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Cegonhas voltam a Portugal

As cegonhas brancas estão de regresso a Portugal. O último censo, coordenado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN), dá conta da existência de 7685 ninhos ocupados por cegonhas. Em 1984 eram apenas 1500. Ou seja, actualmente há cinco vezes mais do que nesse período.

27 de agosto de 2005 às 00:00

Nos distritos de Beja, Évora, Setúbal, Portalegre e Santarém encontram-se mais de 80 por cento desses ninhos, sendo Beja o distrito com maior número: 1974. De resto, só no concelho de Castro Verde foram contados 329. Em Lisboa, onde há 102 ninhos, é o concelho de Vila Franca o mais populoso, com 59.

LAGOSTIM VERMELHO

Muito mais frequente no Sul do que no Norte do País, “a cegonha branca é presença constante nas searas e pousios alentejanos e nos arrozais que subsistem em Portugal”, constata Gonçalo Rosa, coordenador do V Censo Nacional.

O regresso da cegonha, após um período de retrocesso, na década de 80, deve-se, entre outros factores, à proliferação do lagostim vermelho da Louisiana, uma espécie exótica invasora, que passou a constituir a base da dieta daquela ave em várias regiões.

Com alimento à disposição, dezenas de milhares de cegonhas brancas tornaram--se residentes, dispensando a migração e a invernada na África a Sul do Saara.

O coordenador do censo destaca igualmente “os esforços de conservação dirigidos à espécie nas duas últimas décadas”, referindo-se, nomeadamente à intervenção das companhias de distribuição e transporte de electricidade EDP e REN, que tornaram os postes seguros para as aves.

Para edificar o ninho, a cegonha branca escolhe árvores, construções humanas de tipo muito diverso e arribas fluviais. Resultado das transformações verificadas nos habitats, nos últimos 30 anos observou-se um acentuado aumento de população a nidificar em postes, em particular nos da Rede Eléctrica Nacional – REN.

No Sudoeste alentejano e na Costa Vicentina mais de meia centena de casais de cegonhas nidificam em arribas e pequenas ilhotas, o que constitui uma situação única em todo o mundo.

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