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Agentes da PSP descrevem buscas em julgamento do “Barão da Pasteleira”

Foi apreendida droga, milhares de euros e material associado ao tráfico de droga.

19 de maio de 2025 às 13:28
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Agentes da PSP descrevem buscas em julgamento do “Barão da Pasteleira”

"Nego tudo. Nunca recebi dinheiro, na minha casa não entrava ninguém”. As palavras são de Maria do Céu Andrade, arguida no processo da rede de tráfico de droga "Pica Pau/Picolé", liderada por Fábio Ribeiro, o "Barão da Pasteleira. Esta segunda-feira, no Tribunal de São João Novo, a mulher garantiu nunca ter autorizado que a sua habitação, no Bairro da Pasteleira, fosse usada como casa de apoio ou de fuga para os elementos da rede.

Maria do Céu foi ouvida sem a presença dos restantes arguidos do processo por se sentir condicionada e com medo. Na sala de audiência, acabou por chorar ao confessar ter sido consumidora de cocaína e álcool e desabafou que o consumo "lhe destruiu a vida".

Quero dizer que destruí a minha vida por causa do álcool e da droga
Maria do Céu Andrade

Arguida

Durante o depoimento, Maria do Céu, que está em prisão preventiva, apontou não ter conhecimento do produto estupefaciente e dinheiro que foi apreendido na sua casa durante as buscas da PSP. Ao coletivo de juízes, confirmou que chegou a comprar cocaína num ponto de venda, mas nunca em troca de favores.

Confrontada com escutas comprometedoras sobre depósitos bancários e a conversa com um recluso que estava preso com o seu filho, Maria do Céu referiu não se recordar do teor das chamadas telefónicas.  

Nesta sessão foi também ouvida Tânia Moreira, outra arguida no processo.

Também sem a presença dos restantes arguidos, a mulher garantiu ter confiado a chave de sua casa à pessoa errada.

“Estava necessitada. Fui abordada por um indivíduo enquanto passeava aos cães”, começou por referir. Perante a insistência do homem, que não quis identificar, a arguida afirmou que aceitou ceder a habitação para ser guardado dinheiro durante uma semana a troco de 250 euros. “Na altura, fiz as coisas sem pensar”, admite a arguida que garante que, dos restantes elementos acusados de pertencerem à rede, apenas conhece Vanessa Lemos, a quem “comprava roupa”.

Na altura, fiz coisas sem pensar.
Tânia Moreira

Arguida

No dia das buscas da PSP, Tânia estava a trabalhar nos bombeiros de Espinho. “Tudo o que foi apreendido não era meu”, refere, admitindo ainda que desconfiava que "o dinheiro fosse proveniente de algo ilícito".

Nesta sessão foram ainda ouvidos vários agentes da PSP que descreveram as buscas realizadas em casas e viaturas na zona da Pasteleira. 

No total, são 37 os arguidos acusados de tráfico de droga. Cinco deles respondem também por associação criminosa, com destaque para Fábio Ribeiro, líder da rede.

O julgamento retoma na quarta-feira. 

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