Requerimentos do PSD e BE para uma audição urgente de João Gomes Cravinho vão ser votados na terça-feira.
O PS anunciou esta segunda-feira que vai viabilizar os dois requerimentos apresentados pelo PSD e BE para uma audição urgente do ministro da Defesa Nacional sobre as suspeitas de tráfico de diamantes, droga e ouro envolvendo militares portugueses.
Em declarações à agência Lusa, o coordenador do grupo parlamentar socialista na Comissão de Defesa Nacional, Diogo Leão, adiantou que o PS irá viabilizar os dois requerimentos, que serão apreciados e votados esta terça-feira.
"Compreendo e concordo que o parlamento necessita de ouvir os esclarecimentos por parte do ministro, e é por isso que o PS vai viabilizar estes requerimentos", referiu o deputado socialista.
Apesar disso, Diogo Leão frisou que o PS não subscreve "todas as premissas do requerimento quer do PSD, quer do BE", afirmando não compreender o "raciocínio" por detrás do pedido bloquista, que "considera que deveria ter sido dado conhecimento da eventual denuncia aos diversos órgãos de soberania, inclusivamente à Assembleia da República".
"E a mesma coisa em relação ao do PSD, que se foca simplesmente na questão das conversações interinstitucionais entre órgãos de soberania, [como] o conhecimento do Presidente da República [ou] do primeiro-ministro", indica.
Segundo Diogo Leão, para o PS "essas questões não são importantes" e por isso os deputados socialistas irão viabilizar os dois requerimentos para que a Comissão de Defesa Nacional, "com a devida descrição", possa "perceber um pouco dos contornos, a nível de eventual impacto" do caso "para as Forças Armadas", de maneira "a preservar o seu prestígio".
"Preservar é também compreender eventualmente aquilo que terá falhado, que terá corrido menos bem, e aquilo que correu bem. E a mim parece-me que as coisas correram bem, ou seja, que houve uma atitude irrepreensível por parte da cadeia de comando", salientou.
Questionado sobre quando é que os socialistas prefeririam que a audição tivesse lugar, Diogo Leão referiu que "não se trata de preferências pessoais" e realçou que, no que se refere ao requerimento do BE, além da audição do ministro da Defesa, seriam também convocados o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) e o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), o que teria que ser feito respeitando o protocolo hierárquico de maneira a que Gomes Cravinho não se pronuncie "antes de se pronunciarem os chefes militares".
"O que queremos é que seja brevemente. Brevemente, tanto pode ser esta semana, como pode ser na próxima semana", destacou, com a ressalva de que "questões de calendário não são questões que passem pelo grupo parlamentar do PS", mas antes "pela mesa da comissão".
Os dois requerimentos apresentados pelo PSD e pelo BE para uma audição urgente do ministro da Defesa Nacional irão ser apreciados e votados na terça-feira na Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República.
O pedido social-democrata pede uma audição "muito urgente" de João Gomes Cravinho para "prestar os devidos esclarecimentos sobre as falhas de comunicação entre as referidas entidades que integram os órgãos de política de Defesa Nacional".
No que se refere ao requerimento bloquista, pede-se uma "audição urgente" do CEME, CEMGFA e ministro da Defesa "relativamente às suspeitas da existência de uma rede criminosa de militares portugueses destacados na República Centro-Africana ao serviço da Organização das Nações Unidas (ONU)".
A Polícia Judiciária (PJ) confirmou em 08 de novembro a execução de 100 mandados de busca e 10 detenções, incluindo de militares e ex-militares, no âmbito da Operação Miríade, na sequência de um inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Em causa está a investigação a uma rede criminosa com ligações internacionais e que "se dedica a obter proveitos ilícitos através de contrabando de diamantes e ouro, tráfico de estupefacientes, contrafação e passagem de moeda falsa, acessos ilegítimos e burlas informáticas".
Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) revelou que alguns militares e portugueses em missões na República Centro-Africana podem ter sido utilizados como "correios" no tráfego de diamantes, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.
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