Relatório adverte para o aumento de ciberatques "mais sofisticados" com recurso IA.
A utilização de Inteligência Artificial (IA) para concretizar ciberataques "mais sofisticados" poderá aumentar, o que exige das instituições financeiras uma "atenção significativa", avisou, esta terça-feira, o Comité Europeu do Risco Sistémico (CERS).
No relatório anual de 2024, esta terça-feira, divulgado em Frankfurt, o organismo responsável pela supervisão macroprudencial do sistema financeiro da União Europeia (UE) adverte que o aumento de ciberataques e o recurso a estratégias de guerra híbrida colocam riscos potenciais ao funcionamento dos bancos do mercado único.
"Os riscos para a estabilidade financeira decorrentes de incidentes cibernéticos e híbridos permaneceram elevados no ano passado", diz o organismo no relatório, referente à atividade entre 01 de abril de 2024 e 31 de março de 2025.
O aumento dos "riscos geopolíticos" e a "maior incidência" de ciberataques "são ameaças relevantes para a resiliência operacional do setor bancário da UE", afirma o comité, que é liderado pela presidente do BCE, Christine Lagarde.
"Os bancos sujeitos ao Mecanismo Único de Supervisão (MUS) referem que o número de ciberincidentes que afetaram as instituições de crédito aumentou ainda mais em 2024, atingindo o seu nível mais elevado desde que os dados foram recolhidos pela primeira vez", aponta o CERS, sublinhando que, no futuro, "os riscos de incidentes cibernéticos em todo o sistema continuam a ser elevados, especialmente no atual contexto geopolítico".
"Os incidentes cibernéticos em grande escala têm o potencial de prejudicar as principais funções económicas, corroer a confiança e exacerbar as vulnerabilidades preexistentes", adverte o organismo, dizendo que "os cibercriminosos e os atores do Estado-nação formam um nexo de novos riscos híbridos para a estabilidade financeira".
Neste contexto, prevê que "a utilização da IA para levar a cabo ciberataques mais sofisticados aumente". Se, por um lado, as instituições financeiras poderão recorrer à IA para monitorizar "os seus sistemas de forma mais eficaz", por outro, os atacantes também poderão "tirar partido das capacidades da IA" e, por isso, "estes novos vetores de ataque exigirão uma atenção significativa no futuro" por parte do setor financeiro, indica o comité europeu.
Os "ciberataques e atos de guerra híbrida podem criar perturbações no sistema financeiro e potencialmente impedir os bancos de prestar serviços financeiros", diz o comité.
Embora o sistema financeiro europeu não tenha sido "diretamente afetado pelas ameaças híbridas", continua "vigilante, dada a sua interligação com as infraestruturas críticas", sublinha ainda o organismo.
Como "as atuais tensões geopolíticas podem ter um efeito adverso no ambiente persistentemente elevado de ciberameaças na Europa", o CERS diz ter estado "ativamente envolvido na conceção de ferramentas para mitigar o risco cibernético" sobre o setor financeiro.
Uma das medidas passou pela criação, em conjunto com as autoridades europeias de supervisão, de "um quadro pan-europeu de coordenação sistémica de incidentes cibernéticos".
Os incidentes híbridos que se verificaram entre abril de 2024 e março deste ano "concentraram-se na região nórdica e báltica", visando "principalmente infraestruturas críticas, como os cabos submarinos, que são essenciais para o funcionamento do sistema financeiro".
"Além disso, as campanhas de desinformação russas procuraram influenciar as eleições europeias e alemãs e causar instabilidade política", afirma o CERS, vincando que "a estabilidade financeira europeia assenta na estabilidade institucional e política" e que, olhando para o futuro, "a dinâmica geopolítica desempenhará um papel fundamental na evolução das ameaças híbridas."
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