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Falsos diplomatas simulam chegadas a aeroporto com malas cheias de notas

Vítimas pagaram 300 mil euros em falsas taxas para terem acesso a euros e dólares.

26 de janeiro de 2019 às 10:13

O cenário era em tudo semelhante ao dos filmes de espiões. Dois ‘diplomatas’ simulavam uma chegada ao Aeroporto de Lisboa, bem vestidos, com uma pasta na mão.

À sua espera tinham dois cúmplices e a vítima de burla, seduzida para este negócio: ajudava a pagar taxas avultadas aos diplomatas (falsos), que supostamente tinham trazido a mala recheada de notas do estrangeiro, e ficaria com uma larga fatia daqueles milhões de euros (falsos).

Assim, três vítimas – em ocasiões diferentes – caíram no engodo. Uma ficou sem 200 mil euros; as outras duas sem 50 mil, cada.

A PJ apanhou os quatro responsáveis pelo chamado golpe da ‘mala dos milhões’. Foram detidos dois portugueses e dois estrangeiros, provenientes de um país africano, entre os 41 e 64 anos. Estes últimos fingiam ser os diplomatas, juntamente com um dos dois portugueses.

O ‘namoro’ às vítimas começava muito tempo antes. Apresentando-se como empresário ou diplomata, um dos burlões aliciava as vítimas com oportunidades de negócios, muitos deles ligados ao ramo imobiliário.

Para que os investimentos fossem desbloqueados, eram precisos levantar milhões de euros. Num caso o dinheiro vinha da Líbia, noutro do Congo, entre outros países. E era então preparado o golpe final. Sempre bem vestidos, usando carros de luxo – de modo a simular um determinado estatuto social –, encenavam a entrega do dinheiro junto ao Aeroporto de Lisboa, perto da entrada VIP.

Era encenado um aparato próprio dos grandes negócios, faziam alguns telefonemas e os ‘diplomatas’ saíam do aeroporto com uma mala. A partir daí, tudo era feito de forma dissimulada, como se de um encontro secreto se tratasse. Esse era o momento em que a vítima tinha de entregar dinheiro para desbloquear a entrega da mala. Um homem pagou 200 mil euros em notas – sem saber que o dinheiro dentro da mala era falso.

PORMENORES

Golpe conhecido na Europa

Este golpe é praticado em vários países europeus e teve origem na Nigéria, à semelhança da burla dos ‘dólares negros’, em que um líquido transforma papel preto em dinheiro.

Três casos em dois anos

Os quatro detidos terão participado em três burlas nos anos de 2017 e 2018. Contudo, são suspeitos de outros casos semelhantes investigados pela PJ.

Provas apreendidas

Em cinco buscas a PJ apreendeu dinheiro falso, documentos, papel negro para simular notas e ainda cheques de viagem.

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