Maria Alice, de 10 anos, prestou depoimento com o pai e avó fora da sala.
Com o pai e a avó fora da sala do tribunal, Maria Alice explicou como foram os dois anos que viveu na Bélgica, em fuga à polícia. O depoimento da menor, atualmente com dez anos, marcou esta quarta-feira o início do julgamento do agente da Polícia Marítima, Paulo Guiomar, e da mãe, Maria Dolores, acusados de sequestro.
Alice relatou perante os juízes que viveu em várias casas e que "uma delas não tinha janelas". E que saía poucas vezes para a rua. "Às vezes brincava com outros meninos, mas poucas. Saía pouco de casa", contou a menor, que referiu que o pai e a avó "tinham medo" que a polícia os encontrasse. Por isso, fizeram tudo para que passasse despercebida. "Cortaram-me o cabelo à menino e vestia roupas de rapaz. Não gostava e chorava", confessou a menor, que era chamada de Sara.
O pai relatou que, no seu entender, não tinha "alternativa" senão ficar com a filha, porque depois de a menor lhe ter pedido ajuda acreditava que "Maria Alice estava em perigo a cargo da mãe". A avó, Maria Dolores, não prestou declarações.
O advogado de defesa, Ricardo Serrano Vieira, considera que deve ser feita outra qualificação jurídica do caso e defende que "existem elementos probatórios que podem dar origem a uma causa de exclusão ou atenuação especial da pena".
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