André Ventura falava num evento em Madrid organizado pelo partido de extrema-direita Vox.
O presidente do Chega, André Ventura, disse este domingo sentir orgulho no ocorrido em Múrcia, sul de Espanha, onde em julho houve incidentes violentos na localidade de Torre Pacheco após um apelo islamófobo na Internet a uma "caçada de imigrantes".
André Ventura, que falava num evento em Madrid organizado pelo partido de extrema-direita Vox, voltou ainda a condenar a participação de elementos da flotilha que pretende chegar a Gaza por causa das "grandes festas" em Ibiza e Menorca, em Espanha, algo que já foi desmentido e confirmado como sendo falso por plataformas e serviços de verificação de factos e vídeos, como o LUSA VERIFICA.
"Continuaremos juntos a lutar pelo que acreditamos, uma Europa com menos imigração e por isso quero dizer-vos aqui em Espanha, sabendo que a imprensa europeia está aqui e a imprensa portuguesa também, que aquilo que fizeram em Múrcia me dá um orgulho tremendo, um orgulho tremendo como europeu. Obrigada, obrigada, obrigada pelo que fizeram", afirmou.
Ventura, que falou poucos minutos perante centenas de pessoas reunidas num pavilhão de Madrid, defendeu a "Europa de valores" e criticou também as "flotilhas para Gaza".
"Não vamos patrocinar flotilhas para Gaza, passeios na flotilha enquanto fazem grandes festas em Ibiza, em Menorca, nas ilhas espanholas, não o faremos", afirmou.
Deputados do Chega e da Iniciativa Liberal denunciaram que os ativistas da Flotilha Global Sumud pararam em Ibiza ou noutras ilhas Baleares para participar em festas noturnas, mas o vídeo que alguns partilharam é anterior à partida dos barcos de Barcelona.
Em resposta a perguntas dos jornalistas no final do evento de hoje em Madrid, André Ventura disse que a flotilha é "uma farsa, uma mentira e uma encenação" e que "hoje mesmo" viu "mais imagens de festas em cima desses barcos" partilhadas por ativistas que vão a bordo.
"Francamente, gostava de perguntar se o importante é que a festa é em Menorca, Ibiza ou Barcelona ou se o importante é que estão a passear e a fazer festas quando deviam estar solidários com as pessoas em Gaza a sofrer, que é essa a sua missão", acrescentou.
Sobre Torre Pacheco, disse aos jornalistas que há, no sul de Espanha, mas também no sul de Portugal, uma "tolerância gigantesca com a criminalidade importada" e que, "às vezes, as pessoas e as populações têm de mostrar que não têm medo de bandos de delinquentes".
Questionado se a criminalidade que condena se resolve com uma "caçada a imigrantes" e um apelo à violência, o líder do Chega respondeu: "Resolve-se mostrando que não temos medo nem nos vamos condicionar".
"O que aconteceu em Múrcia foi importante para todos os que querem vir para a Europa saberem disso. A Europa sempre foi um espaço de acolhimento, nas últimas décadas foi de grande acolhimento, mas há um momento em que temos de dizer chega e dizer que quem vem tem de cumprir regras e se não as cumprir será expulso", afirmou.
Os distúrbios e o apelo "à caçada" em Torre Pacheco, onde 30% da população é imigrante ou de origem estrangeira, surgiram depois de um homem de 68 anos, habitante da localidade, ter sido agredido por jovens sem razão aparente.
No evento de hoje de Madrid, o presidente do Chega referiu-se também ao ativista ultraconservador norte-americano Charlie Kirk, assassinado na semana passada, tal como fizeram a generalidade dos participantes no encontro organizado pelo Vox.
"Morreu para nos defender, morreu por nós, pelos nossos valores e pela nossa identidade", considerou Ventura, para quem a morte em direto de Charlie Kirk "mostrou o quanto violentos, o quanto assassinos se podem tornar aqueles que defendem o que a esquerda defende".
Aos jornalistas, Ventura rejeitou estar a alimentar uma "guerra civilizacional" ou "ideológica" que tem feito aumentar a violência em países como os Estados Unidos, colocando as culpas em alguma imprensa, universidades e outras instituições que, afirmou, alimentam narrativas a que a direita está a responder.
O encontro "Europa Viva 25" foi organizado pelo Vox e pretendeu ser uma reunião do Patriotas pela Europa, que junta partidos da direita radical e tem o terceiro maior grupo no Parlamento Europeu.
André Ventura foi, porém, dos poucos líderes presentes, com outros dirigentes europeus, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, a participarem com vídeos divulgados no pavilhão do evento.
No encontro foram também divulgados vídeos de dirigentes políticos da América Latina, como o Presidente da Argentina, Javier Milei, e a líder da oposição venezuelana, Corina Machado.
André Ventura arrancou a sua intervenção dizendo que é preciso "acabar com o socialismo" em toda a Europa, e "enviar para a cadeia" o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
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