Seguro de vida com valor de cerca de 100 mil euros. Rosa Grilo herdaria ainda o negócio e ficaria com a casa paga ao banco.
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Luís Grilo tinha contratado um seguro de vida, no valor de cerca de 100 mil euros, que reverteriam a favor da mulher em caso de morte. Rosa sabia, motivo pelo qual decidiu assassinar o marido à pancada e a tiro, dentro de casa, em Vila Franca de Xira, com a ajuda do amante – simulando no dia a seguir, a 16 de julho, o desaparecimento da vítima.
Assim, a apropriação do seguro de vida do atleta de triatlo foi o móbil do crime, acredita a PJ – premeditado por ambos até com vista a resolver os problemas financeiros do homicida, António Joaquim, um funcionário judicial.
Há indícios de que Rosa Grilo, com os devidos cuidados para que o marido não percebesse, ajudasse o amante financeiramente – este tinha dificuldades, com dois filhos menores para criar. É divorciado há cerca de dois anos.
Rosa, 43 anos, queria ficar com António, de 42, mas sabia que pelo divórcio não iria conseguir ter a vida de desafogo que pretendiam – dependia financeiramente do marido, por via do negócio de informática que era o sustento da família.
Chegou assim a um consenso com o amante de que a melhor forma era matarem Luís Grilo, iludindo a polícia com a simulação do desaparecimento, primeiro, e mais tarde, quando o corpo foi encontrado, na zona de Avis, Rosa empurrar a investigação no sentido de que o marido tivesse sido vítima de um roubo violento – tese que fez passar, por exemplo, até em declarações à comunicação social.
Luís, engenheiro informático, era a chave do negócio da empresa do ramo – com a sua morte, Rosa poderia manter a firma em funcionamento contratando outro informático, algo que seria impossível em caso de divórcio.
E, quanto à moradia do casal, em Vila Franca, em caso de morte do triatleta, também ficaria automaticamente paga ao banco – através do seguro agregado ao empréstimo contraído. Rosa decidiu que o homicídio era a solução para todos os problemas, mas agora, tendo sido apanhada e presa, tudo reverterá para o filho menor, de 12 anos, que a viúva, se for condenada, terá de indemnizar.
PORMENORES
Viúva fica em Tires
Rosa Grilo passou a noite no Estabelecimento Prisional de Tires – a única cadeia feminina na região de Lisboa. De resto, só há outra no País, em Santa Cruz do Bispo, Matosinhos. Quanto ao amante, António Joaquim, continuou na zona prisional anexa à Polícia Judiciária, em Lisboa.
Filho menor fica com a tia
A detenção e agora prisão preventiva de Rosa Grilo fez com que o filho menor, de 12 anos, esteja entregue aos cuidados de Júlia, irmã mais velha do pai, Luís, a vítima do homicídio. Já tinha sido esta a ajudar a criar o irmão depois da morte dos pais.
ADN determinante
A prova determinante contra Rosa Grilo, conforme o CM revelou esta sexta-feira, passa pelos vestígios de ADN da viúva que foram encontrados pela PJ num saco de plástico que cobria a cabeça da vítima quando foi encontrada, cinco semanas depois, a 24 de agosto, na zona de Avis.
Executado a tiro na cama
As buscas e perícias realizadas à casa da família pela Polícia Judiciária também foram relevantes – visto que no quarto do casal havia vestígios de sangue: terá sido ali, na cama, que Luís Grilo foi executado com um tiro, à queima-roupa, quando estava a dormir.
Homicidas estão a falar ao juiz
Rosa Grilo decidiu prestar declarações no primeiro interrogatório judicial realizado no Tribunal de Vila Franca de Xira. Deste modo, o testemunho de António Joaquim só começará a ser ouvido hoje.
Advogada defendeu mãe homicida
A defesa de Rosa Grilo está a cargo de Tânia Reis, advogada que representou, em 2013, Kelly Oliveira, que matou os dois filhos bebés, em Alenquer, incendiando a casa onde viviam. A mãe homicida acabou condenada a 24 anos.
‘Viúva negra’ queria seguro de 1 milhão
Também Maria das Dores, que encomendou a dois homens o homicídio do marido, Paulo Cruz, num apartamento em Lisboa, em 2007, tinha por principal objetivo receber o seguro de vida da vítima, no valor de 1 milhão de euros.
PJ quer saber em que carro levaram corpo
Ainda decorrem exames no Laboratório de Polícia Científica, nomeadamente para perceber em que carro foi transportado o cadáver, desde Vila Franca até à zona de Avis.
Mistério da bicicleta ainda por desvendar
Embora não seja importante para a resolução do caso, continua por se conhecer o local onde Rosa Grilo escondeu a bicicleta com que, segundo ela, o marido desapareceu.
"Vi-os a beijarem-se e a abraçarem-se"
Américo Pina, pai de Rosa Grilo, esteve esta sexta-feira à porta do Tribunal de Vila Franca de Xira a apoiar a filha. "Não acredito que ela seja culpada. Não conheço nenhum casal tão amigo como era o Luís e a minha filha", garantiu o sogro da vítima ao CM
Américo Pina ainda não conseguiu falar com a filha desde que ela foi detida pela PJ, na quarta-feira. "A Polícia Judiciária não me deixou falar com ela ao telefone. Nem a mim nem à minha outra filha", contou. E sobre os insultos que Rosa ouviu quando chegou ao tribunal, Américo disse: "Ouvi e também gritei: Rosa, o pai está aqui".
Américo diz que três dias antes de Luís Grilo ter desaparecido - sabe-se agora que terá sido assassinado a 15 de julho - viu a filha e o marido a abraçarem-se e beijarem-se. Sobre António Joaquim, o amante da filha, Américo diz que não o conhece. "Vou apoiar a minha filha sempre. Presa ou em casa", diz.
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