Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários defende a abertura de um processo formal de investigação de segurança daquela colisão.
A configuração da estrada na passagem de nível em que ocorreu uma colisão entre um camião e um comboio no Fundão, este mês, terá levado o veículo a ficar quase parado e sem tempo para evitar embate.
Numa nota informativa publicada na quarta-feira e a que a agência Lusa teve acesso, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) defende a abertura de um processo formal de investigação de segurança daquela colisão, ocorrida a 18 de junho, pelas 20:00, e que provocou quatro feridos ligeiros, em Alpedrinha, no concelho do Fundão (distrito de Castelo Branco).
O GPIAAF dá nota de que o condutor do veículo pesado (um semirreboque frigorífico) fazia pela primeira vez aquele trajeto e, em declarações, disse que, ao entrar naquela passagem de nível, teve de abrandar bastante o veículo, quase parando, "atendendo à configuração da estrada e declives inversos do pavimento", para conseguir atravessar em segurança.
Ao começar a atravessar a passagem de nível, começou a ouvir as campainhas a anunciar a aproximação de um comboio e prosseguiu a sua marcha para sair, mas acabou "surpreendido pelo fecho da barreira de saída à sua frente, obstruindo parcialmente a estrada", relata o gabinete de investigação.
Após alguns momentos de reflexão, o camionista terá decidido contornar a barreira da passagem de nível pelo espaço que havia do lado direito, altura em que o comboio colidiu com o reboque do camião, lê-se na nota.
Nessa mesma nota informativa, o GPIAAF afirma que aquela passagem de nível não está equipada com sistemas complementares de proteção, como a deteção de obstáculos (a barreira é acionada pelo comboio em aproximação através de detetores na via) e a estrada não tinha "quaisquer das marcas rodoviárias previstas no regulamento de sinalização de trânsito, nomeadamente linha de paragem e linha separadora de sentido de trânsito".
No sentido em que circulava o camião, a aproximação à passagem de nível é feita numa estrada que forma um ângulo de 40 graus com a perpendicular ao caminho de ferro, seguindo-se uma curva de 37 graus imediatamente após a via, ainda antes da barreira do lado de saída da passagem de nível, notou.
Além disso, a barreira de saída da passagem de nível não indicava a mensagem de alerta "Quebrar em caso de emergência".
O GPIAAF afirma que o sistema da passagem de nível emitiu o aviso de passagem 30 segundos antes de o comboio colidir com o camião, tendo as barreiras baixado 11 segundos após a ativação automática do anúncio.
O maquinista viu o camião na passagem de nível a cerca de 175 metros, momento em que acionou o freio de emergência, reduzindo um pouco a velocidade do comboio Intercidades (que circulava no sentido Guarda-Lisboa, com 118 passageiros), que embateu no reboque a 75 quilómetros/hora (km/h).
De acordo com a nota, o comboio demorou cerca de 14 segundos até se imobilizar, pouco mais de 135 metros após a passagem de nível.
Depois do acidente, ocorreu um incêndio na parte traseira do reboque que se alastrou para o resto do camião e que se propagou a duas carruagens do comboio, não sendo "claro o mecanismo de ignição e propagação do incêndio", disse.
Segundo a nota, a colisão terá provocado danos substanciais na locomotiva e em cinco carruagens, assim como em 250 metros da infraestrutura aérea de energia de tração, estimando um custo dos danos acima de 150 mil euros e abaixo de dois milhões de euros.
O GPIAAF propõe que a investigação possa incidir sobre os critérios para a definição dos tempos de anúncio de passagem de comboio nas passagens de nível, a inspeção destas e o seu enquadramento legal, entre outras questões.
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