Fogo "mais preocupante em Portugal" levou à retirada de várias pessoas de Freches. Chamas em Trancoso afetam 4 povoações
Estão ainda ativos os incêndios de Ribeira de Pena e Sirarelhos, em Vila Real.
O incêndio em Trancoso reativou-se e mobiliza oito meios aéreos e mais de 300 operacionais, depois de ter estado circunscrito ao início da manhã deste domingo, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.
Quatro povoações em Trancoso estão a ser afetadas pelo incêndio, uma vez que estão na linha de fogo que está com quatro frentes ativas, disse à agência Lusa, cerca das 17h00, o comandante das operações.
"Além de Seixas, a norte do incêndio há povoações a serem afetadas pelo incêndio e cujas forças de segurança estão a adotar as medidas que considerarem necessárias. Seja para as confinar na povoação ou para as retirar", disse à agência Lusa Nuno Seixas.
O comandante no terreno disse ainda que se trata das localidades de Rio de Mel, Rio de Moinhos, Venda do Cepo, Celintrão, no concelho de Trancoso, distrito da Guarda.
O alerta deste incêndio que lavra em Freches, no concelho de Trancoso, distrito da Guarda, foi dado pelas 17h21 de sábado, dia 9, e durante a manhã deste domingo entrou em fase de resolução.
Cerca das 14h40, o oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) José Costa disse à Lusa que o fogo em Freches é, "neste momento, a situação mais preocupante" a nível de incêndios em Portugal continental, e indicou que, por precaução, "já foram retiradas algumas pessoas da localidade de Seixas", sem precisar quantas.
Em Castaíde, o fogo também lavra com grande intensidade. Ao que o CM apurou, não há operacionais nem meios aéreos no local, deixando o combate às chamas ao encargo dos populares.
"O incêndio arde em locais de difícil acesso. Prosseguem ações de combate e proteção de povoações em risco. Uma das frentes ameaça as povoações de Miguel Choco, Venda do Cepo, Rio de Moinhos e Sintrão", indicou o oficial de operações da ANEPC.
José Costa disse ainda que as condições meteorológicas são "muito desfavoráveis" ao combate, especialmente devido ao vento.
"Provavelmente, este incêndio vai ser reforçado com mais meios nos próximos momentos", adiantou.
Quase 1.300 operacionais estavam, este domingo de manhã, a combater incêndios em Portugal, com os fogos de Trancoso e Moimenta da Beira a entrar em fase de resolução, segundo dados publicados pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
De acordo com o 'site' da entidade, consultado pela Lusa pelas 08h20, estavam no terreno 1.278 operacionais, 402 meios terrestres e um meio aéreo.
Também Moimenta da Beira passou à fase de resolução, depois de no sábado ter estado descontrolado. Estão neste fogo 429 operacionais e 137 meios terrestres.
Estão ainda ativos os incêndios de Ribeira de Pena e Sirarelhos, em Vila Real, mobilizando, respetivamente, 118 operacionais, 46 meios terrestres e um meio aéreo e 156 operacionais e 44 meios terrestres.
No total, a Proteção Civil contabilizava 30 ocorrências de fogo esta manhã. Portugal está em situação de alerta devido ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam para um risco significativo de incêndio rural.
Durante este período é proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.
A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo-de-artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.
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