Ana Isabel Fonseca
JornalistaTânia Laranjo
JornalistaFrancisca Laranjo
JornalistaJoana Mendes
Jornalista"As pessoas que gostavam de Pinto da Costa sentiram alguma traição da parte de Villas-Boas": Advogada de Fernando Saul à saída da segunda sessão de julgamento
“Não chorei nada. E se chorar, é porque faz parte da vida”: Vítor Catão à saída do tribunal
VÍDEO: Wesley Nunes
Termina a segunda sessão do julgamento
Termina a segunda sessão do julgamento.
Henrique Ramos e André Villas-Boas ouvidos quinta-feira
A terceira sessão do julgamento começa na próxima quinta-feira com Henrique Ramos e depois André Villas-Boas, ouvido como legal representante da SAD do FC Porto.
Esta terça-feira estava prevista a audição de 5 testemunhas, mas foi remarcada para o próximo dia 24 de março.
José Dias, José Pereira e Hugo Loureiro pedem dispensa nos dias de trabalho
José Dias e José Pereira pedem dispensa nos dias em que estiver a trabalhar. José Pereira diz que nos dias de folga pode estar presente, o arguido folga à segunda e terça-feira. Posteriormente, também Hugo Loureiro pede dispensa.
Fábio Sousa nega ter agredido senhora: "Eu fui à assembleia para apoiar o Pinto da Costa"
Fábio Sousa nega ser membro da claque dos Super Dragões e diz que também não é sócio. "Fui lá só para ver, nunca tinha ido [a uma assembleia]", esclarece. O arguido diz que soube da assembleia-geral por amigos.
"Passamos à frente na fila, eu e os meus amigos", diz.
"Alguém os meteu lá dentro?", questiona a juiz. "Não. Ninguém me impediu de entrar e eu entrei", responde Fábio Sousa.
"Então estava lá um senhor junto à porta vestido de segurança, não estava ali a fazer nada então", diz a magistrada. "Basicamente", diz o arguido, que garante que não falou com Fernando Madureira. Fábio Sousa não consegue explicar porque se sentaram na bancada Norte.
"Vem imputado que o senhor terá agredido uma senhora [mãe e esposa dos sócios agredidos por Vítor Manuel 'Aleixo' e o filho, Vítor Bruno 'Aleixo']. É verdade?", pergunta a juíza.
"Não", diz, recusando, logo de seguida, ter dado um estalo ou ameaçado e insultado adeptos.
"Só vi a confusão com o Aleixo", acrescenta "Eu estava a fumar nessa altura", diz Fábio. "Lá dentro?", questiona a juíza, que perante a resposta afirmativa do arguido mostra-se incrédula. "Vale tudo, não é?"
"Eu fui à assembleia para apoiar o Pinto da Costa", diz Fábio, quando questionado sobre o objetivo de ir à assembleia.
"Eu vi o Aleixo pai descer as escadas e vi confusão, o 'Aleixo filho' estava lá embrulhado. Eu ia para separar, mas um segurança empurrou-me", esclarece Fábio Sousa.
José Dias diz que Henrique Ramos era 'playersitter', uma espécie de 'babysitter' de jogadores
No início do depoimento, José Dias disse que não pertence à claque e que é sócio desde os 14 anos. "Eu não tinha quotas em dias, mas como era sócio há alguns anos consegui entrar", explica.
"Sentei-me na bancada central, em baixo. Levantei-me só uma ou duas vezes para ir à casa de banho. Isto até ao momento em que o Henrique Ramos discursou", explica. "Vim da casa de banho quando o Henrique Ramos estava a discursar, estava no fim. Depois aconteceu um burburinho. Proferi um insulto. Eu conheço o Henrique Ramos há muitos anos. "Eu não fiz nada mais do que isso, senhora doutora", acrescenta José Dias.
"Viu a confusão com o senhor Aleixo?", pergunta a magistrada.
"Vi uma confusão na bancada, mas não faço ideia quem estava envolvido", diz o arguido.
