Guarda chefia rede de tráfico de droga e telemóveis na cadeia de Caxias
Fernando Lizardo recebia 75 euros de recluso e família por telemóvel que metia na prisão.
Durante três anos (2015-2018), o guarda prisional Fernando Lizardo, atualmente com 49 anos, foi o elo de ligação de um recluso da cadeia de Caxias, Oeiras, e da família deste, para a introdução de telemóveis e droga naquela prisão.
A rede criminosa foi desmantelada em junho de 2018 e o Ministério Público acusou agora 26 membros do grupo de crimes de tráfico de droga e telemóveis.
Fernando Lizardo é considerado o cabecilha da rede e foi acusado de corrupção passiva para ato ilícito.
O Ministério Público sustenta a acusação contra Fernando Lizardo com a prova recolhida, que aponta no sentido do guarda prisional, preso agora na cadeia de Évora, ter recebido 75 euros por cada telemóvel introduzido em Caxias.
Os aparelhos eram-lhe entregues pelos arguidos Luís e Elisa Morgado, pais do recluso que, por sua vez, os recebia no interior da prisão.
Há registo, igualmente, de que Luís e Elisa Morgado, ambos funcionários da câmara de Cascais, usassem viaturas desta autarquia para transportar os telemóveis e até droga introduzida na prisão de Caxias.
Quando Fernando Lizardo foi transferido para o hospital-prisão de Caxias, a rede decidiu invadir o recinto da cadeia de onde o guarda-prisional tinha saído para continuarem a atividade criminosa.
Em finais de maio de 2018, dois ou três homens cortaram parte da rede da vedação do reduto Norte desta prisão e deixaram no interior um embrulho com telemóveis e droga.
Cerca de um mês depois, a GNR de Sintra avançou para as detenções dos membros da rede. O Ministério Público acusou-os agora.
Pormenores
Avó guardava
A arguida mais velha do processo é uma mulher de 75 anos, avó do recluso da cadeia de Caxias. A mulher guardava em casa a droga que, depois, o filho e a nora, pais do preso, entregavam ao guarda Lizardo.
Comunicações
Segundo a acusação, Luís e Elisa Morgado, pais do preso da cadeia de Caxias, tinham cuidado em não falar ao telemóvel. Usavam antes walkie-talkies para comunicar entre si e organizar os negócios de tráfico.
Rede de tráfico
Antes de iniciarem uma rede de tráfico na prisão de Caxias, o grupo que agora vai a julgamento terá vendido droga em Cascais.
Segundo o Ministério Público, o grupo lidava com drogas duras.
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