Acabado o período de liberdade condicional pelo rapto da criança, garante ter sido alvo de uma "grande injustiça".
Afonso Dias era motorista de camiões TIR e foi condenado a três anos de prisão pelo rapto de Rui Pedro, há 20 anos, em Lousada. Terminou esta segunda-feira o período de liberdade condicional a que estava sujeito há um ano. Continua a defender a sua inocência e assegura ter sido alvo de uma "grande injustiça".
Recebeu o benefício de liberdade condicional há um ano depois de ter sido condenado a três anos de prisão pelo Tribunal de Relação do Porto pelo rapto de Rui Pedro. A 29 de março de 2017 recebeu a possibilidade de passar para regime de liberdade condicional, após cumprir dois terços da pena. Na imprensa desta segunda-feira, diz que sempre se sentiu "um homem verdadeiramente livre, porque nunca" deveu "nada a ninguém", considerando mesmo que todo o processo não passou de "uma grande injustiça".
"Sou amado pelas pessoas de Lousada. As pessoas que estão a ser culpadas são a família do Rui Pedro pelo que me fizeram a mim. Fui uma vítima neste processo. Aliás, eu e o Rui Pedro fomos as duas vítimas", disse o homem, lembrando que, saído da prisão, teve trabalho e amigos à sua espera em Lousada. "As pessoas já perceberam que nada tive a ver com o desaparecimento. Se eu fosse culpado, não conseguia viver em Lousada e ninguém gostava de mim", diz o homem.
Mas confessa sentir "um bocadinho de revolta" por aquilo que a família da criança lhe terá feito.
Afonso Dias confessa também não ter nenhuma teoria sobre o desaparecimento da criança e considera que o caso apenas conseguiu o mediatismo que conseguiu por os "pais de Rui Pedro" terem "posses" e ainda que a testemunha que o terá reconhecido com a criança só o terá identificado por "motivos financeiros".
O motorista de camiões confessou ainda que os dias na cadeia "foram maus" e que teve uma depressão, apesar de nunca ter sido agredido, afirmando mesmo ter sido sempre "bem tratado pelos outros reclusos". O motorista aproveitou mesmo o tempo em que esteve encarcerado e terminar o 12.º ano.
O arguido, camionista de profissão, fora absolvido em primeira instância pelo Tribunal de Lousada, mas depois condenado pela Relação do Porto e pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A defesa ainda recorreu para o Tribunal Constitucional (TC), que recusou o recurso.
Rui Pedro desapareceu da Lousada a 4 de março de 1998 quando tinha 11 anos e, duas décadas depois, o seu paradeiro continua desconhecido.
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