José Dias diz que Henrique Ramos era playersitter, uma espécie de babysitter de jogadores. "Ele é apoiante do Pinto da Costa, até tem uma tatuagem com a assinatura do Pinto da Costa. Acho que por trás daquele discurso dele na assembleia existia algo, ele gosta muito de protagonismo", afirma. "Não gostei que ele tivesse ido incendiar as coisas, os ânimos já estava exaltados", refere.
"Eu só lhe disse: ó boi", diz José Dias, referindo-se ao insulto que dirigiu a Henrique Ramos. O arguido afirmou que não tinha contacto de ninguém, nomeadamente de Fernando Madureira.
Defesa de José Dias fala do episódio em que Henrique Ramos tirou o microfone à jornalista do CM/CMTV Tânia Laranjo para reforçar 'Tagarela' costuma estar envolvido em conflitos.
Depoimento concluído.
"Tentei dar um pontapé [ao 'Tagarela'], mas nem sei se lhe acertei", assume José Pereira
José Pereira começa por explicar que tem 30 anos e é sócio há 27 anos do clube.
"Um amigo estava na fila e deu-me uma pulseira. Disse que foi o Polaco que lhe deu a pulseira. Ele disse que foi o Polaco, mas eu não conhecia, nem conheço", diz José Pereira que não sabe se o amigo se referia a Hugo 'Polaco' ou alguém com a mesma alcunha.
"Vi um primeiro tumulto na bancada Norte", começa por descrever José Pereira, que diz que não viu quem estava envolvido nos problemas. "Tentei dar um pontapé [ao 'Tagarela'], mas nem sei se lhe acertei", assume José Pereira. "Eu tentei falar com ele sobre o que ele tinha discursado, mas ele começou com provocações. Acabei por me envolver na onda e depois tentar dar um pontapé", acrescenta.
"Ele [Henrique Ramos] criticou que existiam casas do Porto sem espaço físico, mas ele muitas vezes se calhar beneficiou disso, que conseguiu bilhetes. A vida dele é feita disso", esclarece José Pereira.
A juíza não consegue entender porque é que estas declarações de Henrique Ramos causaram tanta revolta. "Em que é isso o afetava a si?", pergunta magistrada. "Porque sou sócio do FC Porto, vai contra os meus ideais", responde José Pereira.
"Em que é que isso o afetava a isso ao ponto se ir até outra bancada e ter dado no que deu, numa tentativa de pontapé?", continua a insistir a juíza. "A mim nada, afetava o clube. Ele beneficiava com isto", diz José Pereira, num discurso que a magistrada diz que é contraditório. "Ele beneficiava, mas deixou de beneficiar", afirma o arguido.
"Alguém passou a beneficiar com os bilhetes?", pergunta a magistrada. José Pereira diz que não.
Sobre a agressão a 'Tagarela', José Pereira volta a insistir. "Eu acho que não lhe toquei, que não cheguei a dar o pontapé. Se calhar raspei", diz. "Ele depois foi afastado para o centro do pavilhão e eu fui embora", conclui.
"Viu mensagens nas redes sociais onde diziam: temos de ir em peso amanhã, vai haver pancada?", questiona a procuradora. "Não vi nada disso", diz José Pereira, que garante que na assembleia não falou com Madureira.
“Macaco, Polaco, tudo a virar-se. Estão a insultar quem filma, até a Sandra”, dizia, numa mensagem, José Pereira à namorada a referir-se à assembleia. "De todos os que lá estiveram, fui o que fiz menos, foi um papel mal dado. Até o Saul dizia pior", dizia em outra mensagem.
"Todas as mensagens que enviei eram coisas que eu ouvia as pessoas nas minhas costas a dizer. Eu não vi nada. Tudo o que relatei foi o que ouvi, não vi", alega José Pereira.
"Ouvi pessoas a dizer que havia pessoal a cair das bancadas e no chão?", pergunta a procuradora. "Sim, ouvi isso. Eram coisas que as pessoas me disseram", diz. José Pereira esclarece que deu afinal o cartão de sócio a um amigo, mas que esse amigo não o usou depois. Nega também ter andado no meio das pessoas a intimidar, a pedir que batessem palmas para o presidente.
Advogada do arguido pede esclarecimentos: "Há uma altura que fala do Saul. Porque é que disse que ele fez pior?", questiona a advogada.
