Bruno de Carvalho está acusado de autoria moral de crimes classificados como terrorismo e de outros 98 ilícitos.
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A invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete, mergulhou, há um ano, o clube na pior crise de sempre, que provocou uma revolução na estrutura diretiva, saídas do treinador e de vários futebolistas.
Em 15 de maio de 2018, dois dias depois de o Sporting ter sido derrotado na visita ao Marítimo, deixando escapar para o Benfica o segundo lugar da I Liga e o apuramento para a Liga dos Campeões, cerca de 40 encapuzados entraram na Academia e agrediram elementos da equipa principal de futebol.
O ato foi criticado por todas as instâncias do futebol e pelas mais altas instituições do país e levou à detenção, no dia seguinte, de vários elementos ligados à Juventude Leonina, que ainda se encontram em prisão preventiva.
Quase quatro meses depois, em 11 de novembro, o presidente do clube à data dos acontecimentos, Bruno de Carvalho, e Mustafá, líder da claque, foram detidos e constituídos arguidos, mas ficaram em liberdade.
Bruno de Carvalho, que liderou o clube entre março de 2013 e junho de 2018, está acusado de autoria moral de crimes classificados como terrorismo e de outros 98 ilícitos.
No total, o processo, cuja fase instrutória começa na segunda-feira, tem 44 arguidos - 37 dos quais estão detidos preventivamente --, aos quais são imputados pelo Ministério Público crimes de terrorismo, ameaça agravada, sequestro, dano com violência.
A tensão entre o plantel e Bruno de Carvalho começou em 05 de abril do ano passado, quando o dirigente usou o Facebook para criticar os jogadores após a derrota com o Atlético de Madrid (2-0), na Liga Europa.
O plantel divulgou nas redes sociais um comunicado conjunto, mostrando desagrado pelas críticas e lamentou a falta de apoio da direção. O presidente 'leonino' reagiu, anunciando a suspensão dos jogadores, que não chegou a ser formalizada, a quem chamou de "meninos mimados".
Cinco dias depois do ataque à Academia, durante os quais praticamente não se realizaram treinos, o Sporting perdeu a final da Taça de Portugal por 2-1, com o Desportivo das Aves. Bruno de Carvalho não esteve no Jamor por considerar que "não estavam reunidas as condições".
O guarda-redes Rui Patrício foi o primeiro jogador a rescindir, alegando justa causa em 01 de junho, seguindo-se Daniel Podence, William Carvalho, Gelson Martins, Rúben Ribeiro, Rafael Leão, Bruno Fernandes, Bas Dost e Rodrigo Battaglia, mas os três últimos voltaram a assinar com o Sporting após a destituição de Bruno de Carvalho.
Também o treinador Jorge Jesus acabou por deixar Alvalade, depois de rescindir por mútuo acordo, e rumar aos sauditas do Al-Hilal, clube do qual já saiu.
O ataque à Academia mergulhou o clube numa crise institucional sem precedentes, com os membros da Mesa da Assembleia-Geral (MAG), liderada por Jaime Marta Soares, a demitirem-se em bloco, tal como o presidente e vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD).
No final de maio, Marta Soares marcou uma Assembleia-Geral (AG) para destituir Bruno de Carvalho, que considerou esta convocação uma "bomba atómica" ilegal.
Depois de várias providências cautelares não aceites, Bruno de Carvalho acabou mesmo por ser destituído em AG, com 71,26% dos votos.
Com Bruno de Carvalho suspenso, Marta Soares nomeou uma comissão de gestão, com Artur Torres Pereira como presidente e com o antigo presidente Sousa Cintra, que viria a ser escolhido para liderar a SAD até às eleições.
Sousa Cintra demitiu o treinador sérvio Sinisa Mihajlovic, entretanto contratado por Bruno de Carvalho, e escolheu para o seu lugar José Peseiro.
Em setembro, no ato eleitoral mais concorrido de sempre, Frederico Varandas, ex-diretor clínico, presente do dia do ataque de Alcochete, foi eleito com 42,32% dos votos, superando cinco candidatos.
A primeira decisão mediática de Frederico Varandas foi a substituição de José Peseiro por Marcel Keizer. O técnico holandês levou a equipa à conquista da Taça da Liga e garantiu um lugar na final da Taça de Portugal, a disputar no próximo dia 25.
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