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Artigo exclusivo

Arriscam cadeia pela compra de quatro bebés no Porto

Dois casais e outro homem estão acusados de pagarem 105 mil euros para terem crianças.

20 de abril de 2021 às 01:30

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Jaime Moreira
Jaime Moreira João Cravo
Daniella Neto
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Os compradores vão agora também enfrentar a Justiça. Trata-se de cinco emigrantes, a viver em França e na Suíça, que iniciaram a compra dos bebés na Internet. Respondem todos por tráfico de pessoas.

A três dos arguidos é ainda imputado o crime de falsificação de documentos. Arriscam ser condenados a penas de prisão.

Os crimes foram cometidos entre 2011 e 2017. Dois dos bebés foram entregues a um casal homossexual e outro recém-nascido vendido a um homem que também vive com o companheiro. Uma quarta criança foi comprada por um casal que esperava há 10 anos para adotar.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto deu esta segunda-feira conta da dedução da acusação e descreve o esquema, que já tinha ficado provado durante o julgamento dos pais dos bebés. Daniella Neto, de 42 anos, e o amante concebiam os filhos já com o intuito de os venderem.

Assim que dava à luz, a mulher entregava as crianças. Os registos de nascimento eram também forjados para dar uma aparência de legalidade. Um dos compradores figurava como o pai do bebé e Daniella abdicava da guarda.

As crianças eram depois levadas para os países onde os emigrantes se encontravam a viver. A mulher, de nacionalidade brasileira, não tinha depois mais contacto com os filhos.

Para conseguir ouvir os compradores foi necessário pedir a colaboração das autoridades francesas e suíças. Foram alvo de buscas domiciliárias e constituídos arguidos. O casal homossexual que comprou dois dos bebés - um em 2013 e outro em 2015 - recusou colaborar.

Daniella foi condenada a nove anos de prisão e o amante a cinco anos e quatro meses. As crianças - que têm entre os três e os nove anos - continuam a viver com os compradores.

pormenores

“Trataram como objetos”

Daniella e o amante foram condenados em julho do ano passado no Tribunal de São João Novo, no Porto. “Trataram os filhos como mero objetos”, disse o juiz Pedro Brito.

Escutas são prova

As escutas já existentes no processo de Daniella e Jaime serão essenciais para este novo caso. Existem várias conversas da mulher com os compradores.

Colocou um anúncio

A mulher, que era cozinheira, colocou um anúncio na Internet para vender os filhos. Foi assim que iniciou os contactos.

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