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Cabo do Elevador da Glória rebentou após inspeção no próprio dia

Presidente da Carris esclareceu que não pode avançar as causas do acidente, classificando a situação de inimaginável.

05 de setembro de 2025 às 01:30

Na manhã da última quarta-feira, dia em que ocorreu o trágico acidente do Elevador da Glória, em Lisboa, o sistema foi sujeito a uma inspeção preventiva com a duração de 33 minutos, entre as 09h13 e as 09h46. Uma das conclusões dos técnicos da inspeção da MNTC é que o cabo contava com mais 263 dias até ser mudado. Entre os dez procedimentos efetuados foi dado o ‘OK’ à questão: “O ascensor tem todas as condições para a operação?” Nove horas depois da inspeção diária, uma das duas viaturas do ascensor desceu desgovernada a calçada, embatendo contra um prédio.

O acidente “deixou todos perplexos” na Carris, afirmou o presidente da empresa municipal de transportes de Lisboa, Pedro Bogas. Sublinhando que “o cabo é verificado diariamente numa roldana”, o presidente da empresa sublinhou que “não se pode partir do pressuposto que o problema está no cabo”, ao que acrescentou: “Se tivesse origem em algo muito evidente, já teríamos apurado. A situação é inimaginável, inusitada.” Pedro Bogas precisou que a manutenção geral é realizada de quatro em quatro anos, tendo a última ocorrido 2022. Referiu também que em intervalos de dois anos é realizada a manutenção intercalar, sendo que a última foi efetuada no ano passado.

O presidente confirmou que o ascensor tinha sistemas de redundância que possibilitam travar a viatura, mas admitiu que “numa ferrovia ligeira, com mais de cem anos, não seria exatamente assim”. A manutenção do ascensor era efetuada por seis técnicos, enquadrados por três engenheiros. Sendo que dois elementos da empresa realizavam acompanhamento 24 horas por dia. A manutenção contava ainda com a participação de dois técnicos da Carris.

Após o acidente foi aberto um inquérito e realizada uma inspeção técnica aos ascensores do Lavra, Graça e Bica e ao Elevador de Santa Justa, equipamentos sem data prevista de reabertura.

SAIBA MAIS

Guarda-freio Ao comando

O presidente da Carris, Pedro Bogas, esclareceu que o guarda-freio, André Marques, foi encontrado morto “aos comandos da viatura”. “O nosso guarda-freio esteve aos comandos da viatura até ao último momento. E isso é algo que nos deixa a todos muito sensibilizados. Aqui são todos muito dedicados e profissionais”, disse.

Glória vai continuar

Sobre o futuro, o presidente da Carris vincou: “Vamos continuar a ter o Elevador da Glória em Lisboa. Vamos ter um novo elevador e com ainda maior segurança.”

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