Lesados trocavam poupanças por "sonhos".
Com ramificações em todo o Mundo, numa megaburla estimada em mil milhões de euros, a LibertaGia levou ao desespero muitos portugueses, que investiram as suas poupanças nesta empresa que prometia um retorno de 350%. No arquipélago da Madeira, as vítimas são aos milhares.
"Eles vinham-nos aqui vender sonhos e levavam esses sonhos em dinheiro vivo. Enchiam malas de dinheiro. Fala-se que nalguns casos chegavam a levar 60 a 90 mil euros", disse ao CM um dos lesados, que quer manter o anonimato. "Não havia cá cheques ou transferências".
Os encontros no arquipélago eram previamente marcados em salas de hotéis e, na maioria dos casos, reuniam 200 a 300 pessoas, angariadas através do passa-palavra. Apesar dos milhões de lucro, até as salas eram pagas pelos ‘filiados’. Era posta uma caixa à entrada e os interessados, à medida que entravam, faziam a sua doação para ajudar a pagar os 300 euros de aluguer da sala.
Seguia-se então a palestra, onde os cabecilhas da LibertaGia – muitas vezes em grupo, outras sozinhos –, nomeadamente Rui Salvador e Edson Silva, convenciam os presentes a investir. O esquema em pirâmide desta empresa tinha vários níveis. Segundo o CM apurou, começava nos 399 dólares, passando a 899, 1599, 2999, 5999 e por aí fora. O montante era convertido em euros e o dinheiro entregue. A quem investisse mais, era prometido um maior retorno, bem como àqueles que angariassem mais investidores.
Os responsáveis – que numa semana faziam várias reuniões – regressavam depois de avião com milhares de euros.
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