"Eu confundi o Saul com o senhor Tiago", diz, referindo-se a Tiago Aguiar, outro funcionário do Porto que esteve envolvido numa agressão, mas cujo processo foi separado.
"Na sua ideia acha que não tocou no senhor Henrique Ramos, mas admite que pode ter tocado?", questiona a advogada. "Sim, admito, posso ter tocado. Era essa a intenção", diz José Pereira.
José Pereira diz que depois ligou a Henrique Ramos. "Liguei cerca de quatro dias depois, tentei retratar-me. Ficou tudo resolvido, ficou tudo bem. Ele até pediu o meu número de sócio caso o Porto quisesse aplicar alguma suspensão e eu cedi. Ainda na presidência do Pinto da Costa eu fui suspenso", diz.
Termina o depoimento.
Vítor Catão abandona sala de audiências em lágrimas
Vítor Catão abandonou a sala de audiências em lágrimas. Sandra Madureira explica que ela e Catão se emocionaram ao ouvir o depoimento de Fernando Saul.
"Pode chamar-me de doido, mas eu chorei tanto no funeral de Pinto da Costa, como vou chorar na morte de alguns familiares", diz Saul, que termina o depoimento.
Minutos depois, Vítor Catão regressou à sessão.
"Há pessoas que deram uma chapada apenas por amor ao clube. A tal assembleia do terror não existiu", afirma Fernando Saul
Na mesma altura, já após a assembleia-geral, Fernando Madureira e Saul trocaram mensagens: "O Presidente não de se deve recandidatar. Vai ser humilhado", dizia Saul. 'Macaco' deu logo resposta. "Vamos à guerra, morremos, mas morremos de pé".
"Isto era a perceção que eu tinha, que o Presidente ia perder as eleições", esclarece Saul.
"Porque é que é uma afronta alguém se candidatar a um clube querer numa assembleia pessoas que o apoiem?", questiona a juíza. "É perfeitamente normal que quisesse juntar o maior números de pessoas numa assembleia onde iam discutir os estatutos. Onde está uma afronta?", insiste.
"Para mim é uma afronta. O senhor André Villas-Boas nunca tinha ido a uma assembleia, era uma afronta porque estava a arregimentar pessoas. Meses antes surgiram várias páginas de pessoas que nem existiam, isto era uma cartilha. Não estou a dizer que foi o senhor André Villas-Boas, mas isto estava um ambiente muito mau. A afronta está no que vem de trás, no historial", esclarece.
"Ele [André Villas-Boas] teve de criar uma máquina de campanha para tirar uma pessoa que estava há vários anos. Nem que fosse falar mal das pessoas, criar problemas", afirma. Fernando Saul disse, posteriormente, que acredita que a maioria terá votado em Pinto da Costa.
"Dou-me por muito feliz por ter sido sempre leal ao senhor Presidente, ao contrário de muitos", diz Saul.
"Naquela assembleia não foi Pinto da Costa/André Villas-Boas?", pergunta a magistrada.
"Sim, foi. Mas não houve nenhum plano para que isso acontecesse. Há pessoas que deram uma chapada apenas por amor ao clube. A tal assembleia do terror não existiu. Não houve nenhum clima de terror", afirma. "O ambiente estava inflamado na assembleia. Uns queriam chegar ao poder e outros queriam manter-se no poder", acrescenta o antigo funcionário do FC Porto.
"Qual era a verdadeira provocação do senhor André Villas-Boas?", pergunta a advogado do arguido.
Fernando Saul afirma que 'Macaco' "não dominava ninguém, mas era o líder" dos Super Dragões
Fernando Saul retoma o depoimento. O arguido começou a ser inquirido pelos advogados.
A advogada do FC Porto é a primeira a colocar questões:
"Na sua perspetiva a alteração dos estatutos teria alguma influência nas eleições de abril?", começa por perguntar a advogada.
"Na minha opinião não, era apenas uma questão de modernidade para o clube. ", responde Saul. "O senhor Fernando Madureira disse-me só que queria apoiar o Pinto da Costa", acrescenta o arguido quando questionado pela advogada se 'Macaco' tinha dito se era necessário aprovar os estatutos.
