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Advogado culpa calor por morte de recrutas dos Comandos

Defensor que representa diretor do 127º curso de Comandos, no qual morreram dois recrutas, pede absolvição dos 19 arguidos.

18 de maio de 2021 às 08:51

O advogado do diretor do 127º curso de Comandos - durante o qual perderam a vida os recrutas Dylan da Silva e Hugo Abreu, ambos de 20 anos, em 2016 - culpa o calor extremo pelas mortes. Alexandre Lafayette que, além do tenente-coronel Mário Maia, representa o primeiro-sargento Ricardo Rodrigues, pediu por isso a absolvição dos 19 arguidos, que estão a ser julgados por crimes como ofensas corporais e abuso de autoridade.

Usando da palavra nas alegações finais, no Tribunal de Monsanto (Lisboa), Alexandre Lafayette disparou esta segunda-feira em todas as direções. Começou por criticar o advogado Ricardo Sá Fernandes, representante das famílias dos recrutas mortos no processo cível contra os arguidos. Para Lafayette, Sá Fernandes “está claramente a querer manipular o desfecho do processo através da comunicação social”. Pondo em causa a prova apresentada pelo Ministério Público durante os cerca de dois anos e meio que já leva o processo, o advogado acusou mesmo Cândida Vilar, procuradora responsável pela fase de inquérito, de intervenção política no mesmo. “É filha de um ex-membro do Comité Central do PCP, que nunca aceitou o papel dos Comandos no 25 de Novembro de 1975”, disse perante os juízes.

Assim, e perante a “prova zero” do Ministério Público, Alexandre Lafayette apontou a vaga de calor que assolou Portugal no início de setembro de 2016, “como não se via desde a década de 1930”, como responsável pelos óbitos. “Eles morreram vítimas da vaga de calor”, concluiu o advogado.

Guião falsificado 

Alexandre Lafayette reprovou a conduta do Exército neste caso dos Comandos, garantindo que o comandante da unidade, Dores Meira, falsificou mesmo o guião da prova zero do 127.º curso.

O advogado garante a inocência de outro cliente, o sargento Ricardo Rodrigues, que o Ministério Público quer punir com pelo menos 10 anos de cadeia, por colocar terra na boca de Hugo Abreu.

Acórdão próximo

A próxima e, ao que tudo indica, última sessão de alegações finais do processo está marcada para 25 de maio. O coletivo de juízes deverá, nessa sessão, agendar a leitura da sentença.

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