Viola filha por não revelar vida da mãe
Responde por violência doméstica, 50 crimes de abuso sexual e outros 50 de coação, em Setúbal.
Separado da mãe da sua filha, um marinheiro mercante, de 46 anos, passou a aterrorizar a menina, agora com 15 anos, porque esta não lhe contava pormenores da vida da progenitora. Agrediu, insultou e abusou da filha quando esta o visitava de 15 em 15 dias.
Foi detido pela Judiciária de Setúbal e agora acusado pelo Ministério Público de Almada por 50 crimes de abuso sexual de crianças agravado, um de violência doméstica e 50 de coação.
Os abusos começaram em março de 2014, quando o homem ficou desempregado. A menina passou a estar de sexta a domingo com o pai, de 15 em 15 dias.
"Começou a agredi-la física e verbalmente, a invadir a sua privacidade, a constrange-la sexualmente e a ameaça-la" porque a menina "se recusava a contar pormenores da vida privada da sua mãe", diz a acusação do Ministério Público.
Insultava a menina, obrigada a banhos de cortinas abertas
O homem chegou a dizer à filha que ela era "uma grande p***; igual à tua mãe". Dava-lhe "chapadas e socos na cara, e pontapés". Relata o Ministério Público que entrava na casa de banho quando a menor tomava banho e assistia em silêncio, forçando-a a ter as cortinas abertas. Fazia massagens apalpando a filha. Quando ela se insurgia, dizia que "faria mal" à mãe. A menor ficou com "sofrimento, angústia, ansiedade, tristeza e vergonha" e disfarçava à mãe dizendo que era vítima de bullying na escola.
PORMENORES
Crimes em casa dos avós
Os abusos ocorreram em casa dos avós paternos, no Feijó, quando estes saíam. O Ministério Público situa-os de março de 2014 até julho de 2015 e de novembro de 2015 a abril de 2016, num total de 50 fins de semana.
Diário descrevia crimes
O caso só foi descoberto quando a mãe encontrou e leu o diário que a menor escrevia por sugestão da psicóloga da escola.
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