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Paralisação da Função Pública fecha escolas e limita hospitais

Serviços de Educação, Saúde e municipais foram os mais afetados na região, com greve que uniu UGT e CGTP.

27 de outubro de 2018 às 09:50

Tinha uma consulta para o meu filho que tem asma, fui surpreendido com o cancelamento e não me apresentaram uma nova data", conta Oleg Blyznyuk, 50 anos. O pai de Gleb, de 7 anos, foi um dos utentes do Centro Hospitalar Universitário do Algarve afetados, ontem de manhã, pela greve da Função Pública.

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Paralisação da Função Pública fecha escolas e limita hospitais

A adesão dos assistentes operacionais, assistentes técnicos e enfermeiros, entre outros profissionais da Função Pública superou os 90% nos hospitais da região, segundo Paula Vieira, dirigente sindical da SINTAP, afeto à UGT. Esta central sindical uniu esforços com a CGTP e em conjunto cumpriram ontem um dia de greve geral. Os serviços de Saúde mas também de Educação e recolha de resíduos foram os mais afetados.

No Algarve, além de limitar o funcionamento de hospitais, centros e extensões de saúde, a paralisação fechou quase todas as escolas assim como os balcões da Segurança Social e Finanças. Os serviços municipais de alguns concelhos também funcionaram com limitações e segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) a Câmara de Lagos esteve fechada.

O cenário repetiu-se por todo o País. Depois de, durante as primeiras horas da madrugada, não ter sido feita a recolha de resíduos sólidos, durante o dia registou-se a paralisação dos serviços de higiene em Évora, Loures e Odivelas, Setúbal, Moita, Palmela, Seixal, Almada, Amadora, Arraiolos, Barreiro, Sesimbra e Sines.

De acordo com um dos responsáveis do STAL, em Coimbra, Barreiro, Braga e Portalegre registaram--se "grandes constrangimentos" nos transportes urbanos municipais. Em grande parte dos hospitais dos distritos de Coimbra, Aveiro, Guarda, Leiria e Viseu funcionaram apenas os serviços mínimos.

Sindicatos exigem reabertura das negociações

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou que a greve sinaliza que os trabalhadores não abdicam de continuar a lutar, exigindo a reabertura das negociações. A paralisação da Função Pública registou até ao final da manhã de ontem "fortíssimos níveis de adesão", na ordem dos 85%, sendo "uma das maiores greves dos últimos anos", disse a coordenadora da Frente Comum, Ana Avoila.

Protesto afetou previsão do tempo

A previsão descritiva do estado do tempo, fornecida diariamente pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), não foi ontem disponibilizada. "Sem informação devido a greve", podia ler-se numa breve nota na internet, publicada pela meteorologista Paula Leitão.

Ministro defende "equilíbrio das contas"

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, disse respeitar o direito à greve dos trabalhadores da Função Pública, mas garantiu que o Governo "vai continuar na trajetória do equilíbrio das contas públicas". Vieira da Silva sustentou que "sem esse equilíbrio, o custo que recai sobre os portugueses não é suportável".

Funcionários judiciais com adesão de 57%

A adesão dos funcionários judiciais à greve geral foi de cerca de 57%, a nível nacional, levando ao encerramento de alguns serviços e ao adiamento de diligências, informou o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ). O setor vai cumprir um ciclo de greves, a iniciar a 5 de novembro e que se prolonga até ao fim do ano.

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