Rapto e tortura por três mil euros em Sintra
Jovem apanhado na rua por agiota e três contratados. Foi espancado.
O jovem angolano de 23 anos estava com dificuldades em sustentar-se.
Os problemas atuais de transferência de dinheiro entre Angola e Portugal fizeram com que não conseguisse pagar a renda de casa nem as propinas do curso superior que o trouxe para Lisboa.
Pediu dinheiro emprestado a um conhecido. Mas arranjou um problema ainda maior: o agiota queria ser pago já e o jovem não tinha como.
O estudante acabou raptado "com contornos de grande violência", refere a PJ, de madrugada, numa rua do concelho de Sintra, em maio.
O agiota contratou outros três homens, entre os 25 e os 33 anos, que o tentaram meter na mala de um carro - mas a vítima era grande demais e teve de viajar, sujeita a murros e pontapés, no meio dos raptores.
Foi levada para casa de um deles, na zona de Vila Franca de Xira. A vítima viveu horas de terror, em cativeiro, "torturada, agredida e ameaçada".
Os criminosos conseguiram extorquir-lhe parte dos três mil euros que exigiam: a soma do valor da dívida e o custo da mão de obra dos raptores contratados pelo agiota.
Libertaram-no com recados e ameaças de retaliação contra si e a sua família caso o restante não fosse pago em breve.
O caso chegou ao conhecimento da Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ, que desmantelou o grupo para "pôr fim a estas práticas enraizadas e não aceitáveis de Justiça pelas próprias mãos".
Os quatro suspeitos detidos pela UNCT estavam ontem ao final da tarde a ser presentes ao tribunal de Sintra.
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