André Ventura disse respeitar a abertura do inquérito assim como as "centenas ou milhares de denúncias feitas contra os cartazes".
O candidato presidencial André Ventura manifestou-se esta terça-feira preocupado com as eventuais consequências para o país que "quer ordem e segurança" caso a justiça o mande retirar cartazes eleitorais sobre o Bangladesh e a comunidade cigana, pedindo que se preserve a liberdade de expressão.
O também líder do Chega falava aos jornalistas antes de uma arruada em Odivelas, no distrito de Lisboa, no dia em que o Ministério Público abriu um inquérito, na sequência de várias denúncias, aos cartazes da sua candidatura presidencial com as frases "Isto não é o Bangladesh" e "Os ciganos têm de cumprir a lei".
André Ventura disse respeitar a abertura do inquérito assim como as "centenas ou milhares de denúncias feitas contra os cartazes", frisando que cada cidadão ou associação está no seu direito de pedir que sejam retirados.
"Há um ponto, porém, que eu não quero deixar de alertar, que é este: se, no futuro, por qualquer razão, esta mensagem tiver de ser retirada de uma candidatura presidencial, o que me preocupa verdadeiramente é que mensagem vamos passar ao país", referiu.
Ventura alegou que, nos seus cartazes eleitorais, só quis "dizer o óbvio", designadamente que "os ciganos têm de cumprir a lei", que "quem vem de fora como imigrante não pode viver se subsídios" e que não quer que Portugal "seja o Bangladesh", considerando que não se tratam de mensagens ofensivas, racistas ou xenófobas.
"O que me preocupa é, se a Justiça disser que isto está errado, que tem de ser retirado, qual é a mensagem que vamos passar para estes grupos de pessoas [imigrantes e comunidade cigana] e também para o país que quer ordem, segurança, que quer sentir que tem o país na linha certa e não na linha completamente errada", afirmou.
O candidato presidencial disse também preocupá-lo "o impacto que uma decisão destas poderá ter na comunidade cigana", alegando que uma decisão judicial que o obrigue a retirar os cartazes transmitiria a ideia de que "podem fazer o que entenderem".
Assegurando que, caso uma decisão judicial lhe seja desfavorável, irá acatá-la, Ventura pediu, contudo, que se preserve a liberdade de expressão, defendendo que, em democracia, "se deve conviver bem com ideias diferentes".
Questionado se, caso seja eleito Presidente da República, também irá ser o Presidente dos ciganos e dos imigrantes, Ventura respondeu que será de "todos os que cumprem a lei e de todos os que aceitam que vem para Portugal, têm de cumprir as regras".
Ventura fez estas declarações antes de uma arruada por Odivelas, acompanhada por cerca de uma centena de apoiantes, onde foi recebido sobretudo num clima de apoio, com vários pedidos de fotos, carros a buzinarem quando viam a comitiva e a maioria dos cidadãos com que se cruzou a prometerem votar na sua candidatura nas presidenciais.
No entanto, à frente de uma mercearia, uma senhora, eleitora do PSD, dirigiu-se ao líder do Chega para se queixar "do palavreado" da sua bancada parlamentar na Assembleia da República, considerando que o órgão de soberania está "virar a Praça da Ribeira", e pedindo-lhe que "se acalme".
"É preciso ter um bocadinho de contenção", disse-lhe a senhora, com André Ventura a responder-lhe que "não tem contenção contra a corrupção".
Nas declarações aos jornalistas, André Ventura foi ainda questionado sobre o facto de o presidente da Assembleia da República ter pedido à Comissão da Transparência a abertura de um inquérito ao deputado do Chega Filipe Melo, acusado pela socialista Eva Cruzeiro de lhe ter gritado palavras racistas e xenófobas.
Ventura disse já ter visto Eva Cruzeiro a dirigir-se à sua bancada parlamentar e dizer "que os deputados do Chega todos eram xenófobos", alegando que terá dito que "não deviam existir".
"Se houver inquérito a alguém, é essa a senhora luso-angolana, se não me engano", disse.
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