Declarações surgem após entendimento com a CDU para eleger o socialista André Moz Caldas para presidente deste órgão autárquico.
O presidente da concelhia de Lisboa do PSD acusou esta sexta-feira o PS de procurar condicionar o trabalho político na Assembleia Municipal, após entendimento com a CDU para eleger o socialista André Moz Caldas para presidente deste órgão autárquico.
"Isto para nós faz lembrar a geringonça de 2015 [acordo parlamentar entre PS, BE, PCP e PEV para governar o país, sob liderança do socialista António Costa], portanto nós [coligação PSD/CDS-PP/IL] ganhámos, mas agora eles [PS/Livre/BE/PAN e CDU-PCP/PEV] mudaram [o desfecho eleitoral]. Só que desta vez nem sequer têm a maioria", afirmou o presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Luís Newton, em declarações à agência Lusa.
Em causa está a eleição da Mesa da Assembleia Municipal de Lisboa (AML), por parte dos 75 eleitos que a compõe, tendo resultado na vitória da lista da coligação PS/Livre/BE/PAN, encabeçada por André Moz Caldas (PS), que derrotou a cabeça de lista de PSD/CDS-PP/IL, Margarida Mano (PSD), que foi a mais votada nas autárquicas de 12 de outubro.
Apesar de a AML ter uma maioria de direita, com 32 eleitos de PSD/CDS/IL e seis do Chega, num total de 38 deputados, a união das forças políticas de esquerda, com 30 eleitos de PS/Livre/BE/PAN e sete da CDU, num total de 37, conseguiu ganhar a Mesa deste órgão deliberativo do município.
A lista encabeçada por André Moz Caldas venceu com 37 votos, enquanto a lista proposta por PSD/CDS/IL teve 31 votos (menos um do que o total de deputados desta coligação), tendo-se registado ainda, na votação nominal e por voto secreto, duas abstenções e cinco votos nulos.
"O que aconteceu foi só porque o PSD não fez um acordo [com o Chega] e a CDU foi-se encostar ao PS para galvanizar a Mesa do PS, portanto, se nós tivéssemos feito um acordo com o Chega, se calhar isto não tinha acontecido", considerou Luís Newton, reconhecendo que houve algures uma falha de votação por parte da coligação PSD/CDS-PP/IL.
O social-democrata referiu ainda que o PSD propôs ao PS a consensualização de uma lista única para a Mesa da AML, como aconteceu em anteriores mandatos, mas os socialistas recusaram: "Fomos automaticamente informados que o PS não iria abdicar de apresentar o seu candidato."
Questionado sobre um eventual acordo com o Chega na AML, o dirigente da concelhia do PSD respondeu: "É uma questão que vai ter que ser analisada sem qualquer rodeio, porque o PS, ao invés de querer, na tradição dos moderados, manter um diálogo e cumprir com aqueles que têm sido os entendimentos que têm sido sempre feitos no passado, optou por criar todas as condições para isolar a coligação vencedora [PSD/CDS-PP/IL] e, com isto, procurar condicionar o trabalho político na Assembleia Municipal."
Luís Newton ressalvou que nada move o PSD contra o socialista André Moz Caldas, a quem reconhece um conjunto de qualidades "que poderiam na mesma garantir o funcionamento da Assembleia, mas quem manda não é ele, quem manda é Alexandra Leitão, que veio logo dizer que os orçamentos não são para aprovar".
Na terça-feira, a vereadora socialista Alexandra Leitão disse que, "em princípio, será difícil" que o PS viabilize orçamentos do novo executivo presidido por Carlos Moedas (PSD), ao contrário do que aconteceu no anterior mandato, em que o PS se absteve.
Para o presidente da concelhia de Lisboa do PSD, esta posição assumida pelo PS "é um alerta à navegação do que aí vem", com uma mensagem de "condicionamento total à governação de Carlos Moedas, quando a vitória foi clara para PSD/CDS-PP/IL", e de "guerrilha institucional", que contraria o discurso do presidente eleito da AML, o socialista André Moz Caldas, a garantir "isenção institucional" e colaboração com todos os grupos municipais.
Apesar de "alarmado" quanto à possível instabilidade, o PSD vai "dar o benefício da dúvida" à Mesa da AML e avaliar a sua postura na condução dos trabalhos, ressalvando que "há várias formas" para repetir a eleição neste órgão autárquico, mas o seu objetivo não é "estar sistematicamente a querer repetições de eleições ou a querer mandar abaixo órgãos".
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