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Transição energética e revisão dos salários médios: BE e PAN divergem na defesa dos mesmos temas

Mariana Mortágua defende aumento dos salários em concordância com a inflação. Inês Sousa Real quer acompanhar média europeia.

18 de fevereiro de 2024 às 23:08

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, encerrou, este domingo, na CNN, os debates televisivos num último confronto com a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real.

Para ambas, a transição energética é um tema com prioridade, uma vez que concordam em revogar o simplex ambiental e urbanístico. Mariana Mortágua afirmou ser preciso acabar com os projetos PIN para "proteger as populações" e o País "especializar-se na produção descentralizada em energia solar". Inês Sousa Real reafirmou a vontade do PAN em assegurar a neutralidade carbónica até 2045. "Começamos a descarbonização alargando os passes gratuitos até os jovens de 23 anos", medida que pretendem alargar a toda a população.

Relativamente à revisão salarial, o Bloco de Esquerda defende um aumento concordante com a inflação e que "a proposta do salário mínimo não resolve a questão dos salários médios. Portugal é um país muito desigual e as desigualdades são um entrave à economia. É preciso transformar um salário de mil euros em dois ou três mil".

O PAN assegurou que numa próxima legislatura procura que a revisão salarial acompanhe a média europeia.

Marina Mortágua criticou a descida do IRC para 17% proposta pelo PAN e a redução do IMT. "Não digo às pessoas que a redução do IMT vai baixar o preço das casas. Não tento apresentar medidas justas do ponto vista fiscal como bala de prata para baixar preços das casas".

A coordenadora do BE disse ser complicado compreender como é que o PAN apoiou "o pior governo que o PSD tem para apresentar que é o Governo da Madeira".

A bloquista insistiu no facto do PAN ter sustentado um Governo madeirense que se caracteriza pela "especulação, construção, destruição ambiental e por projetos imobiliários que não fazem qualquer sentido como o Dubai Madeira [empreendimento habitacional de luxo que vai nascer na zona oeste do Funchal]".

Além da Madeira, Mariana Mortágua criticou ainda o PAN por ter viabilizado, ao lado do Chega e do PPM, o Orçamento dos Açores para 2023.

O Orçamento dos Açores para 2023 foi aprovado a 24 de novembro de 2022 em votação final global com 30 votos a favor de PSD, CDS-PP, PPM, IL, Chega, deputado independente (ex-Chega) e PAN e 27 contra, do PS e do BE.

"Não há qualquer coerência, nem uma possibilidade de confiança por parte das pessoas no PAN que tanto apoia um Governo, como apoia outro, e governos da pior direita que temos", ressalvou.

Na resposta, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, justificou esse apoio com o facto de ter de ser desígnio de todas as forças políticas democráticas travar a extrema-direita e não permitir que ascenda ao poder.

"Este foi o exercício que o PAN demonstrou que a população não tem de estar refém nem de maiorias absolutas, nem do medo do voto em função do que possa ser o crescimento da extrema-direita", sublinhou.

Inês Sousa Real vincou que o PAN foi o partido da oposição que mais tem feito aprovar medidas, ao contrário do BE que foi quem abriu a porta à atual instabilidade política quando, em 2021, não permitiu que o Orçamento de Estado fosse discutido na Assembleia da República.

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