A edição de hoje
A cidade de Aveiro assistiu, ontem, a uma viagem no tempo, até ao século XV, com a realização de mais uma feira medieval, tudo para "dar as boas- vindas ao Infante D. Pedro, dono da vila, que estimulou o desenvolvimento desta terra", afirma Cristina Perestelo, membro da organização. E tudo para dar a conhecer a história de uma forma simples, mas pedagógica.
O Infante e a sua comitiva chegaram a cavalo, tendo sido seguidos pelas ruas da cidade, por uma vasta multidão, vestida a rigor, onde nada foi esquecido. Desde a música aos pedintes, passando pelas ciganitas e pelos bobos que animavam o cortejo, tudo foi pensado ao pormenor "para que as pessoas que estão a assistir se consigam aperceber de como se vivia na Idade Média", salienta a mesma responsável.
Para que tudo funcione, todos vestem os trajes da época e não faltam as actividades ligadas à Idade Média que retratam a história da cidade. O Largo do Rossio transformou-se num autêntico burgo, onde não faltaram os pagens, os bispos e os vendedores ambulantes que iam de feira em feira vender os seus produtos e em busca de notícias de outras terras do reino.
"As visitas do Infante eram vistas como uma grande honra, daí que todos se envolvessem na preparação da feira", refere João Santos, figurante, "ao Alcaide estava reservada a responsabilidade de celebrar a vinda de D. Pedro, organizando os jogos e torneios medievais", acrescenta.
O "burgo", situado junto à ria, pretende recriar a vida da época. Aí, os participantes têm a oportunidade de, por breves momentos, serem cavaleiros e arqueiros, onde não faltam as espadas e as lutas em defesa da honra.
Uma feira implica vendedores e, também, estes não quiseram deixar de participar na festa em honra do Infante. Um pouco por todo o lado podia-se ver as barracas, onde apenas eram vendidos produtos da época. O vinho, os queijos e os enchidos eram os preferidos da população, "é o que mais se vende. Aqui só entram esses produtos, por isso as pessoas escolhem o que mais lhes agrada", comenta Alda Santos, vendedora.
Durante todo o dia, os habitantes de Aveiro puderam recuar no tempo e viver do mesmo modo que se vivia na época medieval. Sob o olhar atento do Infante D. Pedro e dos nobres que faziam parte da sua comitiva, o Alcaide deu início aos torneios que não se destinavam apenas aos cavaleiros medievais, já que "qualquer pessoa que queira defender a sua honra, tem a possibilidade pegar numa espada e lutar contra os cavaleiros", concluiu Cristina Perestelo.
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