Estado "não pode obrigar os residentes na região a financiar a TAP" através dos impostos e dos preços "imorais" praticados nas viagens aéreas.
O PSD/Madeira afirmou esta quarta-feira que o Estado não pode "abusar" dos madeirenses usando a TAP, nem obrigar os residentes na região a financiar a companhia portuguesa através dos impostos e dos preços "imorais" praticados nas viagens aéreas.
"O Estado não pode, através da TAP, abusar da Madeira e dos madeirenses", declarou o deputado da maioria social-democrata Brício Araújo no plenário da Assembleia Legislativa da região.
Numa intervenção política, o parlamentar recordou que o Estado é o acionista maioritário da TAP, na qual foram investidos 3,2 mil milhões de euros para "tentar salvar uma empresa insolvente e cheia de vícios que, inexplicavelmente, continua a não apresentar um programa de recuperação claro, consistente e transparente".
Brício Araújo considerou que a TAP faz "um abuso da sua posição dominante e vai além das regras da lei do mercado" na rota da Madeira.
"Não podemos aceitar uma política meramente comercial, muito menos esta política comercial agressiva que, em muitos casos, obriga a pagar valores imorais para sair da Madeira", vincou.
O deputado argumentou que "os madeirenses não são clientes do Governo da República" e sustentou que não pode ser permitido que esta companhia "faça aproveitamento em circunstâncias específicas", como as viagens na altura da quadra natalícia e de fim de ano dos estudantes que estão a estudar fora da região.
O deputado do PSD argumentou que "os madeirenses financiam a TAP por duas vias: pelos impostos e os preços das viagens que andam a pagar", apontando que também "financiam rotas com preços irrisórios" e têm de suportar tarifas "vergonhosas" nas ligações com a região.
E complementou que o Governo da República "não pode invocar o interesse nacional e a lógica de mercado" na política desta companhia, defendendo que "tem obrigação de concluir os invocados poder estratégico e nacional" da decisão de reverter o processo de privatização.
Brício Araújo censurou o facto de o Estado, como maior acionista da TAP (detém 98% do capital), não ter dado "diretivas em relação à Madeira" à administração da companhia.
O deputado social-democrata ainda censurou a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widene, que numa audição parlamentar na Assembleia da Madeira, na sexta-feira, "revelou desconhecimento em relação à realidade da região e do país" e justificou os elevados custos das viagens praticados com uma "lógica simples de mercado e preços por algoritmo".
O líder parlamentar do PS, o maior partido da oposição (ocupa 19 dos 47 lugares no hemiclo) considerou "inaceitável o que a TAP tem feito à Madeira", adotando "uma política de merceeiro" ao praticar preços em classe executivo inferiores aos exigidos na turística.
"A TAP não pode esquecer que a Madeira faz parte do país e os madeirenses pagam os seus impostos e o serviço de mobilidade tem de estar garantido", disse Rui Caetano.
Por seu turno, Élvio Sousa, do JPP, opinou que a maioria do PSD não pode "branquear a sua responsabilidade" nesta situação, porque está na origem do subsídio social de mobilidade que os reguladores, como a Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), indicaram contribuir para o aumento dos preços praticados nas viagens.
A maioria do PSD/CDS chumbou as quatro iniciativas legislativas da autoria do PS, duas das quais discutidas no plenário de terça-feira, que tiveram os votos favoráveis do JPP. O deputado único do PCP esteve ausente das reuniões porque está em isolamento profilático.
Entre as propostas rejeitadas estiveram os projetos que recomendavam ao Governo Regional a implementação de um programa de apoio «à vida independente das pessoas com deficiência, alocando verbas de fundos europeus, e o reforço dos recursos humanos, materiais e técnicos da Rede Regional de Cuidados Paliativos.
Também recusadas foram a definição de uma estratégia para o incremento destes cuidados na Madeira, que o partido considera ser "insuficientes e incipientes" e a que tinha por objetivo assegurar a consolidação das escarpas sobranceiras nos acessos de duas fajãs no concelho de Câmara de Lobos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.