Secretária de Estado dos Assuntos Fiscais afirma que se mantém a trajetória de "aproximação" entre o imposto cobrado mensalmente e o IRS final.
O PS quer que o Governo esclareça o impacto da redução das retenções na fonte do IRS nos próximos meses, para clarificar se há uma descida "excessiva" que implicará um acerto maior em 2026.
Numa pergunta apresentada esta segunda-feira na Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso, a bancada do PS diz que foi "sem surpresa" que acompanhou as "análises às novas tabelas que apontam para uma nova redução excessiva das retenções na fonte" e, por isso, quer que o ministro das Finanças esclareça por escrito se os contribuintes poderão, ou não, vir a receber um reembolso mais baixo em 2026 ou mesmo ser chamados a entregar um montante adicional de imposto por causa das alterações agora introduzidas nas tabelas.
Simulações feitas pela consulta PwC para a Lusa mostram que as novas tabelas vão, em regra, reduzir os reembolsos ou aumentar o valor a entregar pelos contribuintes na hora do acerto do imposto em 2026.
Com base nos cálculos conhecidos nos últimos dias, o grupo parlamentar do PS quer saber se o Governo tem "informação sobre se estas tabelas de retenção na fonte vão, em média, aumentar ou diminuir os acertos a realizar" e se "haverá mais ou menos pessoas a ter de acertar em excesso o imposto a pagar" do que aconteceu este ano relativamente ao IRS de 2024.
A bancada socialista lembra que, já em 2024, quando o IRS desceu a meio do ano, o primeiro governo de Luís Montenegro fez uma "redução excessiva" do desconto mensal, criando "a ilusão, em vésperas de apreciação da proposta orçamental para 2025, de uma descida de impostos muito significativa" e, agora, acredita que o executivo "optou por reeditar a fórmula" à beira das eleições autárquicas.
O PS refere-se ao facto de o Ministério das Finanças ter aprovado duas tabelas de retenção, umas para os meses de agosto e setembro (com taxas especialmente mais baixas para compensar as retenções feitas de janeiro a julho com valores mais altos) e outras para o período de outubro, novembro e dezembro (com taxas mais baixas do que as atuais, mas superiores às de agosto e setembro).
No caso das tabelas a aplicar nos salários e pensões a pagar em agosto e setembro, há mesmo alguns contribuintes que têm uma retenção de 0% e outros que pagarão menos de 10 euros, por contraponto a valores acima de 100 euros nos meses regulares.
Para o PS, "nada obstaria a que a correção do efeito retroativa da descida do imposto, entre janeiro e julho, tivesse lugar de forma mais faseada entre agosto e dezembro (cinco meses), ao invés de concentrado nos dois meses anteriores às eleições autárquicas". Por isso, quer conhecer o impacto orçamental desta opção e, simultaneamente, esclarecer de que forma terá impacto no bolso dos contribuintes agora e mais tarde.
O PS pede informação a Joaquim Miranda Sarmento sobre "o impacto orçamental efetivo" resultante da aplicação das tabelas em cada um dos dois momentos, pergunta "qual é a estimativa de impacto da redução das retenções na fonte nos reembolsos de IRS em 2026" e quer saber "como é que essa estimativa influencia o saldo orçamental previsto para esse ano".
A bancada questiona ainda se "existe fundamentação técnica que justifique o desvio entre o impacto orçamental resultante da aplicação das tabelas de retenção e aquele que foi anunciado pelo Governo e que decorre da alteração às taxas do imposto". Se a resposta for um "sim", o PS desafia o Governo a disponibilizar "essa documentação à Assembleia da República".
O PS pergunta ainda "por que motivo optou o Governo, pela segunda vez, por concentrar os acertos aos descontos feitos antes da redução das taxas do IRS em dois meses, em vez de os diluir nos cinco meses remanescentes do ano".
Num desafio ao Governo, e atendendo às simulações conhecidas e ao que se verificou no IRS de 2024, pergunta igualmente se o executivo admite "avisar antecipadamente os contribuintes de que poderão vir a ter de fazer um acerto na coleta de IRS" quando fizerem a liquidação do imposto.
Quando divulgou as novas tabelas na semana passada, a secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte, afirmou à Lusa que se mantém a trajetória de "aproximação" entre o imposto cobrado mensalmente e o IRS final.
"Aquilo que pode acontecer é que o acerto final, que só é feito neste caso em 2026, possa não corresponder exatamente ao dos anos anteriores, por causa dos acertos nas retenções. Mas isso é bom: significa que as pessoas têm o seu dinheiro no seu bolso antecipadamente, através do acerto nas retenções", afirmou.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.