Afonso Eugénio, o único suspeito do caso do desaparecimento de Rui Pedro, o menino de Lousada que em Março de 1998 desapareceu sem deixar rasto, garante nada ter a ver com o mistério da ausência da criança. Em declarações ao CM, o único arguido do caso (foi ouvido nessa qualidade em Junho de 1999), assegura que tudo não passou de um mal entendido. “Estragaram-me a vida. Destruíram-me tudo”, afirma, revoltado, acrescentando ter a “consciência tranquila”. “Tive de fugir de tudo, deixar a minha vida para trás. Não fui eu, mas fiquei sem vida!”, explica, acusando depois Filomena Morais, mãe de Rui Pedro, de perseguição. “Eu era o confidente dela, ela era minha madrinha. A Filomena está louca, devia ser internada quando diz que eu tenho culpa”, acrescenta Afonso, lembrando que depois do desaparecimento de Rui Pedro nunca mais falaram.
Recorde-se, ainda, tal como o CM ontem noticiou, Afonso foi considerado o principal suspeito logo após os factos. Foi ele a última pessoa a ver Rui Pedro com vida e várias testemunhas garantem que o menor entrou no seu carro.
Familiares de Rui Pedro explicaram também às autoridades que a amizade entre os dois era “suspeita”. Afonso levava Rui Pedro “às meninas”, o que atendendo à diferença de idade entre ambos não era visto com muito bons olhos pela vizinhança.
Afonso nega-o agora em entrevista ao CM, garantindo que naquela tarde Rui Pedro lhe pedira apenas para fazer uma fisga, por detrás do estabelecimento de ensino. “Estive com ele por volta das 14h00 e ele disse-me que ia para a explicação. A partir daí nunca mais o vi”.
Desde essa altura, as diligências da PJ têm sido intermitentes. As autoridades querem agora retomar a investigação, mas numa óptica de descobrir o corpo, caso o mesmo tenha sido escondido nas imediações.
Nove anos depois, as hipóteses encontram-se formalmente todas em aberto. No processo admite-se a hipótese de rapto, escravidão, homicídio e até suicídio.
Ainda segundo o CM apurou, a PJ acredita poder reconstituir os últimos passos dados pela criança, em 1998, de forma a procurar algum vestígio da sua passagem.
Ao longo destes anos, a investigação ficou marcada por algumas falhas. A PJ só avançou para o local mais de 48 horas depois do desaparecimento de Rui Pedro e o carro onde testemunhas garantem ter visto o menor a entrar nunca foi alvo de perícias.
O caso ficou a cargo do MP de Lousada durante vários anos, só tendo sido distribuído ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal sete anos depois do desaparecimento.
"APARECER O RUI ERA A MINHA MAIOR ALEGRIA"
Foi com emoção que Afonso falou com a reportagem do CM. Depois de muitas renitências em prestar declarações, o encontro deu-se a quilómetros da cidade onde hoje mora (Freamunde) para evitar ser interpelado pelos vizinhos. Afonso falou de Rui Pedro como um dos seus melhores amigos, um menino a quem seria incapaz de fazer mal. “Aparecer o Rui era a minha maior alegria”, disse, assegurando ter perdido nove quilos após as suspeitas que sobre ele recaíram.
Quanto ao destino da criança, Afonso diz acreditar que o menor tenha sido raptado. “Ou caiu num poço, não sei”, diz, deixando no ar a hipótese de ter havido vinganças de terceiros. “A família era muito esquisita. Havia muita gente que lhes queria fazer mal”, lembra, explicando que vai processar Filomena Morais pelas acusações que aquela tem feito. “Não faço mal a uma mosca, quero é paz”, concluiu.
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