"O senhor Fernando Madureira dominava os Super Dragões?", pergunta a advogada. "Ninguém domina ninguém, mas ele era o líder. Dava-nos informações importantes para organizarmos os jogos, tinha uma boa relação com as autoridades", explica Fernando Saul.
A advogada do FC Porto fala agora de vários nomes de pessoas que ainda continuam a trabalhar no clube, tentando assim contrariar o que foi dito por Saul, que apenas ficaram dois diretores. "Referiu que o diretor de segurança podia ter sugerido a suspensão da assembleia. Sabe se foi suspensa e por quem?", questiona a advogada.
"Ele podia ter sugerido ao presidente da mesa da assembleia. O diretor de segurança relatou-me que quando existiram os primeiros tumultos, foi contactado pela PSP a perguntar se era preciso intervenção e ele disse que não", esclarece Saul.
Advogada de Fernando Saul questiona o próprio cliente: "Alguma vez ouviu gritos ou pessoas em pânico?"
"Não. As pessoas saíram do auditório para o Dragão Arena de forma ordeira", diz Saul, referindo-se à mudança de local. "As ditas câmaras onde estão?", pergunta Cristiana Carvalho.
"Existe um aquário no Dragão Caixa e a mando do diretor de segurança está lá um colaborador do Porto e um segurança da SPDE", esclarece Fernando Saul. De recordar que na assembleia-geral, as câmaras foram desviadas.
A defesa mostra mais mensagens que Saul trocou, em janeiro de 2024, com amigos após uma publicação feita por Henrique Ramos, onde, segundo Saul, este o denegria. "Tem de levar nos cornos", dizia um amigo. Fernando Saul respondia "vou matá-lo".
Retoma sessão após pausa para almoço
Sessão retomada após pausa para almoço.
'Macaco' regressa à sala de audiências após pausa para almoço
Novas imagens mostram ‘Macaco’ a ir para as celas do tribunal durante pausa no julgamento
Pausa para almoço
"Vai haver mocada, vai dar m****": Fernando Saul mandou mensagens a "alertar" amigos no dia anterior à assembleia-geral
Fernando Saul começa a ser ouvido. "Eu era funcionário do FC Porto, não fazia parte da claque. Fui funcionário durante 25 anos, era oficial de ligação aos adeptos e o speaker do Estádio do Dragão", diz o arguido.
"Cheguei à assembleia tarde, já estava tudo a sair do auditório. No Dragão Arena estive só com a Sandra Madureira. Estava tudo tranquilo. Eu fiquei na bancada Sul que era onde tinha lugares. As outras bancadas estavam cheias", prossegue.
"Quando é que se apercebe de confusão?", pergunta a juíza a Fernando Saul que responde: "Depois do discurso do Pinto da Costa ouviram-se insultos, apupos. Passados uns minutos eu vi que na bancada Norte houve um tumulto e vejo as pessoas a afastarem-se. Aquilo terminou, a assembleia retomou e só na parte afinal há uma altercação com o senhor Henrique Ramos".
"Vi a dona Sandra a discutir com um adepto e eu conheço-a devido às minhas funções. Isso foi na bancada Sul. Eu só disse: ó Sandra deixa lá isso, anda embora. Ela estava a discutir por causa de umas mensagens e de uns vídeos, por causa das filhas. Eu disse para ela sair dali e ela saiu. Não chegou a existir qualquer problema", recorda.
Fernando Saul diz que não esteve na assembleia com 'Macaco': "Ele passou por mim uma ou duas vezes, mas não estivemos juntos".
"Vai levar tudo nos cornos. Aleixo e pessoal está avisado", terá publicado Saul nas redes sociais. "Isso foi três meses antes, nem se sabia que ia existir assembleia. Eu tinha um problema com o Henrique Ramos, que ele andava a difamar-me. Eu disse às pessoas para terem cuidado com ele", justifica o arguido.
"Vai levar tudo nos cornos. Como e onde?", pergunta a juíza.
"Isso era só para o senhor Henrique Ramos", diz, no entanto, a juíza não ficou convencida e questiona: "Tudo era ele?".
