page view

PS quer contribuir para estabilidade mas compete ao Governo dizer se aceita condições, diz Carneiro

José Luís Carneiro falava no final de uma reunião de pouco mais de uma hora com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre o Orçamento do Estado para 2026.

Atualizado a 18 de setembro de 2025 às 18:46

O secretário-geral do PS assegurou esta quinta-feira que tem como objetivo "contribuir para a estabilidade política", mas compete ao primeiro-ministro dizer se aceita as condições colocadas pelos socialistas para olhar para o conteúdo do Orçamento do Estado.

José Luís Carneiro falava no final de uma reunião de pouco mais de uma hora com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre o Orçamento do Estado para 2026, que decorreu na residência oficial.

"O nosso primeiro objetivo é contribuir para a estabilidade política, porque é isso que os nossos cidadãos, é isso que as empresas, é isso que a nossa economia, é isso que as nossas condições de vida exigem", declarou.

Para tal, o líder do PS reiterou que há certas matérias que devem ficar fora do Orçamento.

"O Governo tem que garantir que matérias como as leis laborais, a revisão da lei de bases do Serviço Nacional de Saúde, as questões da segurança social e a política fiscal são tratadas fora daquilo que tem que ver com o perímetro do Orçamento", disse.

Questionado se já lhe foram dadas estas garantias, Carneiro disse que "o primeiro-ministro ficou de refletir".

"Depois responderá, por altura da apresentação do Orçamento, ou se entender mais cedo, a estas condições que nós colocamos", afirmou, dizendo que não ficou previsto outro encontro entre os dois até esse momento.

Já questionado se faz depender a continuação das conversas de uma exclusividade negocial -- depois de o Chega já ter sido recebido na quarta-feira -, o líder do PS começou por dizer que "não se trata de negociações, trata-se de condições" que o executivo pode ou não aceitar.

"O Governo não tem que o fazer, pode entender estabelecer a sua maioria política com outros partidos, não fará é com o Partido Socialista", acrescentou.

Perante a insistência dos jornalistas se aceitará continuar a dialogar sobre o documento em paralelo com o Chega, José Luís Carneiro preferiu colocar a questão ao contrário.

"O senhor primeiro-ministro, se responder positivamente a estas questões que coloquei, está a ser claro sobre com quem quer estabelecer o diálogo para a viabilidade orçamental e para a estabilidade política", disse.

José Luís Carneiro foi também questionado se bastará que as matérias que elencou fiquem fora do OE2026 para o PS se abster, mas remeteu essa resposta para a altura da apresentação do documento.

"Quando o Governo apresentar a sua proposta do Orçamento do Estado, decidiremos qual a leitura sobre essa mesma proposta, quando ela for apresentada", apontou, mas reiterando que "há condições" antes de o partido passar para essa fase.

Além das matérias que quer fora do perímetro orçamental, José Luís Carneiro defendeu que o documento terá de "salvaguardar o património das contas certas", que considerou pertencer aos governos do PS.

De acordo com o líder do PS, o primeiro-ministro apenas confirmou que as propostas relativas ao IRC serão tratadas fora do Orçamento, tal como aconteceu no ano passado, e que irá remeter para análise setorial outras propostas já anunciadas publicamente pelos socialistas, como a criação de uma unidade de coordenação para emergências hospitalares.

Esta foi a última de três reuniões de Luís Montenegro com líderes partidários a propósito do OE 2026.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro recebeu em São Bento os líderes do Chega, André Ventura, e da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão.

Estas reuniões seguiram-se a uma primeira ronda de encontros de todos os grupos parlamentares com o Governo, no início de setembro no parlamento, sobre vários temas, entre os quais o Orçamento do Estado para 2026.

No final de agosto, o primeiro-ministro e presidente do PSD tinha antecipado que a discussão do Orçamento do Estado para 2026 vai ser "relativamente simples", mas avisou a oposição que o Governo não negociaria com base em ultimatos ou linhas vermelhas.

A proposta orçamental será entregue na Assembleia da República no dia 10 de outubro.

Publicada originalmente a 18 de setembro de 2025 às 18:33

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8