Paralisação da função pública com adesão "elevada".
1 / 5
Escolas encerradas, hospitais a meio gás e lixo por recolher foi o cenário descrito pelas estruturas sindicais que convocaram a greve desta sexta-feira da função pública e que cerca das 08h30 estava com uma adesão "elevada".
Em declarações à agência Lusa esta sexta-feira de manhã junto ao Liceu Passos Manuel, em Lisboa, que estava encerrado devido à paralisação, o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), José Abraão, disse que os primeiros sinais de "uma grande adesão chegaram da área das autarquias (transporte de resíduos sólidos e lixo), que está praticamente parado de Norte a Sul do país".
"Na área da saúde, no turno da noite, estão sobretudo a funcionar os serviços mínimos, das escolas chegam-nos sinais de encerramentos em todo o país. Portanto nesta altura estamos a prever uma greve com alguma importância, com significado", disse.
José Abraão diz que os trabalhadores "estão cansados da orientação de que estão a ser repostos rendimentos e direitos, mas não o sentem, por isso, é que a nossa exigência no sentido dos aumentos salariais para todos os trabalhadores sem distinção".
"Esta greve é também um apelo claro ao Governo no sentido de dizer que não vale a pena manipular os números daquilo que o Orçamento do Estado contem para Administração Pública, porque governar é optar como diz o senhor primeiro-ministro. Então se é assim, é hora de optar pelos serviços públicos que estão degradados com falta de pessoal, onde cresce permanentemente a precariedade", sublinhou.
No entendimento do dirigente sindical, é chegada a hora de com tempo o Governo "dar um sinal a estes trabalhadores mostrando que é possível aumentar os seus salários, motivando, induzindo confiança com vista ao futuro dos serviços públicos, desde a área da saúde, educação, da justiça em concreto onde se vivem problemas enormes".
"Temos também de dizer que há também o problema das carreiras profissionais. Há cerca de 80 carreiras profissionais que não estão revistas como é o caso concreto das inspeções, da ACT [Autoridade para as Condições de Trabalho], da Segurança Social e dos jogos e casinos, entre outras, que não veem as carreiras revistas desde 2009 e agora estão a tentar impor medidas e carreiras categoriais que não são aceites pelos trabalhadores", disse.
José Abraão lembrou ainda que nos próximos dias vão continuar as greves na administração pública.
"Na segunda-feira, os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica têm uma manifestação que vai até ao parlamento. Temos cerca de 30 mil trabalhadores em contrato individual de trabalho a quem foram atribuídas 35 horas e continuam a fazer 40 porque são impostas e não é refeito o seu percurso profissional", disse.
José Abraão disse ainda que "este governo liderado por quem é e apoiado pelos partidos à esquerda vai decerto compreender este desconforto, descontentamento e procurar resolver alguns problemas celebrando acordos porque a nossa matriz enquanto FESAP e UGT é a da negociação.
"Claro que quando isto não resulta as pessoas têm de protestar", concluiu.
Também a vice-presidente da Federação Nacional de Educação (FNE) e presidente da UGT, Lucinda Dâmaso, disse em declarações à Lusa que o nível e adesão das escolas em todo o país "é muito elevado", com escolas encerradas.
"Está em causa um desprezo total pela educação, pelos trabalhadores da educação e pelos trabalhadores da administração pública. Temos um OE que não vem ao encontro ao que seria o desejável (...)", disse.
Lucinda Dâmaso indicou também que todas as formas de luta estão em cima da mesa.
"Não vamos desistir. Iremos continuar numa luta sem fim até que o governo ceda naquilo que é fundamental para a educação e para os trabalhadores em global, para administração publica", frisou.
Inicialmente a greve foi convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (ligada à CGTP) para pressionar o Governo a incluir no Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) a verba necessária para aumentar os trabalhadores da função pública, cujos salários estão congelados desde 2009.
Contudo, após a última ronda negocial no Ministério das Finanças, em meados de outubro, a Federação de Sindicatos da Administração Pública e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, ambos filiados na UGT, anunciaram que também iriam emitir pré-avisos de greve para o mesmo dia, tendo em conta a falta de propostas do Governo, liderado pelo socialista António Costa.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.