"Era só ele, mais ninguém", diz Saul. "Mas na mensagem dizia que o Macaco estava cego", insiste a magistrada.
"Eu disse ao 'Macaco' que o Henrique Ramos não era de confiança, ele era amigo dele", afirma Saul.
"Vai haver mocada, a assembleia vai ser quentinha, vai dar m****", dizia Saul em outras mensagens no dia anterior à assembleia.
"Isso foram mensagens que eu enviei para amigos. Era a perceção que eu tinha como oficial de ligação aos adeptos. Desde há uns meses que existiam muitas páginas de apoio ao Villas-Boas a difamar a direção, falavam muito nas redes sociais. Eu mesmo não sendo da segurança alertei que ia mais gente do que o costume e que devia existir mais segurança. Alertei o diretor de segurança e de marketing", diz. "Eu pelo que via nas redes sociais percebia que ia muita gente e que os ânimos estavam exaltados. Em várias páginas (de apoio a Villas-Boas) diziam para irem todos à assembleia, para se filmar tudo, que o Porto dos mamões iam acabar", afirma.
"Curiosamente os únicos diretores que continuam são estes (de segurança e de marketing). Isto é extraordinário", diz Fernando Saul, levantando aqui suspeições. "Não consigo perceber como é que um diretor de segurança que prepara jogos não acaba logo com a assembleia quando percebeu que não cabia toda a gente no auditório. Podia ter evitado isto tudo. Mas deve ser por isso que ele lá continua", salienta.
"Toda a gente sabia que o André ia ser candidato, até pela máquina que já estava a funcionar", acrescenta.
"No dia anterior à AG, o Villas-Boas fez um apelo para que se fosse à assembleia. Eu acho que ele quis chamar as pessoas dele para estarem com ele. Mesmo sendo funcionário do FC Porto existiam pontos (nos estatutos) que eu ia votar contra".
"Falou com Fernando Madureira que ia muita gente a esta assembleia?", pergunta a procuradora. "Sim, falei com ele algumas vezes", afirma Saul, que nega ter dado indicações a 'Macaco' de como deviam agir na assembleia, responde Fernando Saul, negando, repetidamente, ter falado com Fernando Madureira na assembleia-geral.
“Levou nos cornos esse boi, mas dei-lhe lá dentro, ninguém viu”, dizia Saul num grupo com amigos onde mandou um vídeo de Henrique Ramos, conhecido por 'Tagarela'. Confrontado, o arguido nega agressão: “Foi para me vangloriar aos meus amigos. Isso não aconteceu”.
Intervalo
Vítor Manuel 'Aleixo' confrontado com mensagens trocadas com Sandra Madureira
A juíza chama novamente Vítor Manuel 'Aleixo' para o confrontar com mensagens trocadas com Sandra Madureira. As mensagens são já por altura da segunda Assembleia, a 29 de novembro. Sandra Madureira diz a Vítor Manuel 'Aleixo': "Vai discreto, para não acontecer as merdas da outra vez".
"Ela estava a referir-se por causa do incidente da primeira assembleia, que eu nem sou dos Super Dragões", diz Vítor Manuel 'Aleixo'. Sandra pediu ainda que este arguido "levasse cartões".
"Eu às vezes arranjava cartões para um amigo que me pedisse. Mas não eram nem 10, nem 20, nem 30 cartões. Era só para um amigo mais chegado", justifica Vítor Manuel 'Aleixo'
"Leva tudo nos cornos. Amanhã vai haver porrada": Procuradora lê mensagens enviadas no grupo dos Super Dragões
"Amanhã vale tudo", "Leva tudo nos cornos", "Amanhã vai haver porrada": Procuradora lê algumas das mensagens enviadas no grupo do WhatsApp dos Super Dragões, mas 'Aleixo filho' diz que não leu nada disto.
Vítor Bruno 'Aleixo' diz que não viu "garrafas a voar pelo ar", nem "pessoas a ficarem sem telemóvel" na Assembleia-Geral do FC Porto. "Só me lembro dos cânticos, também cantei", refere o arguido.
