Amantes assassinos de triatleta negam crime em tribunal

Rosa Grilo e António Joaquim ficaram em prisão preventiva após serem interrogados cada um durante quatro horas.

30 de setembro de 2018 às 01:30
Rosa Grilo à chegada ao Tribunal de Vila Franca de Xira Foto: Pedro Simões
Rosa Grilo saiu algemada do Tribunal de Vila Franca, em preventiva Foto: Pedro Simões
António Joaquim, cúmplice no crime, tapou a cara com a roupa após interrogatório Foto: Pedro Simões
António Joaquim, cúmplice no crime, tapou a cara com a roupa após interrogatório Foto: Pedro Simões
Américo Pina gritou várias palavras de força à filha, Rosa Grilo Foto: Pedro Simões
Rosa Grilo à chegada ao Tribunal de Vila Franca de Xira Foto: Pedro Simões
Rosa Grilo, viúva, à entrada para o interrogatório Foto: Vítor Mota
António Joaquim, oficial de justiça, chegou algemado ao tribunal de Vila Franca, esforçando-se para esconder o rosto com a t-shirt Foto: Vítor Mota
António Joaquim à chegada ao Tribunal de Vila Franca de Xira Foto: Vítor Mota
Triatleta Luís Grilo Foto: Direitos Reservados
Mulher e amante matam triatleta dentro de casa em Vila Franca de Xira Foto: Direitos Reservados
Mulher do triatleta assassinado Foto: Pedro Catarino
Mulher de triatleta assassinado Foto: Pedro Catarino
Luís Miguel Grilo tinha 50 anos Foto: Hugo Rainho

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Rosa Grilo e o cúmplice, António Joaquim, amantes e assassinos do triatleta Luís Miguel Grilo, de 50 anos, optaram por prestar declarações no primeiro interrogatório judicial. Mas negaram o homicídio no Tribunal de Vila Franca de Xira, onde foram ouvidos nos últimos dois dias. Argumentos que não convenceram a juíza Andreia Valadas que aplicou este sábado prisão preventiva aos dois homicidas.

Rosa começou a ser interrogada sexta-feira. Ao que o CM apurou, durante as quatro horas em que foi ouvida manteve um discurso desconexo e poderá tentar apostar na inimputabilidade, já que a tese que apresentou não fez sentido. Admitiu que o marido pode ter morrido em casa, mas diz que, se aconteceu, não esteve envolvida.

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Garantiu à juíza que não sabe se o triatleta foi ou não treinar de bicicleta a 16 de julho, dia em que deu o alerta para o desaparecimento do marido. Disse que sim, para logo assegurar que não o viu sair de casa.

Sobre o tapete (o corpo da vítima foi embrulhado num tapete), Rosa diz que comprou um porque o anterior desaparecera, sem conseguir explicar como. Já o amante, António Joaquim, funcionário judicial, negou à juíza qualquer ligação ao crime.

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Recorde-se que Rosa tinha dito às autoridades que o marido tinha saído para um treino de bicicleta, a 16 de julho, pelas 16h00, e que o triatleta só não viu o filho de 12 anos nesse dia por pouco, tendo em conta que o menor chegou a casa 15 minutos após o pai ter saído. Também tinha contado à PJ que o marido esteve sempre contactável, apesar de, nesse dia, não ter atendido nem retornado nenhuma chamada (tinha sido morto na véspera). A mulher afirmou que ficou preocupada ao final do dia e que, após procurar o marido, optou por alertar a GNR.

Luís Grilo foi morto na cama, em Vila Franca de Xira, a 15 de julho; foi encontrado a 134 km de casa, em Avis, mais de um mês depois, a 24 de agosto.

"Descobriu traição e deixou-o"  

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Rosa Grilo mantinha uma relação extraconjugal com António Joaquim, funcionário judicial no Campus de Justiça, há mais de um ano. "A mulher dele, com quem tem dois filhos, descobriu a traição e deixou-o. Estão divorciados há um ano, mas o casamento já tinha terminado há mais tempo", contou ao CM uma familiar do homicida.

A mulher traída, professora primária, não perdoou a relação do marido e de Rosa e o casal separou-se. "A nossa família está destruída. Eles tinham uma vida boa, nasceram dois filhos mas ele depois conheceu a Rosa", contou a familiar. A viúva conhecia a família de António Joaquim e justificava o facto de viver com outro homem com o negócio da empresa de informática. Mas garantiu ao amante que ela e Luís Grilo dormiam em camas separadas. Admitiu que viviam juntos só para manter aparências junto da família e pelo bem-estar do filho.

"Vou estar sempre aqui a apoiar-te, minha filha"    

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"A Rosa estava à espera da decisão, o António não"  

"O senhor António está a encarar a decisão com grande espanto, a Rosa não tanto, mas não posso dizer porquê. A Rosa talvez estivesse à espera", disse a advogada sem adiantar mais detalhes.

Dezenas de pessoas no tribunal insultaram casal de homicidas

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Quando os dois homicidas saíram algemados em prisão preventiva foram insultados pela população em fúria, contida pela ação da PSP.

PORMENORES

Filhos eram amigos

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Os filhos de 12 e 13 anos de António Joaquim eram amigos do filho de Rosa e de Luís Grilo e foram eles o elo de ligação entre o casal de amantes, segundo uma familiar do homicida. A guarda dos filhos era partilhada.

Arma apreendida

A pistola 7,65 mm, usada para matar Luís Grilo com um tiro na cabeça através de uma almofada, pertencia ao oficial de justiça e foi apreendida pela PJ.

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Interrogados 8 horas

No total, Rosa Grilo, ouvida quatro horas, entre as 17h00 e as 21h00 de anteontem, e António Joaquim, interrogado entre as 09h30 e as 13h30, foram interrogados num total de oito horas pela juíza de instrução.

Pai viu abraços e beijos

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O pai de Rosa disse que tinha visto a filha e o triatleta "abraçados e a beijarem-se três dias antes do desaparecimento". "Não conheço casal mais amigo", disse Américo Pina.

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