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Cabo soltou-se e travões falharam: Marcelo levanta questões sobre acidente do Elevador da Glória

Guarda-freio André Marques, uma das 16 vítimas mortais do acidente, acionou os travões, pneumático e manual, mas ação não surtiu qualquer efeito.

08 de setembro de 2025 às 01:30

A dúvida levantada no domingo por Marcelo Rebelo de Sousa é um dos pontos mais sensíveis do relatório divulgado sábado pelo Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários: o sistema de redundâncias não funcionou. O guarda-freio André Marques, uma das 16 vítimas mortais do acidente, que fez ainda mais de duas dezenas de feridos, acionou os travões, pneumático e manual, mas essa ação não surtiu qualquer efeito. O funicular não parou. Pelo contrário, foi ganhando velocidade até inclinar, bater num poste e em dois edifícios, ficando completamente desfeito. Seguia, nesse momento, a 60 quilómetros por hora. Entre o momento em que a carruagem se descontrolou e o embate fatal decorreram menos de 50 segundos.

Também carece de explicação outra das dúvidas colocadas pelo Presidente da República. O facto de não existir um organismo público que exerça fiscalização a este tipo de transportes. A terceira questão que o relatório coloca e que carece de explicação é a questão do cabo que liga as duas composições. É preciso apurar por que razão se soltou, dando origem ao descarrilamento.

Numa referência à inspeção realizada ao ascensor nove horas antes do trágico acidente, Marcelo Rebelo de Sousa espera que seja apurado o motivo pelo qual não poderia ser detetado determinado tipo de problemas, sem a desmontagem dos dispositivos das carruagens.

E TAMBÉM

Autárquicas

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, considerou, no domingo, que o grande escrutínio político sobre a tragédia do Elevador da Glória, em Lisboa, será feito nas eleições autárquicas de 12 de outubro. “Os restantes escrutínios, “de natureza civil ou criminal”, serão realizados por “outras entidades que o realizam à luz da lei”, acrescentou.

Responsabilidade

O Presidente da República considerou que o autarca Carlos Moedas tem “responsabilidade política” no acidente, mas não faz sentido falar em demissão.

Empresa toma posição

A empresa responsável pela manutenção do Elevador da Glória entende ser “prematura” qualquer conclusão nesta fase, acrescentando que o ascensor foi considerado “em condições adequadas de funcionamento” após a inspeção realizada no dia do acidente. “Qualquer conclusão nesta fase seria prematura”, divulgou a MNTC - Serviços Técnicos de Engenharia, Lda..

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