'Aleixo filho' volta a falar de Henrique Ramos, que foi agredido e é assistente neste processo. "O Henrique Ramos é dos maiores candongueiros de Portugal. Foi para a assembleia falar de casas do FC Porto que eram fictícias para venda de bilhetes, mas ele também comprava bilhetes e depois revendia-os", afirma perante a juíza.
Termina depoimento de Vítor Bruno 'Aleixo'.
"Cheguei lá e dei um soco": Vítor Bruno 'Aleixo' confessa agressão a homem que bateu no pai
Vítor Bruno 'Aleixo', também tratado por 'Aleixo filho', começa a ser ouvido.
"Fiz a credenciação, entrei. Foi tudo normal", começa por lembrar o arguido. "Estava na bancada norte do Dragão Arena. Ouvi os discursos todos", continua.
"O Dr. Lourenço Pinto falou e esteve tudo bem. O Presidente Pinto da Costa falou e começaram os insultos. Diziam: estás velho, vai acabar a mama, vai embora. Os insultos vinham principalmente da bancada norte, onde eu estava", explica Vítor Bruno 'Aleixo'.
Vítor Bruno 'Aleixo' explica que geralmente no Dragão Arena, a claque dos Super Dragões fica na bancada sul. Diz que não é da claque, mas que costuma assistir a jogos com a claque.
"Eu vi o meu pai a vir pelo pavilhão [Vítor Manuel 'Aleixo'], entrou e começaram a insultá-lo", refere.
"Eu desci. O meu pai sempre disse para o respeitar a ele, depois a minha mãe e depois o Pinto da Costa. O meu pai discutiu com um indivíduo, deu-lhe uma chapada e depois leva de um soco de outra pessoa. Cheguei lá e dei um soco a esse homem [que tinha agredido o seu pai]. Depois o homem caiu, levantou-se e eu peguei e afastei-o com um pé. Eu fui para o pavilhão de chinelos, tinha partido o pé meses antes e ainda andava na fisioterapia", explica Vítor Bruno 'Aleixo'.
"O homem estava a vir em direção a mim e eu afastei-o com o pé e então ele caiu outra vez, ou melhor ficou em cima das cadeiras, ele não caiu no chão". acrescentou.
De seguida, a juíza questiona: "Em algum momento você troca de roupa?".
"Troquei a camisola no pavilhão e as calças no carro. Mal acontece isso eu começo a receber telefonemas da minha namorada, da minha mãe e dos meus amigos mais próximos. Eu comecei a ficar nervoso. Um amigo meu disse: estás com a camisola cheia de sangue. Fiquei nervoso, a minha mãe disse que a polícia me ia levar. O meu amigo deu-me uma camisola e um gorro. Depois vi que as calças tinham sangue e também troquei. Continuei lá porque queria votar", respondeu 'Aleixo filho', esclarecendo que queria "votar nos estatutos".
"Na acusação diz que o senhor disse ao Henrique Ramos 'vou-te matar' e que depois lhe cuspiu na cara. É verdade?", questiona a juíza.
"Não é verdade. Só lhe perguntei 'quem és tu para estares aqui a falar?'. Disse-lhe que ele não tinha moral nenhuma para falar", afirma o arguido.
"O senhor Henrique Ramos começou a desafiar as pessoas que estavam na bancada, ele foi apelidado de candongueiro. Eu estava indignado e não me dou com ele [Henrique Ramos] há vários anos. Sempre que nos vemos dá faísca. Só lhe disse que ele era um 'mamão' e que 'era sócio dos três grandes'. Depois um colega afastou-me dali", justifica.
Vítor Bruno 'Aleixo' diz à juíza que fazia parte de um grupo do WhatsApp dos Super Dragões: "Eu fazia parte do grupo, mas muitas vezes não ia dois ou três dias. E depois quando voltava tinha mil e tal mensagens. Muitas vezes eu já nem via", diz, garantindo que não leu a maioria das mensagens enviadas antes da Assembleia-Geral.
"Estou arrependido. Não quis ligar ao senhor (que agrediu) e quando ele estiver cá se a senhora doutora deixar eu quero pedir desculpa. Não o fiz antes porque o senhor podia interpretar de outra maneira", remata.
