câmara, até porque se optasse pela abstenção a proposta seria rejeitada.
À semelhança do executivo camarário, a AML tem uma maioria de direita, com 32 eleitos de PSD/CDS/IL e seis do Chega, num total de 38 deputados, enquanto as forças políticas de esquerda totalizam 37 mandatos, designadamente 30 eleitos de PS/Livre/BE/PAN e sete da CDU-PCP/PEV.
De acordo com o líder do PS na AML, "o orçamento reflete uma governação condicionada por uma coligação informal à direita, entre PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e Chega, cujas prioridades não correspondem às necessidades estruturais da cidade".
O socialista Pedro Pinto de Jesus reforçou a ideia que "a câmara escolhe investir menos", inclusive reduz em cerca de 40% o investimento em habitação, com uma diminuição significativa da dotação das empresas municipais Gebalis (responsável pela gestão dos bairros municipais) e SRU -- Sociedade de Reabilitação Urbana (promotora de obras na cidade).
"O voto contra do PS é um voto coerente com os principais anseios da cidade. Não poderíamos aprovar um orçamento que reduz a dotação para a habitação e adia investimentos fundamentais na reabilitação das escolas de Lisboa", realçou o socialista, afirmando que o PS será uma oposição "exigente e coerente" com o programa que apresentou aos lisboetas nas eleições autárquicas de 12 de outubro.
Numa publicação nas redes sociais, o PS na AML refere que "Lisboa precisa de ambição, visão e cuidado, não de um orçamento ancorado numa coligação entre o Chega, PSD, IL e CDS", acrescentando que o social-democrata Carlos Moedas foi eleito como "o presidente moderado", no entanto "hoje governa preso a uma coligação informal de extremos".
Este é o primeiro orçamento municipal do atual mandato (2025-2029), proposto pela nova gestão PSD/CDS-PP/IL, sob presidência do reeleito Carlos Moedas (PSD), que continua a governar Lisboa sem maioria absoluta.
No anterior mandato (2021-2025), os quatro orçamentos da liderança PSD/CDS-PP (a IL não integrava o executivo municipal, nem o Chega) foram aprovados graças à abstenção do PS, tendo a restante oposição, inclusive PCP, BE e Livre, votado contra.
Atualmente, o executivo municipal, que é composto por 17 membros, integra oito eleitos da coligação PSD/CDS-PP/IL, os únicos com pelouros atribuídos, e nove vereadores da oposição, designadamente quatro do PS, dois do Chega, um do Livre, um do BE e um do PCP.
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