"Para mim o presidente é o símbolo do Porto", Vítor 'Aleixo' justifica que agrediu sócios por estarem a insultar Pinto da Costa
Vitor Manuel 'Aleixo' continua a ser ouvido na segunda sessão do julgamento.
"Vi a fila comprida, passei, vi mais pessoas conhecidas ali. O senhor Fernando Madureira estava ali e cumprimentei-o", recorda Vítor Manuel 'Aleixo' sobre a Assembleia-Geral [AG] do FC Porto.
"Passei à frente da fila. Encostei-me a colegas que ali estavam e passei", continua o arguido.
"Você nunca teve conhecimento de que tinham de estar no P1 pelas 20h45?", pergunta a procuradora. Vitor Manuel 'Aleixo' responde: "Não, eu não sabia disso", recusando ter lido uma mensagem onde diziam que quem não fosse sofria consequências.
"Eu adoro o Presidente", volta a dizer Vítor Manuel 'Aleixo', referindo-se a Pinto da Costa. O arguido diz ainda que não falou com o filho - Vítor Bruno 'Aleixo' - sobre a AG.
Vítor Manuel 'Aleixo' diz que não se apercebeu de terem proibido filmagens no Dragão Arena, nem ouviu cânticos.
"Para mim o presidente é o símbolo do Porto, é o FC Porto", volta a dizer o arguido, tentando justificar o motivo pelo qual agrediu sócios. 'Aleixo' lembra que os sócios estavam a insultar Pinto da Costa.
Vítor Manuel 'Aleixo' garante que não ameaçou o homem que agrediu num primeiro momento e a família. E que também não viu "garrafas a voar", nem "ninguém a ser empurrado pelas escadas".
A procuradora confronta o arguido com mensagens, onde outras pessoas diziam: "Vai tudo levar. O 'Aleixo' já está avisado".
"Não sei nada disso, isso não foi comigo", diz, admitindo que o filho também é tratado por 'Aleixo'. "Eu não tenho redes sociais, sou antigo", acrescenta o arguido.
Arranca a segunda sessão do julgamento da Operação Pretoriano
Arranca a segunda sessão do julgamento da Operação Pretoriano.
Advogado de Vítor Manuel 'Aleixo' e do filho pede que os dois arguidos sejam dispensados de algumas sessões
O advogado de Vítor Manuel 'Aleixo' e de Vítor Bruno 'Aleixo' pede que os dois arguidos sejam dispensados de algumas sessões para irem trabalhar a montar estruturas para Espanha. Os arguidos pretendem faltar nas sessões de quinta-feira e da próxima segunda e terça-feira. A juíza aceitou o pedido e, por isso, Vítor Bruno 'Aleixo' começa a ser ouvido esta terça-feira a seguir ao pai - Vítor Manuel 'Aleixo'.
Miguel Marques Oliveira, advogado de Sandra Madureira, pediu que a arguida, nos dias em que existam sessões, não tenha de se apresentar na esquadra. A juíza aceitou o pedido.
Adélia Moreira, advogada de José Pereira, faz pedido igual ao de Sandra Madureira, que é deferido.
'Macaco' pisca o olho na direção do banco de arguidos
Ao entrar na sala de audiências, Fernando Madureira piscou o olho na direção do banco onde estão os restantes arguidos.
“Estou tranquila” : advogada de José Pereira afirma que não há ligação entre o seu cliente e os outros arguidos
VÍDEO: Wesley Nunes
“Só quero é que seja feita justiça”: Fernando Saul chega ao Tribunal de São João Novo
Sandra Madureira também já está em tribunal
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“Vai-se provar”: Hugo ‘Polaco’ confiante com nova sessão de julgamento da ‘Operação Pretoriano’
VÍDEO: Wesley Nunes
Imagens de drone mostram ‘Macaco’ a entrar no tribunal de São João Novo
'Macaco' já chegou a tribunal
VÍDEO: Wesley Nunes
Forte dispositivo policial no julgamento da Operação Pretoriano
VÍDEO: Wesley Nunes
Saiba tudo o que foi dito na primeira sessão do julgamento
Na primeira sessão do julgamento, na segunda-feira, foram ouvidos Fernando Madureira, Hugo Polaco e Vítor Manuel Oliveira, conhecido por 'Aleixo'.
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